quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Terceira rodada de negociação específica com a Caixa ocorre no dia 8

  




Estarão em debate condições de trabalho, contratação, segurança e terceirização

Acontece na próxima segunda-feira, dia 8, às 14h, em Brasília, a terceira rodada de negociações específicas da Campanha Nacional 2014, entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a Caixa Econômica Federal. Na pauta estarão os temas condições de trabalho, contratação, segurança bancária e terceirização.

Serão negociados itens como contratação de novos empregados para suprir as necessidades reais de funcionamento das unidades, chegando ao quantitativo mínimo de 130 mil empregados até o fim de 2014. Também será exigida da Caixa a apresentação da metodologia utilizada para definição de número para a contratação de empregados, além de mais empregados por setor.

Outras reivindicações são a abertura de novas unidades apenas com estrutura física de segurança e ergonomia necessárias para o atendimento adequado da população, a elevação do valor da indenização por assalto/sequestro para o equivalente a 100 salários mínimos calculados pelo Dieese, a universalização dos serviços bancários, com abertura de novas agências e contratação de pessoal, e o fim da parceria da Caixa com os correspondentes bancários e habitacionais, entre outras questões.

Avaliação

Até agora, no entanto, ocorreram duas rodadas de negociações específicas da Campanha 2014, mas a Caixa sequer apresentou uma proposta global para as reivindicações de seus trabalhadores.

Na rodada do último dia 29 de agosto, por exemplo, foram negados itens sobre Funcef, aposentados e isonomia. Houve ainda a recusa para a maioria das demandas de saúde do trabalhador e Saúde Caixa, durante debate ocorrido na primeira reunião, no dia 21 de agosto.

A hora, portanto, é de ampliar a mobilização. Para Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Comando nas negociações com o banco, a mobilização é o caminho mais adequado para forçar a direção da empresa a avançar nas negociações específicas. 

Ela, que é também diretora da Fenae, convoca todos os trabalhadores da Caixa a participarem das atividades da Campanha 2014. Queremos mais!


Fonte: Contraf-CUT com Fenae

Bancários abrem negociação sobre emprego com os bancos nesta quarta

  




Comando vai cobrar fim das demissões, da rotatividade e da terceirização 

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, realiza nesta quarta-feira 3 a terceira rodada de negociação da Campanha 2014 com a Fenaban, para discutir emprego, que inclui fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações. A reunião começa às 14h, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Na quinta-feira a rodada de negociação durará o dia todo, tendo a remuneração na pauta.

"Os bancários definiram na 16ª Conferência Nacional a defesa do emprego como uma das principais preocupações da Campanha 2014. Apesar dos lucros gigantescos, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam eliminando postos de trabalho enquanto os outros setores estão gerando novos empregos", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. 

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base na Rais do Ministério do Trabalho mostra que os bancos privados fecharam 18.023 postos de trabalho em 2013. E de janeiro a julho de 2014 já cortaram mais 3.600 empregos, segundo a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) que a Contraf-CUT faz desde 2009 em parceria com o Dieese com base nos dados do Caged.

Nesse mesmo período, a economia brasileira criou 1,75 milhão de postos de trabalho, levando o emprego no Brasil ao melhor nível em toda a história.

"Os bancos que estão fechando postos de trabalho prejudicam os bancários, pioram o atendimento dos clientes e da população e não contribuem para o crescimento econômico e social do país com emprego e distribuição de renda", acrescenta Carlos Cordeiro. "Isso também é um sinal vermelho para a classe trabalhadora, uma vez que essa é exatamente a receita para o país apregoada por economistas de bancos que estão coordenando programas de governo de alguns candidatos à Presidência da República."

Rotatividade achata salários

Além de fechar os 21.623 postos de trabalho de janeiro de 2013 a julho de 2014, os bancos privados desligaram 66.567 trabalhadores nesse mesmo período, segundo as pesquisa Contraf-CUT/Dieese. Foram 42.892 desligamentos no ano passado (contra 38.563 admissões). Veja aqui a pesquisa de 2013. E mais 23.675 desligamentos (com 20.075 contratações) nos primeiros sete meses deste ano. Confira aqui . 

"Queremos pôr um fim a essa rotatividade porque no sistema financeiro ela faz parte do negócio e é um mecanismo para reduzir salário e aumentar lucros", diz Carlos Cordeiro. 

Isso fica claro nos números do Caged. A remuneração média dos bancários desligados de janeiro a julho deste ano era de R$ 5.216,86 contra R$ 3.303,55 dos admitidos - uma diferença de 63,3%. Na economia como um todo, a diferença entre a remuneração média de quem entra e quem sai das empresas é de apenas 7%.

Isso explica por que os bancários, com muita mobilização e luta, conquistaram aumento real de salário de 18,3% de 2004 a 2013, mas o aumento da remuneração média do bancário neste período foi de 13,6% acima da inflação. A situação é ainda pior nos bancos privados, onde está concentrada a rotatividade. Nesse segmento, o aumento médio da remuneração foi de apenas 8,8%, segundo a pesquisa do Dieese com base nos dados da Rais. Nos bancos públicos, a elevação da remuneração média foi de 16,9%.

Veja aqui o estudo do Dieese sobre emprego e remuneração bancária nos últimos 10 anos. 

Terceirização fecha empregos e reduz salário

A Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad/IBGE) de 2002 registrou que havia naquele ano 586.765 trabalhadores no sistema financeiro. Já em 2011, a mesma pesquisa mostrou que esse número saltou para 1,004 milhão. No entanto, apenas 512 mil bancários eram formalmente contratados pelos bancos em 2012, sob a proteção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. 

"Ou seja, para cada bancário formal existe outro informal trabalhando no sistema financeiro, recebendo salários inferiores, cumprindo jornadas de trabalho maiores e sem os mesmos direitos da categoria, aumentando os lucros bilionários dos bancos", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT. 

Entre 1999 e 2013, as instituições financeiras aumentaram 319% as despesas com trabalhadores terceirizados, tendência que vem se acelerando nos últimos anos, segundo Relatório Social da Febraban. 

Se considerarmos os diversos tipos de correspondentes bancários (banco postal, lotéricos, pastinhas, supermercados, drogarias etc.), esses números poderiam ser exponencialmente multiplicados.

Esses trabalhadores terceirizados estão distribuídos pelo sistema financeiro em múltiplas CNAES (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), dificultando sua identificação e localização como prestadores de serviços aos bancos.

"Essa ameaça se agrava com a tentativa do setor empresarial, tendo os bancos à frente, de legalizar a terceirização total no Brasil com a aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF. E por último, é extremamente preocupante o fato de o programa econômico da candidata Marina Silva incorporar expressamente o compromisso de regulamentar a terceirização precarizante em todos os setores da economia", adverte Miguel Pereira.


Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Negociação para novo aditivo e PPRS do Santander começa nesta terça

  




Pauta de reivindicações específicas foi entregue ao banco no dia 14 de agosto

A Contraf-CUT, federações e sindicatos realizam nesta terça-feira (2), às 14h, com o Santander a primeira rodada de negociações da pauta específica de reivindicações dos funcionários, buscando renovar com avanços o acordo coletivo aditivo do banco à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS) e os termos de compromisso com a Cabesp e Banesprev. A reunião ocorre no edifício Altino Arantes, no centro de São Paulo.

A minuta foi entregue no dia 14 de agosto para a diretora de Recursos Humanos, Vanessa Lobato, com a presença de dirigentes sindicais de todo o país. Na ocasião, foi reivindicado que as negociações com o Santander sejam concomitantes com a mesa única entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban. E o banco concordou pela primeira vez.

Além da atualização de cláusulas do aditivo vigente, há novas reivindicações dos trabalhadores do banco, elaboradas a partir das consultas feita por vários sindicatos e respondidas em poucos dias por cerca de 10 mil funcionários. Dentre as prioridades, foram apontadas as propostas de emprego, o fim das metas abusivas e as demandas sobre planos de saúde.

Reivindicações

A minuta contém um bloco de manutenção de 24 cláusulas com ajustes e um bloco de 47 cláusulas de novas propostas ou com inclusão de parágrafos, destacando-se dentre outras reivindicações:

- Garantia contra dispensa imotivada;
- Realocação de funcionários em caso de fechamento de agências;
- Melhores condições de trabalho com mais contratações;
- Licença remunerada pré-aposentadoria (pijama);
- Políticas preventivas de saúde e de acidentes de trabalho;
- Manutenção da assistência médica aos aposentados nas mesmas condições da ativa;
- Ampliação das bolsas de estudo para segunda graduação e pós;
- Adiantamento de férias de um salário com desconto em 10 vezes sem juros;
- Proibição de descontos de comissões por venda de produtos;
- Grupo de Trabalho paritário sobre Previdência Complementar;
- Ampliação da PPRS para valor mínimo de R$ 3.411;
- Isenção de tarifas e redução das taxas de juros.

Valorização 

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 2,8 bilhões no primeiro semestre de 2014, que significa 19% do lucro global do banco espanhol, que foi de 2,7 bilhões de euros. 

"Com todo esse lucro, o banco têm plenas condições para garantir novas conquistas econômicas e sociais nas negociações específicas, como forma de valorizar o empenho e a dedicação dos funcionários", ressalta Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT.

"É fundamental a participação de todos na luta para conseguirmos não só a manutenção dos direitos já garantidos como também para avançarmos sobre novas conquistas", destaca Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Reunião da COE do Santander

Antes da negociação, a Contraf-CUT promove uma reunião da COE do Santander no mesmo dia, às 10h, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, para preparar os debates com o banco.


Fonte: Contraf-CUT

Encontro reforça mobilização dos empregados da Caixa por isonomia

  



Crédito: Fenae
FenaeParticipantes aprovam Dia Nacional de Luta em 11 de setembro

A realização de um Dia Nacional de Luta por Isonomia em 11 de setembro, na quinta-feira da próxima semana, foi uma das propostas aprovadas pelos 110 delegados de todo o país que participaram do 3º Encontro Nacional de Isonomia, realizado no último sábado (30), em Brasília, por decisão do 30º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), ocorrido no início de junho, em São Paulo. 

O evento foi convocado pela Contraf-CUT, com o apoio de federações e sindicatos, e contou com a participação de 77 homens e 33 mulheres, além de nove observadores: 4 homens e 5 mulheres.

Outro resultado importante foi a criação de calendário permanente de luta, com previsão de encontros estaduais, regionais e nacionais, durante todo o ano. Também foi definida a divulgação nas redes sociais da lista dos parlamentares que votaram e vierem a votar contra a aprovação do projeto de lei nº 6.259/2005, de autoria dos parlamentares Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), que prevê isonomia entre os empregados da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste/BNB e Banco da Amazônia.

Essas iniciativas visam dar desdobramento às discussões em torno da luta por igualdade de direitos e benefícios entre trabalhadores dos bancos públicos federais, buscando assim intensificar a pressão sobre o Congresso Nacional (deputados federais e senadores).

Isonomia, aliás, é uma das prioridades da campanha salarial unificada 2014 da categoria bancária, sendo considerada imprescindível para corrigir uma grave injustiça da era Fernando Henrique Cardoso. Na Caixa, os focos da mobilização pela igualdade de direitos são o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) - o chamado anuênio e a licença-prêmio, benefícios que não foram dados a todos que ingressaram no banco após 1998.

Na abertura do encontro de Brasília, Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, e diretora de Administração e Finanças da Fenae, afirmou a importância do envolvimento de todos os segmentos dos empregados da Caixa na mobilização para sustentar a reivindicação por isonomia em mesa de negociação, de modo a eliminar de vez todas as formas de discriminações.

Ao participar da mesa de abertura, Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, reafirmou ainda o compromisso da Federação com essa luta. Ele disse que a campanha por isonomia é resultado de "um passo a passo, cabendo aos empregados da Caixa não perderem a perspectiva do que querem para o Brasil e para as empresas públicas federais".

O encontro contou ainda com a participação da diretora de Comunicação e Imprensa da Fenae, Natascha Brayner Sobreira.

Desafio é corrigir as injustiças

Na parte da manhã, o debate no encontro nacional dos empregados da Caixa por isonomia contou com a participação da deputada federal Érika Kokay (PT/DF), que também é empregada da Caixa. Ela falou sobre a tramitação do PL 6.259, arquivado e desarquivado duas vezes e atualmente parado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

A deputada também foi veemente na crítica à falta de isonomia entre os trabalhadores dos bancos públicos federais. Segundo ela, os direitos dos bancários foram usurpados dentro da lógica de destruição das empresas estatais, sempre contestada pelo movimento dos trabalhadores. Nesse caso, segundo a parlamentar, o objetivo era implantar a terceirização indiscriminada no serviço público, com a consequente flexibilização do trabalho.

Erika afirmou ainda que "se a Caixa é a maior articuladora das políticas públicas do país, é importante que seja desconstruída toda essa lógica privatista, posto que mudou o modelo de o governo encarar a Caixa".

A deputada defendeu a imediata revogação da norma do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), que fere a Constituição Federal e cerceia a livre negociação. Como a relatoria na Comissão de Finanças e Tributação fez um parecer contrário ao projeto de Daniel Almeida e Inácio Arruda, ela elaborou um voto em separado com base no conceito de que a Caixa Econômica Federal é uma empresa que possui orçamento próprio, atua no mercado e visa também o lucro, não estando dependente de dotação orçamentária da União.

Coube à parlamentar petista sugerir a realização de uma reunião com o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Relações Institucionais, e com o deputado Devanir Ribeiro (PT/SP), relator do PL 6.295 na Comissão de Finanças e Tributação, para debater o conceito de que a isonomia na Caixa não depende de recursos da União.

Para Emanoel de Souza, que representou o deputado Daniel de Almeida na apresentação sobre o PL 6.259, um dos maiores desafios é traçar o mapa da luta por isonomia no Congresso Nacional, "pressionado os parlamentares, se for o caso, a votarem o projeto ainda nessa legislatura".

Histórico

Coube a Maria Rita Serrano, representante suplente eleita dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, apresentar a história de luta por isonomia. Ela esclareceu que o debate é anterior a 1998, pois foi na década de 80 que os empregados da empresa passaram a ser bancários, com salário equiparado ao dos trabalhadores de outros bancos federais.

Sobre a demanda atual, Rita Serrano atestou: "Essa dinâmica tem que estar dentro de uma estratégia maior de campanha. Só assim conseguiremos ATS e licença-prêmio para todos". Segundo ela, dos quase 100 mil empregados da Caixa, 28.956 têm os dois benefícios.

Cartilha

Os delegados da terceira edição do Encontro Nacional de Isonomia receberam uma cartilha que detalha a luta por isonomia entre empregados da Caixa, com foco no ATS e na licença-prêmio. 

> Clique aqui e confira a cartilha sobre isonomia.

Foi deliberado que o material será distribuído pela Contraf-CUT para as federações e sindicatos, a fim de que as bases sejam conscientizadas sobre a importância da mobilização da categoria.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Caixa frustra em negocição sobre Funcef, isonomia de direitos e aposentados

  



Crédito: Fenae
FenaeBanco não trouxe proposta para atender reivindicações dos empregados

Nãos, nãos, nãos. Essa postura intransigente da Caixa Econômica Federal marcou a segunda rodada de negociação da pauta específica de reivindicações da Campanha 2014 com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). 

A reunião foi realizada nesta sexta-feira (29), em Brasília, ocasião em que o banco não apresentou contraproposta para solucionar demandas relativas à Funcef, aposentados e isonomia de direitos. 

"Desde a primeira rodada de negociações, em 21 de agosto, temos feito propostas detalhadas para cada reivindicação da pauta específica e tínhamos a expectativa de que os negociadores da Caixa trouxessem soluções para itens como saúde do trabalhador, Saúde Caixa, programa de Desempenho de Gestão de Pessoas (GDP), Funcef, aposentados e isonomia", afirma Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa. 

Ela lembra que isto não só não aconteceu, como o resultado da negociação desta sexta-feira foi frustrante, sobretudo por não registrar avanços satisfatórios.

Funcef

As negativas da Caixa começaram pelas demandas sobre a Funcef. De início, o banco recusou-se a reconhecer o CTVA como verba salarial para fins de aporte à Fundação, tanto para os que saldaram quanto para os que permaneceram no REG/Replan não-saldado. O banco argumentou não ser viável o reconhecimento do CTVA, informando que o assunto poderá ainda ser avaliado.

Também foi negado o fim da discriminação ao pessoal do REG/Replan não-saldado, de forma a que seja garantido aos participantes deste plano de benefícios da Funcef o direito de migrarem para o PCS 2008 e para o PFG 2010. O entendimento das entidades sindicais é de que a postura da empresa se constitui em retaliação a esses empregados, pelo fato dos mesmos terem simplesmente optado por não aderir ao Novo Plano, algo que lhes foi facultado à época do saldamento. Foi reivindicado ainda o fim da discriminação aos trabalhadores que possuem ações trabalhistas contra a Caixa. 

O Comando considera importante o avanço que o GT na Funcef conquistou em itens como auxílio e cesta-alimentação, abono e Pams, cabendo à Caixa a responsabilidade integral por essas demandas. Diante disso, o movimento sindical reivindica que essa mesma situação se reflita também nas questões relacionadas a CTVA, horas extras e outras reivindicações dessa natureza. 

Há aproximadamente 14.652 processos e, até maio deste ano, o provisionamento para perda era de R$ 1,69 bilhão, cujo principal objeto é de caráter trabalhista. Como patrocinadora, a Caixa não pode impor o custo desse contencioso nas costas da Funcef e de seus participantes.

A Caixa, por outro lado, mostrou-se disposta a dar continuidade a esse debate, com o intuito de buscar resolver o problema, apesar de considerar difícil uma solução satisfatória, dada a magnitude da situação.

"O não reconhecimento do CTVA é um erro porque nunca foi uma verba variável e faz parte da remuneração. Isso tem representado um prejuízo enorme para o trabalhador e ainda traz uma avalanche de processos contra a Funcef. Temos que nos debruçar nesse assunto e buscar uma solução", completa Fabiana Matheus, que é também diretora de Administração e Finanças da Fenae.

O fim do voto de Minerva, outro ponto crucial defendido pela representação nacional dos empregados, foi negado ainda pelo banco. A Caixa recusou-se também a atender o item da obrigatoriedade de que os indicados para cargos de direção da Funcef sejam empregados em atividade ou aposentados, participantes da Fundação. A alegação é de que essas reivindicações se referem a prerrogativas conferidas pela legislação às patrocinadoras dos fundos de pensão. 

Inicialmente irredutível para a exigência de corrigir as verbas salariais das mulheres pré-79, que se aposentaram antes do ano de 1979 ganhando menos que os homens, a Caixa acenou com a proposta de levar novamente esse assunto para uma reavaliação. Atualmente, existem 4.700 mulheres nessa situação a um custo atuarial e financeiro que totalizam R$ 48 milhões, com base nos números de abril deste ano. São mulheres que se aposentaram proporcionalmente. 

Os dirigentes sindicais cobraram informações a respeito do processo de incorporação do REB pelo Novo Plano. Em resposta ao pedido, os representantes da Caixa comunicaram que o assunto está sob apreciação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e das áreas técnicas da própria empresa e da Funcef. 

Aposentados

O debate sobre as reivindicações relativas aos aposentados foi iniciado com dois registros. Um deles diz respeito à participação de Edgar Antonio Lima, que assume a presidência da Fenacef com a morte recente de Décio da Carvalho, passando a integrar a CEE/Caixa.

O outro registro esteve relacionado ao Dia do Bancário, comemorado na data de 28 de agosto. Foi ressaltada, nesse particular, a força da categoria bancária, uma das únicas no país que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os bancários (públicos e privados). 

Na Caixa, o reconhecimento do empregado como integrante da categoria se deu a partir da greve de 1985, quando em 30 de outubro daquele ano os trabalhadores fecharam 100% das agências e unidades da empresa em todo o país, para exigir jornada de trabalho de seis horas e o reconhecimento à condição de bancários, o que implicava em direito à sindicalização. 

Uma das demandas para os aposentados na pauta de reivindicação específica é a extensão do Saúde Caixa aos trabalhadores que se aposentaram por meio de Programa de Apoio à Demissão Voluntária (PADV). A Caixa mostra-se disposta a debater o assunto, caso haja uma nova variável a respeito do tema. 

No momento, porém, a posição é de não atendimento da reivindicação, considerada pela empresa financeiramente inviável. 
O fim dessa injustiça e discriminação contra 4.765 pessoas é um dos itens da pauta específica da Campanha 2004. Para reafirmar essa luta, o Comando tem reunido dados para realizar estudo com o objetivo de apresentar uma nova variável ao banco. 

A Caixa não avançou também no quesito da extensão do auxílio e da cesta-alimentação a todos os aposentados e pensionistas, inclusive aos desligados por PADV. Ficou, porém, de apresentar o quantitativo de ações transitadas em julgado com decisões desfavoráveis aos empregados. Foi negado ainda o pagamento de abonos e PLR aos aposentados e pensionistas. 

Em relação à criação de um programa de renegociação de dívidas, com taxa de juros que viabilize o pagamento do débito, sem comprometer a sobrevivência de todos os empregados nessa situação, os representantes do banco informaram que estão realizando um programa-piloto, devendo apresentá-lo até março de 2015. O Comando solicitou mais informações a esse respeito, para que possa contribuir com essa discussão. 

Ficou mantida a isenção de taxas e tarifas aos aposentados e pensionistas, na mesma proporção oferecida aos empregados em atividade. A luta, agora, é para garantir que o benefício esteja em acordo coletivo. 

Isonomia de direitos

O Comando voltou a cobrar equiparação de direitos de todos os empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Ambas as reivindicações foram consideradas complexas pela Caixa, que alegou a falta de autorização por parte dos controladores para tratar desses temas nas negociações específicas. 
Houve protesto e o Comando insistiu para que o banco apresente os números a respeito de eventuais impactos, caso a extensão desse direito seja concedida aos demais bancários. Cobrada a esse respeito, a Caixa se comprometeu a fazer esse estudo. 

No debate sobre a revisão da Estrutura Salarial Unificada (ESU) e do Plano de Cargos e Salários (PCS) da carreira administrativa com valorização salarial, o Comando reivindicou um plano similar ao que foi feito para a carreira profissional, mas o banco alegou dificuldade financeira e quantidade de empregados para atender ao pedido. 

Foi pleiteada uma avaliação do PCS de 2008, tendo em vista que esse plano completou seis anos. O entendimento é de que seria importante fazer essa avaliação com base no quadro de pessoal e outras questões igualmente pertinentes. A Caixa se comprometeu a analisar essa possibilidade. 

O Comando voltou a cobrar da Caixa a participação irrestrita em PSI para optantes do REG/Replan, assim como a eliminação de toda e qualquer discriminação em processos seletivos internos, estágio probatório ou qualquer outra situação, em razão de idade, pessoas com deficiência, orientação sexual, gênero, etnia ou qualquer outra condição, incluindo empregados aposentados pelo INSS que permanecem em atividade. 

A resposta da Caixa foi de que não existe orientação para que ocorra qualquer tipo de discriminação. Na ocasião, inclusive, foi formalizada a denúncia de que, Brasil afora, mulheres gestantes com funções gratificadas vêm perdendo esses cargos sumariamente pelo simples fato de estarem grávidas. 

A Caixa ainda recusou-se a manter as gratificações dos empregados envolvidos em processos de apuração sumária, até que a situação seja concluída. Os dirigentes sindicais reivindicaram o direito à ampla defesa para esses empregados, o que vem sendo negado peremptoriamente pelo banco. 

Para reforçar o pedido de manutenção das gratificações, os representantes dos empregados relataram um caso ocorrido em Curitiba (PR), na agência Comendador, pelo qual o empregado Airton Malaski foi punido com a perda da função devido a ter sido testemunha em ação perpetrada por uma bancária aposentada. A Caixa ficou de apurar a denúncia, alegando que tal procedimento não possui amparo nos normativos da empresa. 

Foram pontuados ainda os problemas vivenciados pelos dirigentes sindicais liberados e a empresa ficou de retornar com uma posição. 

Vale-Cultura

A representação nacional dos empregados reivindicou a concessão do vale-cultura a todos os trabalhadores. O benefício é uma conquista da Campanha 2013, mas contempla apenas os empregados que recebem até cinco salários mínimos, o que representa menos de 25% do quadro total de empregados do banco. 

A proposta do Comando prevê, no entanto, desconto zero para quem ganha até cinco salários mínimos e desconto variando de 10% a 60% para faixas salariais acima desse valor. A Caixa ficou de analisar essa proposta. 

Avaliação 

O Comando avalia que a Caixa precisa apresentar uma proposta decente para o desfecho das negociações específicas da Campanha 2014. Isto é visto como fundamental para que sejam atendidas as expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às reivindicações específicas como quanto às demandas gerais tratados na mesa única de negociações da categoria com a Fenaban.

Segundo Fabiana Matheus, "os empregados estão dispostos a seguir com a luta na campanha deste ano, não só por aumento real e PLR digna, mas também por valorização do piso, isonomia, contratação de pessoal, saúde e condições de trabalho, Funcef, Saúde Caixa para os desligados por PADVs respeito à jornada de seis horas, Sipon e por medidas efetivas de segurança bancária. O momento, agora, é de mostrar força". 

Novas rodadas

Nas próximas rodadas, que ocorrerão nos dias 8 e 12 de setembro, serão negociados os temas segurança bancária e terceirização, que seriam discutidos na reunião desta sexta-feira. Nessas ocasiões, haverá ainda debates sobre carreira, contratação de pessoal, condições de trabalho, jornada de trabalho/Sipon e organização do movimento. 

Mobilização 

O Comando reforça a orientação às entidades sindicais de todo o país para que intensifiquem a mobilização e realizem na próxima semana em todos os locais de trabalho o plebiscito popular sobre o sistema político, que acontecerá de 1º a 7 de setembro.

Uma das formas de garantir a participação dos empregados é a utilização pelos sindicatos das mesmas urnas e dos mesmos roteiros usados por ocasião das eleições sindicais.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae