Na
quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban
propôs reajuste de 6,1% para os salários e demais verbas. A representação
sindical rejeitou a proposta da Fenaban, classificando-a como uma provocação.
“Essa proposta de reajuste é um desrespeito, correspondendo apenas à reposição
da inflação do período, sem ganho real. E os bancos têm a cara de pau de
afirmar que é a proposta é final, para fechar acordo”, afirma o representante
da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS),
Aparecido Roveroni.
O
secretário-geral da Feeb SP/MS, Jeferson Boava, completa que “a Fenaban enrolou
durante três rodadas, prometeu anunciar uma proposta global, mas o que se tem
até o momento não contempla nada da pauta da categoria. Não contempla aumento
real, não valoriza a PLR, o piso e os tíquetes. E não contempla as questões
relativas à saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de
oportunidades”.
PLR
Em
relação a Participação nos Lucros e Resultados – PLR, a proposta dos bancos é
90% do salário mais R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61; e parcela adicional de
2% do lucro líquido dividido entre os funcionários, com teto de R$ 3.267,88.
Adiantamento
emergencial
Na
atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), quando o funcionário se afasta por
motivo de saúde e comprova o agendamento da pericia médica junto ao INSS, o
banco garante um adiantamento salarial ao empregado até o início do recebimento
do beneficio da Previdência Social. No caso de indeferimento do pedido de
afastamento pelo INSS, o banco desconta o adiantamento feito, em parcelas que
não podem ultrapassar 30% dos rendimentos do funcionário. Pela proposta feita
hoje, o empregado fica desobrigado de devolver o adiantamento.
Adoecimento
A
Fenaban propôs que seja constituído um grupo de trabalho, com nível político e
técnico, para análise das causas dos afastamentos no setor.
Prevenção
de conflitos
A
Fenaban propôs reduzir de 60 para 45 dias o prazo para os bancos responderem às
denúncias encaminhadas pelos Sindicatos. Ainda sobre este assunto, os
banqueiros desejam realizar reuniões específicas para aprimorar este processo.
Tecnologia
Os
banqueiros propõem a realização, em data a ser combinada, de um seminário sobre
tendências da tecnologia no cenário bancário mundial.
Jornada
A
proposta é criar um grupo de trabalho para conduzir a discussão sobre jornada
de trabalho.
Estabilidade
– proposta da Fenaban retira direitos
Quanto
a estabilidade pré-aposentadoria, os bancos querem alterar a redação da cláusula
25 da CCT, prevendo assim que a estabilidade tenha validade somente para o
período de aquisição proporcional ou integral (o que ocorrer primeiro).
Mobilização
é a resposta. Comando define calendário de luta
12
de setembro – Os sindicatos realizam assembleias para rejeitar a proposta e
decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
17
– Mobilização em Brasília para pressionar os deputados federais a arquivar o
projeto de lei 4330, durante a audiência pública sobre o PL no plenário da Câmara.
18
- Assembleias organizativas para encaminhar a greve.
19
- Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.
Principais
reivindicações da categoria
-
Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de
6,6%;
- PLR de
três salários mais R$ 5.553,15;
- Piso de
R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);
- Vales
alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada
(salário mínimo nacional);
-
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral
que adoece os bancários;
-
Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária,
combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que permite que qualquer
atividade seja terceirizada e precariza as condições de trabalho, além da
aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;
- Plano
de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
-
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
-
Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres
e agências por bancários;
-
Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de
pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
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