segunda-feira, 30 de setembro de 2013


Henrique Alves dá prazo para CCJ votar PL 4.330/04, da terceirização


Publicado em Segunda, 30 Setembro 2013 02:47
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) abriu prazo de cinco sessões ordinárias do plenário da Casa para que a Comissão de Constituição e Justiça vote o parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA) ao PL 4.330/04, que pretende regulamentar a terceirização no País.

Trata-se de manobra regimental articulada pela bancada empresarial, a partir do despacho favorável do Requerimento 8.634/13, do deputado Darcísio Perondi (RS), na última quinta-feira (26), que prevê prazo adicional de cinco sessões à CCJ para votar o parecer do deputado Arthur Maia, que independentemente de ser votado, o projeto deve ir direto ao plenário após cumprir essa orientação. O requerimento foi apresentado no último dia 18.
Esta decisão atropela acordo firmado com as centrais sindicais para discutir a matéria (PL 4.330) após a comissão geral da terceirização realizada no dia 18 de setembro.

Ademais, trata-se de ardil regimental, pois burocraticamente lança-se mão de prazo para votar na CCJ matéria excessivamente controversa, quando a tradição e a cultura da Casa impõem a construção de um acordo ou consenso para apreciação de proposição com esta característica. Já está acertado que o projeto não será mais analisado no colegiado.
A votação da matéria no plenário depende do destravamento da pauta trancada por três projetos de lei em regime de urgência constitucional, com precedência na fila de votação. Por esta razão o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), não abre mão de votar os projetos em regime de urgência para liberar a pauta.

A manobra demonstra três questões: 1) a bancada empresarial foge do debate e da negociação, 2) sabe que o projeto é nocivo, por isso se movimenta sorrateiramente em relação ao tema, e 3) quer impor o projeto de forma antidemocrática aos trabalhadores.
Articulação do PMDB
Não é uma coincidência o autor do projeto ser do PMDB, Sandro Mabel (GO); o relator também, Arthur Maia (BA); o autor do requerimento, Darcísio Perondi (RS); o presidente da Casa, Henrique Alves (RN), que acatou sem titubear o requerimento para votar a matéria no plenário, mesmo que ainda não tenha sido alcançado um acordo, conforme entendimento com as centrais.


Para fechar esta grande articulação parlamentar-empresarial contra os trabalhadores na Câmara, o líder do PMDB quer acelerar a votação dos projetos sob regime de urgência para então liberar a pauta e votar o PL 4.330. E há mais: como a Câmara está vedada ao povo, aos trabalhadores, espera-se fazer essa grande traição às escondidas, sem ouvir o movimento sindical, que está impedido de ingressar nas dependências da Câmara.
A bancada empesarial força a barra para votar o projeto ainda neste ano porque sabe que no próximo será mais difícil, haja vista que em ano eleitoral não se vota proposições polêmicas, como é o caso desta. 

Comparecer
Diante dessa articulação, o movimento sindical precisa comparecer urgentemente à Câmara e pedir audiência ao presidente Henrique Alves e mostrar-lhe o quão nocivo é o projeto, se aprovado for, ao tecido social brasileiro. Os ministros do TST já apontaram esse descaminho.
Ao mesmo tempo devem empreender intensa e maciça mobilização nos estados e em Brasília para barrar a votação do projeto no plenário. Só uma grande mobilização e muita pressão poderão evitar que o projeto seja votado sem que seja negociado.

Com a palavra o movimento sindical!
Fonte: Diap


Greve entra no 12º dia, é forte e a culpa é dos banqueiros


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloA greve nacional dos bancários chega nesta segunda-feira (30) a 12 dias e a total responsabilidade por esse quadro é dos banqueiros. Desde 5 de setembro, ou seja, há exatos 25 dias, os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) sabem que os bancários não aceitariam a proposta de 6,1% de reajuste, sem qualquer aumento real para salários, piso, vales, auxílios, nem para a PLR.

Os bancos começaram com a choradeira de sempre, de que os lucros não subiram tanto e a economia do país não vai bem. Mas os números desmentem totalmente essa versão dos patrões. O lucro líquido do setor atingiu o patamar de R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses findos em junho de 2013, o que representa crescimento de 7% em relação ao mesmo período entre 2011 e 2012 (R$ 55,8 bilhões).

Este ano, o resultado promete ser melhor ainda, já que o lucro líquido dos seis maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) atingiu R$ 29,6 bilhões, com crescimento de 18,2% (primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período de 2012).

Nem a crise internacional é pretexto: em setembro de 2008, auge dos problemas, o total de ativos de 156 bancos que entregaram balanços ao Banco Central do Brasil era de R$ 3,006 trilhões. Em junho deste ano, os ativos de 140 bancos - 16 desapareceram por conta das fusões no setor - alcançaram R$ 5,705 trilhões, salto de 89%. Assim, os ativos dos bancos no Brasil, que chegava a 100% do Produto Interno Bruto passou, em cinco anos, para 126% do PIB do país (levantamento da consultoria Austin Rating).

A economia brasileira também vai bem, principalmente se comparada ao mundo em crise: crescimento do Produto Interno Bruto de 1,5% no segundo trimestre do ano (um dos maiores do mundo), desemprego em queda - 6,1%, o menor da história - e avanço de 5,8% no rendimento médio dos trabalhadores (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad 2012, do IBGE).

"Ou seja, os bancos não retomaram as negociações até agora porque não querem. Resta aos bancários fortalecer ainda mais a greve para pressionar por uma proposta decente, como merecem os trabalhadores da categoria", reforça a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, lembrando que o Comando Nacional enviou carta aos banqueiros, cobrando a volta à mesa. "A bola está com eles. Se querem o fim da greve, têm de negociar. Dinheiro não falta, falta é respeito aos funcionários."

Forte

Na última sexta-feira (27), quando os bancários completaram nove dias em greve, mais de 29 mil cruzaram os braços em 559 locais de trabalho (545 agências e 14 centros administrativos). No Brasil, 10.633 unidades de bancos públicos e privados fecharam em 26 estados e no Distrito Federal, segundo levantamento da Contraf-CUT com informações dos sindicatos.

Comando e assembleia

O comando de greve reúne-se nesta segunda-feira, no Sindicato (Rua São Bento, 413), a partir da 17h. Amanhã tem nova reunião, às 16h, na Quadra (Rua Tabantinguera, 192 - Sé), um pouco antes da assembleia que está marcada para 17h. O objetivo é avaliar o movimento e organizar os próximos dias da paralisação.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo


Greve se mantém forte no nono dia e fecha 10.633 agências em todo país


Crédito: Gerardo Lazzari/Seeb São Paulo
Gerardo Lazzari/Seeb São PauloAgência do Itaú parada na avenida Paulista, o coração financeiro de São Paulo

A greve nacional dos bancários se manteve forte nesta sexta-feira (27) em seu nono dia, paralisando 10.633 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo levantamento da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), demonstrando a disposição da categoria de enfrentar o silêncio da Fenaban, que se recusa a apresentar proposta com aumento real de salário, valorização do piso, melhoria da PLR, mais contratações, fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições de trabalho com fim das metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades.

Em carta enviada nesta sexta-feira ao presidente da Fenaban, Murilo Portugal, o Comando Nacional dos Bancários "reafirmou a rejeição do reajuste de 6,1%, apresentado no dia 5 de setembro, e a disposição para negociar uma proposta que atenda às reivindicações econômicas e sociais dos bancários".

A remessa do documento foi definida pelo Comando Nacional, reunido na quinta-feira 26, após avaliação da primeira semana da greve da categoria. Foi decidido ampliar e fortalecer a greve nacional e reafirmado que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

"As últimas declarações da Fenaban de que os bancários não precisam de aumento real e precisam apenas manter os seus direitos (que já tem) em um momento em que os bancos estão tendo recorde de lucros provocou ainda mais a indignação dos bancários e nos coloca diante de uma única alternativa: ampliar ainda mais a greve, intensificando as paralisações inclusive em áreas estratégicas dos bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Milhões para executivos e sem aumento real para os bancários

Recursos não faltam aos bancos para conceder aumento real aos bancários. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria receberam em 2012, em média, R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,8 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsaram R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou R$ 5 milhões no ano a seus executivos, a diferença é de 106 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 27 de setembro de 2013



BB afronta decisão do STF e faz ameaças a funcionários em greve

 
Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo

Em mais uma atitude assediadora para com seus trabalhadores, o Banco do Brasil soltou na véspera da greve nacional uma nota em sua página sobre negociação coletiva na internet fazendo uma estapafúrdia interpretação de recente acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que a Contraf-CUT interpreta como uma ameaça velada da empresa de que demitirá funcionários que participam da greve nacional dos bancários.

O acórdão RE 589998 do STF, publicado no dia 12 de setembro, consolida o entendimento de que empresas públicas e sociedades de economia mista, como é o caso do Banco do Brasil, não podem fazer demissões por ato de gestão, havendo sim a "necessidade de motivação da dispensa".

"A motivação do ato de dispensa, assim, visa resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir", diz a ementa do acórdão.

O Banco do Brasil, portanto, mente quando diz em sua página na internet que a empresa, "apesar de ser um agente de políticas públicas, explora atividade econômica, estando sujeito a outro regime jurídico, conforme prevê a Constituição Federal, no artigo 173, parágrafo 1º, inciso II. Assim, os atos de gestão praticados pelo banco estão respaldados pela legalidade constitucional".

"A decisão do STF, como expressamente explicitado no acórdão, atinge a todas as empresas públicas e sociedades de economia mista nas esferas federal, estadual e municipal. Portanto, é inconstitucional qualquer demissão por ato de gestão da empresa. Ou seja, qualquer demissão no Banco do Brasil e outras empresas e sociedades de economia mista exige motivação", afirma Martius Sávio Lobato, consultor jurídico da Contraf-CUT.

"Em razão disso, a Contraf-CUT adotará todas as medidas judiciais cabíveis, por improbidade administrativa, contra os gestores que descumprirem essa decisão do Supremo Tribunal Federal", adverte Carlos Cordeiro, presidente da confederação.



Fonte: Contraf-CUT --- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35970


PL 4330 poderá ser votado nas 5 próximas sessões da CCJC da Câmara


O nefasto Projeto de Lei nº 4330, de autoria do empresário e deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a terceirização para todas as áreas das empresas, poderá ser votado nas próximas cinco sessões da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, conforme prevê despacho emitido nesta quinta-feira (26) pela mesa diretora da Câmara, presidida pelo deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN). Após esse prazo, o PL 4330 deverá ser remetido para o plenário da Câmara.

Leia a íntegra da decisão da mesa da Câmara:

Despacho exarado no Requerimento n. 8.634/2013, conforme o seguinte teor: "Concedo o prazo adicional de cinco sessões à Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania - CCJC para votar o parecer relativo ao Projeto de Lei n. 4.330/2004, após o quê deverá ser remetido ao Plenário, na forma do art. 52, § 6º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Publique-se. Oficie-se."

"Com essa decisão, precisamos intensificar ainda mais a luta contra o PL 4330, cuja aprovação tem sido barrada pela mobilização dos trabalhadores, com forte participação dos bancários", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

O assunto será discutido na reunião do Grupo de Trabalho sobre Terceirização da CUT, que ocorre às 14h desta sexta-feira (27), em São Paulo.

"Não podemos baixar a guarda contra o PL 4330. Cabe destacar que a greve dos bancários possibilita reforçar a mobilização na sociedade, buscando comprometer os deputados para que se posicionem contra esse projeto da terceirização que os banqueiros e empresários querem aprovar para reduzir os seus custos, precarizar o trabalho e turbinar os seus lucros", salienta Miguel.

Favela Fábrica

O vídeo Favela Fábrica retrata a crueldade do processo de terceirização com os trabalhadores, a partir da prestação de vários serviços terceirizados, desmascarando a especialização alegada pelos empresários.

Clique aqui para ver o vídeo.

Jornada Mundial pelo Trabalho Decente

No próximo dia 7 de outubro, a CUT e as centrais participam da Jornada Mundial pelo Trabalho, incluindo os pontos da Pauta da Classe Trabalhadora, especialmente a pressão contra a Terceirização.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, reunido nesta quinta-feira, em São Paulo, decidiu chamar os bancários a participar dessas atividades.


Fonte: Contraf-CUT


Comando Nacional decide ampliar a greve, que já paralisa 10.586 agências


Comando Nacional reúne-se na sede da Contraf-CUT, em São Paulo

A greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira 26 completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos, já é a maior dos últimos anos e deve continuar crescendo em todo o país, porque a categoria está indignada com a postura intransigente dos bancos. Essa é a avaliação do Comando Nacional dos Bancários, que se reuniu nesta quinta em São Paulo para fazer um balanço do movimento na primeira semana e decidiu ampliar a paralisação para forçar os banqueiros a apresentarem uma nova proposta que contemple as reivindicações econômicas e sociais dos trabalhadores.

O Comando também aprovou nota oficial reafirmando a decisão de intensificar a greve, manifestando a disposição de negociação e responsabilizando os presidentes da Fenaban e dos seis maiores bancos pelo fechamento do diálogo com os bancários.

Clique aqui para ver a íntegra da nota. Leia o texto abaixo:

Nota do Comando Nacional dos Bancários

O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta quinta-feira 26 de setembro em São Paulo na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), após avaliação da primeira semana da greve da categoria, decidiu:

1. Ampliar e fortalecer a greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal.

2. Reafirmar a disposição de negociação dos representantes dos bancários, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.

3. Afirmar que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

4. Ressaltar que os bancos que operam no Brasil têm totais condições de atender às demandas dos bancários, conforme demonstra relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira 26, segundo o qual o lucro do sistema financeiro nacional é "robusto" e atingiu R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.

5. Denunciar a irresponsabilidade social dos bancos, especialmente os privados, que, na contramão da economia brasileira, geradora de 1,07 milhão de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, cortaram 6.987 postos de trabalho no mesmo período, precarizando o atendimento à população, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários.

6. E denunciar que, em busca de "melhor eficiência", os bancos vêm obrigando os bancários a cumprirem metas abusivas e a venderem produtos financeiros desnecessários à população, o que tem aumentado a incidência de adoecimentos.

Carlos Cordeiro,
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários

Luta contra o PL 4330

Os representantes dos bancários reafirmaram ainda a necessidade de intensificar a mobilização contra o PL 4330, que libera a terceirização até para atividades-fim, e participar da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, programada pela CUT e demais centrais sindicais para 7 de outubro.

Fonte: Contraf-CUT
Bancos dizem 'não' a aumento real, e greve continua

CLAUDIA ROLLI
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
 
Em ano de desaceleração da economia, os bancos já decidiram: não haverá aumento acima da inflação para os bancários, que entram hoje no nono dia de greve.
Se não cederem de fato, será a primeira vez desde 2003 que a categoria, uma das mais fortes nas negociações salariais, receberá só a reposição da inflação (6,1%).
As negociações dos bancários serve de modelo para os acordos salariais de todo o setor de serviços, segmento de maior pressão para inflação.
Nos últimos nove anos, a categoria teve 22,2% de aumento real, de acordo com a Contraf-CUT (confederação nacional dos bancários).
"Ninguém está falando em cortar benefícios e conceder zero de reajuste, o que seria um mau acordo. Ao repor o poder de compra, os bancários continuarão com os melhores salários do mercado, os melhores benefícios e a participação de lucros [PLR] garantida em convenção coletiva", diz Magnus Apostólico, diretor de relações trabalhistas da Fenaban (federação dos bancos).
O salário médio dos bancários é hoje de R$ 4.740, sendo que o piso salarial é de R$ 1.519. A PLR paga aos caixas de bancos, segundo o diretor, varia entre 3,5 e 4 salários adicionais.
"Isso corresponde a quase 30% a mais no salário, se dividirmos o valor da PLR por mês", diz o diretor.
Ainda segundo os bancos, a inflação pelo INPC acumulada nos últimos sete anos foi de 42%, enquanto a correção no piso do setor foi de 80%, e a dos salários, 60%.
"A proposta de conceder só a reposição da inflação é indecente. A greve continuará até que haja proposta melhor", diz Juvândia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região (CUT) e uma das coordenadoras da negociação.
Um dos motivos alegados para não conceder aumento real é o fato de o lucro obtido pelos bancos ter sido menor do que a inflação no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012.
Na média, os bancos lucraram 3,7% a mais, enquanto a inflação está em 6%.
"Um setor que lucrou R$ 59 bilhões não pode dar aumento real? Mesmo que o lucro não tivesse crescido, ainda seria altíssimo. Não tem cabimento", diz a sindicalista.
"A economia está girando mais devagar, com resultados inferiores aos de anos anteriores. O cenário é de indefinição neste ano e no primeiro semestre de 2014. É preciso cautela", afirma o diretor.
 
AUMENTO REAL
Neste ano, os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, além de PLR no valor de três salários mais R$ 5.553,15 fixos, entre outros.
No ano passado, foram nove dias de paralisação, que resultaram em reajuste de 7,5%, sendo 2% de aumento real. Em 2011, os bancários cruzaram os braços por 21 dias e voltaram ao trabalho com reajuste de 9% (1,5% acima da inflação). Foi a maior paralisação desde 2004.
Patrões e empregados não sentam para negociar há três semanas. Cada um dos lados espera uma contraproposta.
Segundo os bancários, 10.586 agências e centros administrativos nos 26 Estados e Distrito Federal foram fechados devido à greve. A Fenaban não divulga a adesão.
 
Fonte: UOL

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Greve cresce e bancos se fingem de mortos

Movimento está cada vez maior e será ampliada até que bancos voltem a negociar e apresentem proposta decente. Comando Nacional dos Bancários envia carta à Fenaban

São Paulo - A greve em São Paulo, Osasco e região está maior a cada dia. Nessa quinta-feira, oitavo dia da paralisação nacional, 789 locais de trabalho foram fechados – 772 agências e 17 centros administrativos – por mais de 32 mil bancários.

No oitavo dia, 789 locais parados.

Os trabalhadores engrossam o protesto cobrando dos bancos a retomada das negociações e uma proposta que contemple reivindicações como aumento real para salários, piso, vales, auxílios e a PLR. A federação dos bancos (Fenaban), no entanto, não se manifesta.

O Comando Nacional dos Bancários reuniu-se no final da tarde de quinta 26, em São Paulo, mas nenhum contato foi feito pelos bancos. “Enviamos carta à Fenaban reiterando a disposição de negociar e aguardamos que retomem a mesa de debate”, informa a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Mas a greve está forte em todo o país e, ao lado dos bancários, os sindicatos vão fortalecê-la cada vez mais até que os banqueiros se mexam.”

A rodada de negociação mais recente foi realizada em 5 de setembro, quando a Fenaban apresentou a proposta de 6,1%, sem aumento real. Os bancos receberam comunicado oficial do Comando Nacional dos Bancários e o aviso da greve definida pelos trabalhadores em assembleia no dia 12 de setembro. Nas instituições financeiras públicas as negociações também estão paralisadas, sem qualquer avanço.

O setor lucrou R$ 59,7 bi entre junho de 2012/2013, de acordo com o Banco Central. “Os bancários são os responsáveis por esse fantástico resultado e os banqueiros estão recusando esse reconhecimento. Os trabalhadores querem sua parte e vão continuar na luta!”, reforça Juvandia.

Desrespeito – O silêncio dos banqueiros faz a greve aumentar, assim como a revolta dos bancários diante do desrespeito com que são tratados, seja nos contingenciamentos (leia nas páginas centrais), seja pelos interditos proibitórios – instrumento jurídico utilizado para tentar proibir o legítimo direito de manifestação dos grevistas. O Sindicato está adotando todas as medidas judiciais cabíveis no combate a esses instrumentos.

Comando de Greve – Composto por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil, o Comando de Greve reúne-se hoje, às 17h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413). Bancários também podem participar e ajudar a organizar a paralisação.

Assembleia – Os bancários de São Paulo, Osasco e região realizam nova assembleia na próxima terça-feira 1º, às 17h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé) para avaliar e organizar o movimento. Leve crachá ou holerite com documento de identificação com foto para se credenciar.

Cláudia Motta - 26/9/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=5847

Ninguém na Verbo entrou para trabalhar

De forma inédita, 100% dos funcionários de uma das maiores concentrações do Banco do Brasil paralisam as atividades contra abusos, desrespeitos e reajuste salarial sem aumento real
São Paulo – A greve chegou ao Complexo Verbo Divino do Banco do Brasil de maneira avassaladora. A concentração que engloba os setores de TI, central de atendimento, cofre e administração predial foi fechada em sua totalidade nesta quinta-feira 26, oitavo dia de greve, e seus funcionários, especialmente os terceirizados, aderiram à paralisação de forma enfática, mesmo sob a coação dos supervisores.

> Fotos: galeria da greve na Verbo
> Vídeo: reportagem sobre a paralisação

“Trabalho aqui há mais de 20 anos e nunca vi isso”, resumiu um funcionário que cuida da limpeza do prédio. Ele é um dos cerca de 1,2 mil terceirizados de um total de 2,2 mil funcionários do local.

O prédio pode ser enxergado como um retrato do mundo do trabalho, hoje. Em um lado estão os contratados diretos, os bancários de carreira do banco público, com direitos e conquistas da categoria garantidos pelas lutas de outras campanhas salariais, mas que se encontram sob constante ameaça. Do outro, os terceirizados e a precarização que este regime de trabalho acarreta.

“As coisas aqui só tendem a piorar para acompanhar a realidade encontrada nos outros bancos”, diz uma bancária, que denuncia o acúmulo de função causado pela diminuição dos quadros profissionais. “Éramos cinco na minha equipe. Hoje somos dois. Tenho que fazer o meu trabalho e do meu supervisor que está de licença”, conta.
“Quebrou a perna” – Outro bancário de carreira cita os prejuízos acarretados pelo plano de cargos e funções imposto pela direção do BB sem negociação, que diminuiu as verbas salariais em média em 16%.  “Quebrou a perna de boa parte do pessoal. A gente tem família para sustentar. Ter perdas salariais a essa altura do campeonato fica pesado”, diz o funcionário com mais de 20 anos de casa.

Uma bancária lembrou a sempre presente pressão por metas. “O negócio é feio. Eles te fazem vender até a alma”. Outro funcionário corroborou. “Se, durante o atendimento, eu não ofereço produtos ao cliente, sou pontuado negativamente.”

Sobre o aumento de 6% proposto pelo banco, o sentimento é de indignação geral. “Nós somos cobrados para cumprir metas, participamos da construção do lucro do banco e ele oferece esse aumento que é uma piada”, disse um bancário da área de TI.

Outro funcionário lembra o lucro de R$ 10 bilhões no primeiro semestre de 2013. “Foi recorde, então não tem desculpa para não dar um aumento decente. Se há tanta cobrança por metas, tem que ter um retorno à altura. Nós, bancários de base, que fazemos a captação diária com o cliente.”

Desrespeito e revolta – Se os funcionários do BB estão indignados, os terceirizados estão revoltados. Uma funcionária da TMKT, empresa de call center contratada, desabafa. “A gente ganha metade do que ganham os bancários, só que fazemos o mesmo serviço, trabalhamos no final de semana e o vale refeição é de R$ 7,50. Por aqui é tudo muito caro, tenho que almoçar uma coxinha”.
Ela continua: “os lucros do Banco do Brasil nunca vêm para a gente. Trabalho há três anos aqui e a PLR sempre foi de R$ 80, não importa se o lucro aumentar. E você tem o dia descontado se tiver faltas, mesmo justificadas. Teve um ano que tive cinco faltas, todas justificadas, e recebi R$ 18 de PLR.”

A lista de desrespeitos continua. “Você tem desconto no salário se tiver que faltar para levar o filho ao médico”, conta outra terceirizada.

Polícia – A adesão à paralisação gerou reação. A PM foi acionada, mas isso não intimidou os funcionários, que resistiram apesar da imtimidação que a simples presença da polícia causa. Cartazes empunhados pelos terceirizados expressavam as reivindicações. “Exigimos respeito” e “Queremos direitos iguais” podiam ser lidos inclusive pelos supervisores da TMKT, que ansiavam desrespeitar o direito de greve.

Ação Civil – Durante a paralisação, foi anunciado que o Sindicato vai entrar com uma ação civil pública para os funcionários terceirizados. “Queremos comprovar que eles fazem o mesmo trabalho dos bancários do BB e por isso devem receber salário de bancários”, afirmou o secretário executivo do Sindicato Ernesto Izumi.

Uma terceirizada resumiu o espírito de luta presenciado neste oitavo dia de greve dos bancários em frente ao Verbo Divino.  “Se a gente quiser alguma coisa, temos que ir atrás dos nossos direitos e protestar, fazer ouvir a nossa voz”, afirmou.

Leia mais
> Greve toma conta de São Paulo, Osasco e região


Rodolfo Wrolli - 26/9/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=5844
Comando Nacional decide ampliar a greve, que já paralisa 10.586 agências 
Comando Nacional reúne-se na sede da Contraf-CUT, em São Paulo

A greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira 26 completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos, já é a maior dos últimos anos e deve continuar crescendo em todo o país, porque a categoria está indignada com a postura intransigente dos bancos. Essa é a avaliação do Comando Nacional dos Bancários, que se reuniu nesta quinta em São Paulo para fazer um balanço do movimento na primeira semana e decidiu ampliar a paralisação para forçar os banqueiros a apresentarem uma nova proposta que contemple as reivindicações econômicas e sociais dos trabalhadores.

O Comando também aprovou nota oficial reafirmando a decisão de intensificar a greve, manifestando a disposição de negociação e responsabilizando os presidentes da Fenaban e dos seis maiores bancos pelo fechamento do diálogo com os bancários.

Clique aqui para ver a íntegra da nota. Leia o texto abaixo:

Nota do Comando Nacional dos Bancários

O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta quinta-feira 26 de setembro em São Paulo na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), após avaliação da primeira semana da greve da categoria, decidiu:

1. Ampliar e fortalecer a greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal.

2. Reafirmar a disposição de negociação dos representantes dos bancários, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.

3. Afirmar que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

4. Ressaltar que os bancos que operam no Brasil têm totais condições de atender às demandas dos bancários, conforme demonstra relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira 26, segundo o qual o lucro do sistema financeiro nacional é "robusto" e atingiu R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.

5. Denunciar a irresponsabilidade social dos bancos, especialmente os privados, que, na contramão da economia brasileira, geradora de 1,07 milhão de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, cortaram 6.987 postos de trabalho no mesmo período, precarizando o atendimento à população, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários.

6. E denunciar que, em busca de "melhor eficiência", os bancos vêm obrigando os bancários a cumprirem metas abusivas e a venderem produtos financeiros desnecessários à população, o que tem aumentado a incidência de adoecimentos.

Carlos Cordeiro,
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários

Luta contra o PL 4330

Os representantes dos bancários reafirmaram ainda a necessidade de intensificar a mobilização contra o PL 4330, que libera a terceirização até para atividades-fim, e participar da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, programada pela CUT e demais centrais sindicais para 7 de outubro.

Fonte: Contraf-CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35959


Contraf-CUT e BC discutem PL 4330, MP 615 e correspondentes bancários

 
Reunião foi realizada na sede do Banco Central, em Brasília

A Contraf-CUT reuniu-se nesta quarta-feira 25 com a direção do Banco Central, em Brasília, para discutir a regulação e atuação dos correspondentes bancários e as preocupações da categoria bancária com a Medida Provisória 615, que regulamenta o sistema de pagamento via celular ("mobile payment"), e com o PL 4330, que autoriza a terceirização indiscriminada no sistema financeiro, inclusive das atividades-fim.

A reunião foi requisitada pela Contraf-CUT, em ofício enviado ao Banco Central no dia 3 de setembro. Veja aqui o ofício.

"Durante duas horas pudemos expor nossos pontos de vista com relação a esses temas. Advertimos a direção do Banco Central que o PL 4330, a MP 615 e os correspondentes bancários levam à precarização das relações de trabalho e também da relação com clientes e usuários, podendo gerar risco sistêmico conforme as próprias normas do BC", informa Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.

Além de Miguel, pela Contraf-CUT participaram da reunião Eduardo Araújo, presidente do Sindicato de Brasília, e Vivian Machado, economista do Dieese.

Pelo BC, representando o presidente Alexandre Tombini participaram o secretário-executivo Geraldo Magela Siqueira, Anselmo Pereira Neto, do Departamento de Normas, os procuradores gerais Cristiano Cozer e Marcel Mascarenhas e a chefe da Secretaria Executiva, Flávia Carneiro Secretaria Executiva.

Apesar das divergências quanto aos correspondentes, na avaliação da Contraf-CUT o encontro foi cordial e positivo. "O BC afirmou que seu objetivo é ampliar a bancarização e age em função do bem comum e da coletividade. Reafirmamos que a Contraf-CUT também almeja o bem da sociedade e que a Constituição de 88 consagra o valor social do trabalho e que, quando edita tais medidas, o BC deveria levar em consideração todos os impactos na sociedade. De nada adianta medida de cunho social se o resultado for mais concentração da renda e precarização das relações sociais e de trabalho. Nesse ponto houve a concordância de todos", acrescenta o diretor da Contraf-CUT.

Contradições dos correspondentes

"Apresentamos algumas contradições e desvirtuamentos do modelo de bancarização via correspondentes, como a sua concentração nos grandes centros e a discriminação e até impedimento de utilização dos espaços das agências bancárias pelos clientes de menor renda, além da substituição das tradicionais agências por correspondentes dos próprios bancos, que impactará até mesmo o IDH das regiões", diz Miguel Pereira.

"Quando o correspondente desempenha função estratégica dentro da holding, os grandes bancos acabam por adquirir seus controles acionários, descaracterizando por completo o conceito de correspondentes bancários. Sugerimos então que a prestação dos serviços bancários seja efetuada por unidades e postos bancários, e por intermédio de bancários contratados diretamente pelos bancos."

Em relação à discriminação contra clientes de baixa renda, os representantes do BC disseram que isso é passível de denúncia nos órgãos de defesa do consumidor e no próprio Banco Central, uma vez que existem normas que impedem essa discriminação.

Dúvidas sobre o MP 615

Sobre a MP 615/2013, recentemente aprovada no Congresso Nacional, a Contraf-CUT também manifestou preocupações e dúvidas com relação ao impacto que poderão provocar na atual organização, divisão e representação do trabalhador bancário. O BC tem até o dia 17 de novembro para apresentar sua regulamentação.

Em resposta, os representantes do BC afirmaram entender o papel do movimento sindical, mas que esses desdobramentos não são o foco da atuação do Banco Central. "Rebatemos que essa deveria passar a ser preocupação do BC, pois do contrário cada vez mais haverá questionamentos judiciais, como as diversas ações civis públicas promovidas recentemente pelo MPT contra as resoluções do BC, que colocam em risco a existência da categoria dos bancários e não assegura os direitos dos trabalhadores envolvidos em atividades idênticas".

Eduardo Araújo enfatizou o esforço das entidades sindicais em organizar e representar esses novos trabalhadores com essas novas atribuições, como é o caso do Sindicato dos bancários de Brasília com relação aos lotéricos, que já iniciaram essa nova relação. Disse que se há essa dificuldade , que dirá em manter padrões civilizatórios para esses trabalhadores.

Pela primeira vez, os representes do Banco Central disseram estar abertos às contribuições, sugestões e críticas do movimento sindical e apresentaram uma série de canais e estruturas internas e externas que poderiam contribuir na apuração de desvios praticados pelos bancos no cumprimento das normas editadas pelo BC, visando aprimorar as normas.

Segundo eles, tem sido uma preocupação do presidente Tombini melhorar a relação com os demais atores sociais e que para isso foi criada recentemente a Diretoria de Relacionamentos Institucionais e de Cidadania, ocupada por Luiz Edson Feltrim.


Fonte: Contraf-CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35939


Bancos privados fecham 7 mil postos de trabalho em oito meses

 
Os bancos privados que operam no país fecharam 6.987 postos de trabalho entre janeiro e agosto de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 1,07 milhão de novos empregos no mesmo período. Além dos cortes, o sistema financeiro mantém a rotatividade de mão de obra alta, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos.

É o que mostra a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira 24 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.

"Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Por isso a categoria incluiu a preservação do emprego, mais contratações e o fim da rotatividade como duas das principais reivindicações da Campanha Nacional de 2013."

Segundo o Caged, os bancos brasileiros contrataram 26.940 bancários entre janeiro e agosto e desligaram 30.314. No total do sistema financeiro, foram fechados 3.374 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor. A Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.357 empregos nos primeiros oito meses do ano. E como o Banco do Brasil manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentram nos bancos privados.

Veja aqui o estudo do Dieese sobre o saldo do emprego bancário.

Rotatividade reduz salário e concentra renda

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e agosto foi de R$ 2.896,09, contra salário médio de R$ 4.550,64 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,4% inferior à dos que saem. Com isso, os bancos buscam reduzir suas despesas.

"Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto", denuncia Carlos Cordeiro.

Em dezembro de 2011, último dado da Rais, o salário médio do bancário era 94,5% do que valia em 2001. Veja aqui gráfico com o comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários.

Os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.

No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria receberam em 2012, em média, R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,8 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsaram R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou R$ 5,0 milhões no ano a seus executivos, a diferença é de 106,0 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.

"A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo", comenta Carlos Cordeiro.



Fonte: Contraf-CUT -  http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35908


Executiva Nacional da CUT define novas ações contra PL 4330

 
Em reunião realizada na terça e quarta-feira, dias 24 e 25, em São Paulo, a Direção Executiva da CUT aprofundou o debate do cenário político e econômico do País e reafirmou sua posição de defesa intransigente dos direitos e interesses dos trabalhadores.

Após as discussões, os dirigentes da Central deliberaram sobre os seguintes pontos:

1. AÇÃO CONTRA O PL 4330 E DEFESA DA PAUTA DA CLASSE TRABALHADORA

Travamos nos últimos meses uma dura batalha contra a precarização das relações de trabalho e conseguimos, por meio da mobilização dos trabalhadores, impedir que fosse levado à votação no Congresso Nacional o PL 4330. Vencemos uma etapa importante, mas a luta continua.

Diante da possibilidade de o PL 4330 ser votado nas próximas semanas, exigimos que o projeto seja retirado da pauta do Congresso.

Aprovamos os seguintes encaminhamentos:

- Manter nossas bases em estado de vigilância, prontas para retomar a ação contra qualquer iniciativa dos empresários ou de seus representantes no parlamento visando retirar direitos dos(as) trabalhadores(as) e precarizar as relações de trabalho. Realizar uma manifestação de massa em Brasília, se o PL 4330 for para a votação;

- Exigir a retirada do requerimento de urgência, instrumento que permite enviar o projeto direto para o plenário da Câmara;

- Promover audiências públicas, onde ainda não ocorreu, nas Assembleias Legislativas dos Estados, juntamente com a Anamatra, Ministério Público do Trabalho, OAB e demais aliados, para pressionar os deputados em suas bases eleitorais, mobilizar a opinião pública e as bases CUTistas na luta contra o PL 4330;

- Manter a pressão e promover o diálogo junto aos partidos e parlamentares em Brasília, explicitando a posição da CUT;

- Divulgar no Portal da CUT os nomes dos deputados que já declararam seu voto contrário ao PL 4330, dos que já se posicionaram a favor da terceirização e daqueles que ainda não se manifestaram, para que continuemos a pressioná-los;

- Retomar, junto com esta luta contra o PL 4330, as mobilizações em torno dos demais pontos da Pauta da Classe Trabalhadora. Priorizar na pauta da CUT, as bandeiras de luta para avançar na conquista de direitos: fim do fator previdenciário, redução de jornada para 40 horas sem redução de salários, aprovação do PEC do trabalho escravo e medida contra a criação de fundações privadas no âmbito do serviço público (PL 92/2007);

- incluir os pontos da Pauta da Classe Trabalhadora, especialmente a pressão contra a Terceirização, na Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, programada para 7 de outubro.

2. LEILÃO DO CAMPO DE LIBRA

A Direção da CUT reafirmou sua posição em defesa dos interesses da população e da soberania nacional, colocando-se contra o leilão do Campo de Libra, previsto para 21 de outubro próximo. Neste sentido, convoca as Estaduais da CUT, os ramos e sindicatos filiados a mobilizar suas bases para participar, junto com os movimentos sociais, das atividades programadas contra esse leilão, tendo como foco aquelas que já estão sendo organizadas pela FUP, conforme o calendário abaixo:

- 30/09 - acampamento da FUP em Brasília;

- 03/10 - greve nacional dos Petroleiros e atos relativos aos 60 anos da Petrobrás;

- 07/10 - ato político no Rio de Janeiro;

- 17/10 - Dia Nacional de Luta contra o Leilão de Libra, com passeatas nas capitais;

- 21/10 - Ato público com participação de todas as centrais sindicais e movimentos sociais no local do leilão.

3. COMUNICAÇÃO

O Fórum Nacional pela Democratização dos Meios de Comunicação, FNDC, realizou em Brasília, nos dias 21 e 22 de setembro, sua XVII Plenária Nacional, quando deliberou pela intensificação da coleta de assinaturas do Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Democratização da Comunicação, a ser realizada durante a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, entre os dias 13 e 19 de outubro, e pela aprovação do marco civil da Internet com neutralidade da rede.

De acordo com a legislação vigente desde a Constituição de 1988, os projetos de lei de iniciativa popular, como é o caso do Projeto de Lei de Mídia Democrática, exigem o mínimo de 1% de assinaturas do colégio eleitoral nacional. Atualmente é necessário mais de 1,4 milhão de assinaturas, por isso o compromisso da CUT, com toda a sua força e abrangência é fundamental para que obtenhamos vitória nessa luta a favor da democracia brasileira.

Portanto, a direção Executiva da CUT delibera:

- tratar a questão como prioritária em todas as instâncias da Central durante a Semana da Democratização da Comunicação, entre 13 e 19 de outubro;

- que os ramos e sindicatos executem ações para a coleta de assinaturas para Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Democratização da Comunicação durante essa semana, preferencialmente com a abertura de postos para coleta de assinaturas, fixos e itinerantes;

- que as entidades encaminhem os formulários assinados para a Secretaria de Comunicação da CUT Nacional.

4. REFORMA POLÍTICA

A CUT reafirma sua posição quanto à necessidade de uma ampla reforma do sistema político brasileiro como condição necessária para resolver problemas estruturais da política nacional e para que as forças populares consigam aprofundar as mudanças que são necessárias para fortalecer a democracia e avançar no combate à exclusão e à desigualdade social. Neste sentido, reafirma sua posição em relação a pontos fundamentais dessa reforma:

- fim do financiamento privado de campanha;

- voto em lista partidária com alternância de sexo;

- diminuição do número de assinaturas para projeto de lei de iniciativa popular;

- fim do Senado;

- inclusão de mecanismos para democratizar o Poder Judiciário.

Assim, a CUT delibera por mobilizar suas bases por uma Reforma Política democrática e prioriza, juntamente com os movimentos sociais, a realização de um plebiscito por uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político.


Fonte: CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35960


Greve dos bancários entra no oitavo dia e toma conta de São Paulo


Crédito: Gerardo Lazzari - Seeb São Paulo
Gerardo Lazzari - Seeb São PauloBarueri, Jandira, Santana de Parnaíba, Itapevi. Embu Guaçu, Embu das Artes, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra são alguns dos municípios da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo que estão com diversas agências paralisadas nesta quinta 26, oitavo dia de greve nacional por tempo indeterminado da categoria.

O movimento foi iniciado no dia 19, em resposta ao reajuste de 6,1%, sem aumento real, feito pela federação dos bancos (Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários.

"Estamos deixando claro aos bancos que não aceitamos essa proposta e que merecemos muito mais", afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "É imprescindível que todos os trabalhadores ajudem a ampliar nosso movimento que está tomando todo o país." Também estão com as atividades interrompidas setores de telefonia de alguns dos maiores bancos: call center do Santander, CABB e SAC do Banco do Brasil e Ceopi da Caixa Federal.

Há paralisação nas concentrações da CA Brigadeiro e GPSA do Itaú, Núcleo Alphaville do Bradesco e complexo São João do Banco do Brasil. Protesto do Sindicato também atingiu um contingenciamento montado pelo Itaú na Rua Jundiaí, nas proximidades do Ibirapuera.

Cruzaram os braços bancários de agências dos bairros da Mooca e do Brás, vilas Gomes Cardim e Esperança na zona leste, Pirituba, Perus, vilas Jaraguá, Munhoz, Guilherme e Maria na zona norte, das avenidas Paulista, Consolação e Jabaquara e Rua Tutóia.

Além disso, corredores das ruas Joaquim Floriano, Clodomiro Amazonas e João Cachoeira e das avenidas Faria Lima e São Gabriel na zona oeste, bairros do Capão Redondo e Campo Limpo e Avenida M Boi Mirim na zona sul, e dos centros Velho e Novo.

Comando Nacional

Os integrantes do Comando Nacional dos Bancários se reúnem nesta quinta, às 14h, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo para avaliar o movimento em todo o país.

Comando de Greve

Integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil, o Comando der Greve volta a se reunir nesta quinta, às 16h, na Quadra. Outros bancários que queiram ajudar a organizar o movimento, também podem participar.

Assembleia

Também nesta quinta, os bancários voltam a se reunir em assembleia, às 17h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192). Leve crachá do banco ou holerite mais documento com foto para se credenciar.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo



Greve dos bancários completa sete dias e para 10.024 agências em todo país


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloBancários param o CAT, onde funciona o call center do Itaú, em São Paulo

Os bancários, em greve nacional há sete dias, continuam ampliando e intensificando a paralisação da categoria em todo o país. Nesta quarta (25) 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal. Trabalhadores de setores estratégicos também aderiram à greve, com destaque para a paralisação de call centers.

A greve nacional foi deflagrada na quinta-feira (19) e, como nos anos anteriores, vem crescendo a cada dia. No primeiro dia foram fechados 6.145 unidades, subindo para 7.282 no segundo dia, 9015 no quinto dia e 9.665 unidades no sexto dia. Trata-se de um crescimento de 63,12% em relação ao primeiro dia de greve.

A (única) proposta da Fenaban de reajuste 6,1%, que repõe apenas a inflação do período, foi apresentada no dia 5 de setembro e foi rejeitada pelos bancários em assembleias realizadas dia 12, em todo o país.

"Completamos uma semana de uma forte greve nacional, maior do que a do ano passado. Enquanto isso, os bancos estão há vinte dias calados, intransigentes, sem negociar com os bancários, desrespeitando a categoria e a sociedade. Vamos fortalecer ainda mais o movimento, ampliar ainda mais as paralisações, para forçar a reabertura das negociações visando conquistar uma proposta decente , com aumento real de salário, ampliação da PLR, valorização do piso, mais contratações, fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições de trabalho com fim das metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

O Comando Nacional, que representa 95% dos bancários de todo o Brasil, vai se reunir nesta quinta-feira (26), às 14h, em São Paulo, para fazer uma avaliação da primeira semana de greve e definir formas de ampliar e fortalecer ainda mais o movimento.

Mais passeatas e manifestações

Além de paralisar as atividades, os bancários vêm intensificando a realização de passeatas e manifestações em todo o país. Na terça (24) ocorreram caminhadas em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Campo Grande. Hoje, estavam agendadas mobilizações em Brasília, João Pessoa, Fortaleza e Salvador, entre outras.

"Vamos aumentar os protestos nas ruas para dialogar com os clientes e a sociedade, mostrando que os bancos, cujos lucros atingiram 29 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, têm plenas condições que atender às reivindicações econômicas e sociais dos bancários, reduzir as altas taxas de juros e tarifas cobrados dos clientes e garantir atendimento de qualidade à população ", conclui Carlos Cordeiro.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 25 de setembro de 2013



Bancos privados fecham 7 mil postos de trabalho em oito meses


Os bancos privados que operam no país fecharam 6.987 postos de trabalho entre janeiro e agosto de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 1,07 milhão de novos empregos no mesmo período. Além dos cortes, o sistema financeiro mantém a rotatividade de mão de obra alta, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos.

É o que mostra a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira 24 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.

"Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Por isso a categoria incluiu a preservação do emprego, mais contratações e o fim da rotatividade como duas das principais reivindicações da Campanha Nacional de 2013."

Segundo o Caged, os bancos brasileiros contrataram 26.940 bancários entre janeiro e agosto e desligaram 30.314. No total do sistema financeiro, foram fechados 3.374 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor. A Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.357 empregos nos primeiros oito meses do ano. E como o Banco do Brasil manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentram nos bancos privados.

Veja aqui o estudo do Dieese sobre o saldo do emprego bancário.

Rotatividade reduz salário e concentra renda

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e agosto foi de R$ 2.896,09, contra salário médio de R$ 4.550,64 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,4% inferior à dos que saem. Com isso, os bancos buscam reduzir suas despesas.

"Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto", denuncia Carlos Cordeiro.

Em dezembro de 2011, último dado da Rais, o salário médio do bancário era 94,5% do que valia em 2001. Veja aqui gráfico com o comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários.

Os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.

No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria receberam em 2012, em média, R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,8 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsaram R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou R$ 5,0 milhões no ano a seus executivos, a diferença é de 106,0 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.

"A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo", comenta Carlos Cordeiro.



Fonte: Contraf-CUT


Justiça nega interdito proibitório ao Santander em São Paulo


Crédito: Mauricio Novaes - Seeb São Paulo
Mauricio Novaes - Seeb São PauloPara juíza, não há impedimento de acesso e sim informação sobre a greve

O Santander ingressou, sem sucesso, com ação de interdito proibitório na Justiça do Trabalho, solicitando liminar contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, em função das mobilizações e greve dos bancários.

A juíza Adriana Maria Battistelli Varellis indeferiu o pedido destacando que "as fotos juntadas indicam a existência do movimento grevista, anunciado por faixas nas portas das agências, mas não atestam o efetivo impedimento de acesso as mesmas (barreiras físicas ou pessoas em atitudes intimidatórias)".

"O Santander tentou essa liminar em interdito proibitório e se deu mal. Se querem acabar com a greve, não conseguirão com interdito ou contingenciamento, mas com uma proposta decente na mesa de negociação", destaca a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Gravação

A ação do Santander menciona, ainda, a gravação feita por um advogado contratado pelo banco que tentou se passar por bancário para gravar imagens que comprovassem o impedimento do ingresso no local de trabalho.

A respeito dessa gravação, a juíza destaca "que o autor da mesma não teve qualquer dificuldade para ingressar na área de autoatendimento e que não entrou pela porta giratória porque foi informado que a agência estava fechada". E completa: "depois, ao dizer que era funcionário do banco, o autor da gravação logo foi inquirido se era daquela agência, tendo respondido que não, que era de outra área. Logo, injustificável que quisesse adentrar para laborar naquela agência".

Interdito

O interdito proibitório é uma ação judicial prevista no Código de Processo Civil que visa repelir algum tipo de ameaça à posse. Mas é usada de forma inapropriada pelos bancos, que a utilizam com o único propósito de impedir que os trabalhadores exerçam seu direito constitucional de greve.

"O interdito proibitório é um instrumento totalmente estranho à relação do trabalho. Querem impedir a presença dos grevistas como se fossem tomar os prédios ou como se os próprios trabalhadores fossem propriedade dos banqueiros", argumenta o advogado trabalhista Ericson Crivelli.

Outros

O Bradesco e o Banco do Brasil também ingressaram com pedido de liminar na ação de interdito proibitório para São Paulo e o Sindicato já está tomando as medidas judiciais cabíveis. No caso do BB, mandado de segurança impetrado pela entidade proíbe o uso de força policial para o cumprimento do interdito.

Em Barueri, o Bradesco também tentou, mas teve a liminar indeferida. A juíza Renata Prado de Oliveira Simões concluiu que "não restou comprovado pelo autor (Bradesco) as alegações descritas na petição inicial, a ponto de se constatar que o movimento grevista esteja impedindo o direito dos trabalhadores, clientes e público em geral de ir e vir, ou ainda, práticas de atos e de ameaça à posse objeto da ação."


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo


Sob chuva, 2 mil saem em passeata na Paulista e pressionam bancos


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloTrabalhadores protestam contra silêncio dos bancos

Os bancários deram mais uma demonstração da força na sua greve. Nesta terça 24, após um dia inteiro de muita mobilização nos locais de trabalho, a categoria realizou uma grande passeata na Avenida Paulista com mais de 2 mil trabalhadores, no final de uma tarde fria e chuvosa.

A caminhada em São Paulo, encerrada na Praça Roosevelt, ocorreu de forma simultânea à de outras capitais, como Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e Campo Grande.

Entre as principais queixas nos cartazes e faixas empunhados pelos bancários, estavam a proposta de 6,1% da Fenaban (federação dos bancos), sem aumento real, a pressão por metas abusivas e o assédio moral.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, ressaltou que a greve é um instrumento para melhorar a vida dos bancários e também dos clientes, que são afetados pela sanha dos bancos pelos lucros. E lembrou que a postura intransigente da Fenaban fortalece o movimento.

"Esse silêncio dos banqueiros só está fazendo nossa greve aumentar. Nossa luta é justa, pois batalhamos para que os clientes tenham melhor tratamento e para que as tarifas e os juros escorchantes baixem", pontuou.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou a postura dos banqueiros, que só pensam em aumentar os seus lucros, explorando os bancários e a sociedade. "Entra governo, sai governo e os bancos seguem lucrando cada vez mais", denunciou. Ele condenou as demissões, a pressão das metas e a cobrança de altas taxas de juros e tarifas dos clientes.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, disse que "quanto maior o silêncio dos bancos, maior será a mobilização dos bancários". Ele cobrou uma proposta decente dos bancos, com aumento real, valorização do piso, PLR maior, emprego, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

Insatisfação da categoria

O sentimento dos bancários em relação à postura da Fenaban é de indignação. Uma bancária da Caixa afirmou, durante a passeata, que os empregados do banco precisam de muito mais do que reposição da inflação. "A Caixa tem que valorizar os empregados e perceber que eles trabalham muito para conseguir lucros e mais lucros e na hora do retorno oferecem esse reajuste que é uma piada", protestou.

Um bancário do Itaú afirmou que se somou à passeata por acreditar na unidade da categoria como o melhor caminho para sair da Campanha de forma vitoriosa. "Temos que pensar coletivamente, só assim teremos voz", defendeu. E disse sentir na pele, diariamente, o descaso dos banqueiros, pois mora em Itaquaquecetuba e tem de se deslocar até o CA Raposo.

Além das questões específicas de cada banco, também ecoaram na passeata pautas relativas a toda a classe trabalhadora. Uma funcionária do Banco do Brasil afirmou que há uma insegurança generalizada na categoria gerada pela ameaça de aprovação do PL 4330, que legaliza a terceirização fraudulenta.

Ela se disse motivada a ir à luta nesta campanha, pois "o Banco do Brasil só é tão grande por conta de todo o esforço diário dos bancários". Para a bancária, "o banco tem que valorizar os seus funcionários e os bancários têm que vir para a luta, para fortalecer ainda mais o movimento", apontou.

A secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, ressaltou a importância do diálogo com os bancários, durante a passeata, que passou em frente a diversas agências e concentrações. "Essa passeata é importante, pois estamos conseguindo convencer aqueles que ainda não tinham aderido à greve. A greve não é fácil. Sempre foi com muita luta que nós bancários conquistamos nossos direitos. Agora não será diferente", disse.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo


No 6º dia da greve, bancários fecham 9.665 agências e vão às ruas protestar


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloMais de dois mil bancários de São Paulo fazem passeata na av. Paulista

No sexto dia da greve nacional, os bancários ampliaram a paralisação nesta terça-feira 24 em todo o país, fechando 9.665 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, e realizaram passeatas em várias capitais para manifestar a indignação contra o silêncio dos bancos diante de suas reivindicações por aumento real de salário, valorização do piso, mais contratações e fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, vai se reunir nesta quinta-feira 26, em São Paulo, para fazer um balanço da primeira semana da paralisação. "Vamos avaliar o movimento, que já é maior do que o do ano passado, e discutir formas de fortalecer e ampliar ainda mais as paralisações, diante do silêncio dos bancos em retomar o processo de negociações", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

A greve nacional foi deflagrada no dia 19, depois que os bancários rejeitaram em assembleias realizadas dia 12 a (única) proposta apresentada pelos bancos até agora, que apenas repõe a inflação do período (6,1%) e nega as demais reivindicações econômicas e sociais.

Como nos anos anteriores, a greve vem crescendo a cada dia. No primeiro dia foram fechados 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal. A paralisação atingiu 7.282 dependências no segundo dia e 9.015 unidades nesta segunda-feira 23.

"Os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre e exibem a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. A categoria já deixou claro que não volta ao trabalho sem aumento real e vai ampliar a greve para quebrar a intransigência da Fenaban", adverte o presidente da Contraf-CUT.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Comando Nacional se reúne nesta quinta para fazer avaliação da greve



24/09/2013


O Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quinta-feira (26), às 14h, em São Paulo, para fazer uma avaliação da primeira semana da greve que está paralisando agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

A greve foi deflagrada na última quinta-feira (19), conforme decisão das assembleias dos sindicatos no último dia 12, após ter sido rejeitada a única proposta de 6,1% da Fenaban, que só repõe a inflação do período pelo INPC.

Na segunda-feira (23), as paralisações atingiram 9.015 agências e centros administrativos em todo o país, um crescimento de 23,8% em relação à sexta-feira (20), quando os bancários pararam 7.282 dependências, um salto de 18,5% em comparação ao primeiro dia de greve, que teve 6.145 unidades fechadas.

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> Mobilização dos bancários é maior no quinto dia de greve; mais de 1.200 agências foram fechadas na base da Federação

Nesta terça-feira (24) e quarta (25), vários sindicatos realizam passeatas em conjunto com trabalhadores dos Correios, vigilantes e demais categorias em luta.

O Comando Nacional representa um total de 143 sindicatos e 10 federações de todo país, totalizando mais de 95% dos bancários de todo Brasil. Além das entidades integrantes, participam como convidados os coordenadores das comissões de empresas dos trabalhadores dos bancos públicos federais.

Fonte: Contraf


Terceirizados relatam perda de direitos e alertam sobre PL 4330


Durante a greve no Centro Administrativo Santander 2, na zona sul, e no CA Brigadeiro, do Itaú, na região da Avenida Paulista, trabalhadores que prestam serviços para os bancos alertaram a categoria para a ameaça que a terceirização representa para os direitos garantidos pela CLT e pela convenção coletiva dos bancários.

Dentre os relatos coletados na última sexta 20, estão dificuldades para manter a qualidade de vida. Uma das queixas relatadas no Casa 2 é o valor do tíquete para alimentação, agravado pelo fato de a região onde a concentração se localiza não ter opções além dos dois restaurantes do próprio prédio.

"Meu tíquete diário é de R$ 12, mal dá para duas semanas. Então, um dia almoço e em outro trago lanche. Assim vou esticando o vale até onde der", disse um trabalhador.

Outro afirma ter apenas horário para entrar. "Quando o serviço aperta, que é quase todos os dias, as pessoas dizem que não posso sair antes de terminar. Às vezes recebo horas extras por isso, mas em outras ocasiões, não", disse.

Um ex-bancário, hoje terceirizado, recorda que quando estava na categoria recebia vale-refeição maior, tinha cesta-alimentação e previdência complementar. "A maioria aqui era funcionário de banco que por extrema necessidade ficou nessa situação, perdendo todos esses direitos. Quando ingressei na categoria, nos anos 90, a gente saía de um banco e logo entrava em outro. Hoje são apenas seis, sendo que dois deles só se entra por meio de concursos públicos. Jamais poderiam ter permitido uma concentração bancária como essa, a categoria começou a sofrer a partir daí", disse.

Não ao PL 4330

O ex-bancário adverte para os riscos de a terceirização aumentar ainda mais - com a possível aprovação do PL 4330, atualmente em trâmite na Câmara dos Deputados -, reforçando a necessidade de a categoria se mobilizar para que isso não ocorra.

"Se esse projeto que anda por aí for aprovado (PL 4330), não vai sobrar ninguém. Os bancários passaram a ser iguais aos dinossauros que, apesar de grandes e fortes, foram extintos", conclui.

Problemas comuns

O valor baixo para o vale-refeição, além de outros direitos reduzidos em relação aos dos bancários, também afetam terceirizados que prestam serviços a outros bancos, como no CA Brigadeiro, concentração do Itaú que tem cerca de 1,2 mil terceirizados e 800 bancários.

Lá, a reclamação de uma prestadora de serviços é contundente: "Faço as mesmas tarefas que os funcionários do banco e às vezes trabalho até mais do que eles, mas o salário não tem nem comparação, fora os benefícios. Eu só tenho plano de saúde e R$ 13 por dia de vale-refeição", conta a terceirizada.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo


Justiça nega interdito proibitório e desmonta ameaça da direção do BB

 
Crédito: Seeb Curitiba
Seeb Curitiba O juiz Bráulio Gabriel Gusmão, da 4ª Vara do Trabalho de Curitiba, negou o pedido de interdito proibitório feito pelo Banco do Brasil. Em despacho emitido na última sexta-feira, dia 20, o magistrado observou que não vislumbrava ameaça à posse alegada pelo BB e que "qualquer transgressão para uso dos passeios (calçadas) e vias públicas deve ser analisada pelo órgão de fiscalização do trânsito ou de policiamento". O banco afirmara que os grevistas estariam impedindo o acesso de empregados, clientes e usuários às suas dependências.

"Ora, não é o banco quem vai trabalhar ou acessar serviços, mas são as pessoas! A posse não está e nunca esteve ameaçada", destacou Gusmão. Ele ainda reafirmou o direito de greve dos bancários ao dizer que "entender de modo diverso é provocar a destruição ou esvaziamento do conteúdo do próprio direito fundamental ao exercício de greve que possui, como corolário, o efeito de causar prejuízo ao empregador e, por consequência, afetar sua atividade econômica", enfatizou o juiz.

Clique aqui para ler a íntegra da decisão do juiz.

A decisão judicial desmonta um dos argumentos do banco, que vem ameaçando os funcionários desde o início da greve. No boletim publicado no site de negociação coletiva do BB, no dia 19, primeiro dia da greve nacional dos bancários, o diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas do BB, Carlos Eduardo Neri, afirmou que "o interdito proibitório é o instrumento legal que, nessa hipótese, visa garantir o direito de acesso à Empresa para aqueles funcionários que, legitimamente, não concordem com uma paralisação".

Para a Contraf-CUT, o posicionamento do juiz comprova o quanto o BB está errado em persistir com práticas antissindicais e em recorrer a essa manobra jurídica, que vem sendo cada vez mais recusada pela Justiça do Trabalho.

"O BB faz coro com os banqueiros ao intimidar os funcionários em relação ao exercício do seu legítimo direito de greve, em vez de negociar seriamente a pauta de reivindicações específicas, que busca melhorar as condições de trabalho e garantir respeito e valorização profissional", ressalta William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=35896


Greve entra na segunda semana ainda mais forte e paralisa 9.015 agências


Crédito: Seeb Rio de Janeiro
Seeb Rio de JaneiroAgência do Banco do Brasil paralisada no Centro do Rio de Janeiro

Diante do silêncio dos bancos, a greve nacional dos bancários entrou na segunda semana ainda mais forte, e continua crescendo em todo o território nacional. Nesta segunda-feira 23, quinto dia do movimento, as paralisações atingiram 9.015 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal, um crescimento de 23,8% em relação à sexta-feira 20.

As informações foram enviadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) até as 18h15 pelos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários. No primeiro dia de greve, na quinta-feira 19, haviam sido fechadas 6.145 unidades. Já no segundo dia as paralisações alcançaram 7.282 dependências, um salto de 18,5%.

"Os bancários estão cada vez mais indignados com o silêncio da Fenaban. Por isso o movimento se amplia rapidamente a cada dia em todo o país. Os banqueiros não atenderam as reivindicações da categoria na mesa de negociação e agora estão sentindo a força da mobilização", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"Os bancos são o setor mais rentável da economia brasileira graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. As seis maiores instituições, que empregam mais de 90% da categoria, tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre. Mais de 84% das categorias que fecharam acordo este ano conquistaram reajustes acima da inflação, mesmo nos segmentos com menor rentabilidade. Os bancários não sairão dessa greve sem aumento real de salário, valorização do piso e melhores condições de trabalho", adverte Carlos Cordeiro.

Confira aqui o aumento da produtividade dos bancários.

Os bancários aprovaram a greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12, depois de quatro rodadas duplas de negociação com a Fenaban. Os bancos apresentaram a única proposta no dia 5 de setembro, com reajuste de 6,1% (que apenas repõe a inflação), rejeitada pelos bancários em assembleias em todo o país.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 23 de setembro de 2013


        

19º TORNEIO REGIONAL DE TRUCO-BANCÁRIOS 2014
 
Realizado no último dia 21 de setembro, no Clube dos Bancários em Votuporanga, o tradicional Torneio de Truco dos Bancários, com a participação dos bancários de nossa base territorial.
O Sindicato parabeniza todos os bancários que participaram do evento.


 

CAMPEÕES

                LEONARDO                  E              ÉRIC
         ITÁU(Fernandópolis)                    ITAÚ-(Votuporanga)

 
 
VICE-CAMPEÕES

                        ADALGISO                                     E                    ADALBERTO
          BANCO DO BRASIL (Cardoso)                                            BANCO DO BRASIL (Cardoso)

 


3º LUGAR

                          FAUZE                                           E                    BRUNO
                 ITÁU (Votuporanga)                                                           ITAÚ (Votuporanga)

 


CAMPEÕES
TORNEIO INCENTIVO

 
  JULIANO           E            GUTO

                         SANTANDER-Amazonas - VOTUPORANGA