sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Brasil tem redução de 81.774 empregos com carteira assinada em janeiro

  



O número de trabalhadores admitidos em janeiro foi menor do que o total de demissões, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta sexta-feira (27). Ao todo, foram registradas, no primeiro mês do ano, 1.600.94 admissões contra 1681.868 desligamentos no país.

O saldo negativo - de 81.774 postos de trabalho - foi o menor resultado desde 2009, quando o país iniciou o ano com déficit de 101,7 mil postos formais de trabalho.

Para o ministro Manoel Dias, o dado negativo deve-se a fatores sazonais. "Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas", disse em nota divulgada pelo MTE.

De acordo com dados do Caged, o comércio varejista teve redução de 97.887 postos de trabalho (queda de 1,25%) na comparação com o levantamento de janeiro do ano passado. Já o comércio atacadista ficou estável, com saldo de 87 postos de trabalho.

Na área de serviços, houve perdas no setor de alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e no de hospedagem. No geral, o setor de serviços teve queda na criação de empregos formais de 7.141 postos, redução de 0,04% no número de admissões.

Conforme os dados do Caged, a agricultura teve resultado positivo com saldo de 9.428 postos de trabalho. "O desempenho também foi melhor que o registrado em 2014 e 2013", informou nota do Ministério do Trabalho e Emprego.

As regiões Sudeste (-69.911 postos), Nordeste (-32.011 postos) e Norte (-10.748 postos) tiveram mais demissões do que admissões em janeiro. Já as regiões Sul (+29.688 postos) e Centro-Oeste (+1.208 postos) contrataram mais trabalhadores com carteira assinada do que demitiram.


Fonte: Agência Brasil

Bancários fazem Dia Nacional de Luta pela Caixa 100% pública nesta sexta

  



Entidades sindicais e associativas intensificam mobilização

Ocorre nesta sexta-feira (27) o Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública. A Contraf-CUT, federações, sindicatos e Fenae pretendem envolver o conjunto das entidades sindicais e associativas e os empregados, promovendo manifestações, atos ou até retardamento na abertura de unidades, com o objetivo de ganhar o apoio da sociedade brasileira e barrar qualquer tentativa de abertura de capital do banco.

Os empregados irão realizar também protestos nas agências e farão postagem de fotos nas redes sociais segurando o cartaz com a frase "Eu defendo a Caixa 100% pública". Milhares de cópias desse cartaz já chegaram às unidades. 

Essas imagens devem ser postadas com a hashtag #acaixaédopovo, e também podem ser remetidas para os sindicatos e para as Apcefs, assim como para o e-mail caixapublica@fenae.org.br

A mobilização é fundamental e fortalece a defesa da instituição. Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, o único banco público de fato é a Caixa. "Se houver a abertura de capital, quem vai mandar na empresa serão os acionistas. A Caixa não pertence ao mercado, mas ao povo brasileiro".

Para Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), "essa é uma luta de todos nós. Precisamos fazer história nesse Dia Nacional de Luta, com reuniões nos locais de trabalho, atos na porta das unidades e retardamento na abertura de agências, entre outros. Enquanto organizamos as ações, aguardamos a audiência que solicitamos com o governo para saber o verdadeiro posicionamento sobre essa suposta proposta de abrir o capital".

O Dia Nacional de Luta faz parte de uma série de ações que o movimento sindical e associativo tem realizado em todo o país para mobilizar os empregados e a sociedade contra qualquer tentativa de abertura de capital do banco.

Na quarta-feira (25), a Contraf-CUT, a Fenae e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) realizaram um ato em defesa do banco na Câmara, com a participação de centrais sindicais e parlamentares. Foi criado um comitê em defesa da manutenção da Caixa 100% pública. 

A ideia é unificar e fortalecer as ações contra a proposta de abertura de capital do banco. Para Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, "é uma luta coletiva. Precisamos ter determinação, e esse comitê será fundamental para a vitória".

"Pode a vaca tossir, o boi voar, o cachorro miar, o gato latir e o jacaré dançar balé que continuaremos mobilizados para não permitir nenhum tipo de retrocesso", destaca o presidente da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae

Prazo para empregados da Caixa aderirem ao PAA começa nesta sexta

  



Foi aberto pela Caixa Econômica Federal o Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) 2015. O período para manifestação de interesse começa nesta sexta-feira (27) e prossegue até 30 de abril, ficando o prazo para efetivação da rescisão do contrato entre 9 de março e 29 de maio. 

A participação no PAA é voluntária. O plano contemplará empregados do banco que já estão aposentados pelo INSS e continuam trabalhando, e ainda os que estarão aptos a se aposentar. Uma das exigências é ter idade mínima de 48 anos até o fim do período de desligamento.

O Plano de Apoio à Aposentadoria foi aprovado pelo Conselho Diretor e pelo Conselho de Administração do banco no final do ano passado. Já a decisão dos órgãos controladores - Ministério da Fazenda e Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST) do Ministério do Planejamento - saiu na semana passada. O anúncio foi feito por meio da Circular Interna DEPES/SUDEC/SURBE/SUSEC nº 001/15, divulgada nesta quinta-feira.

Com o início do PAA, a expectativa das entidades representativas dos trabalhadores é de que a Caixa acelere o ritmo de contratação para substituir os empregados que vão sair, a fim de evitar o agravamento dos problemas já existentes nas unidades, como a sobrecarga. 

"É preciso convocar concursados pelo menos no mesmo ritmo de saída dos que vão se aposentar. Também é preciso que haja uma transferência de conhecimento para esses novos empregados. O que não pode acontecer, de forma alguma, é a piora das condições de trabalho nas unidades", destaca o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Uma das conquistas da Campanha Nacional 2014 foi a contratação de mais 2 mil empregados até dezembro de 2015. O banco conta, no momento, com 101.500 trabalhadores. No entanto, esse quantitativo é considerado insuficiente para atender as demandas na empresa. 

Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, atesta: "Por mais que a empresa contrate, isso não tem sido suficiente para atender o aumento da demanda e do volume de operações".


Fonte: Contraf-CUT com Fenae

HSBC paga segunda parte da participação nos resultados nesta sexta

  



Os funcionários do HSBC de agências e complexos administrativos recebem nesta sexta-feira (27) com o salário de fevereiro o pagamento de R$ 1 mil a título de segunda parte da participação nos resultados, conquistada na greve da Campanha Nacional dos Bancários de 2014. 

O valor total da participação nos resultados é de R$ 3 mil, dos quais R$ 2 mil foram pagos em outubro de 2014.

O pagamento foi garantido, após intensas negociações entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com os representantes do HSBC. 

À época, o banco havia divulgado o balanço da instituição no Brasil referente ao primeiro semestre do ano passado, quando apresentou prejuízo de R$ 16,3 milhões.

Já o resultado anual da filial brasileira registrou prejuízo antes de impostos de US$ 247 milhões em 2014, conforme anúncio feito pelo banco durante a divulgação do lucro global. 

Esse foi o pior desempenho entre todas as filiais latino-americanas e reverte a tendência de lucro vista nos anos anteriores. Em 2013, o banco inglês havia lucrado US$ 351 milhões no Brasil e em 2012 o ganho tinha somado US$ 1,123 bilhão. 


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Itaú credita PLR cheia com diferença de R$ 100 de PCR nesta sexta

  



O Itaú paga nesta sexta-feira (27) a segunda parte da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e uma diferença de R$ 100 da Participação Complementar de Resultados (PCR). O anúncio foi feito no último dia 10 após cobrança da Contraf-CUT

Com o lucro líquido recorrente de R$ 20,6 bilhões em 2014, o que representa um crescimento de 25,9% em relação a 2013, o Itaú efetuará o pagamento da PLR cheia, equivalente a 2,2 salários, limitado a R$ 21.691,82, descontados os valores antecipados na antecipação feita em outubro do ano passado.

Além disso, será paga a parcela adicional da PLR, correspondente à distribuição de 2,2% do lucro líquido entre todos os trabalhadores, no teto de R$ 3.675,98, também descontando o que foi adiantado em 2014.

"A PLR e o PCR não são benefícios, mas importantes conquistas das negociações e das mobilizações das entidades sindicais", destaca o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Veja como será feito o pagamento:

PLR

Regra básica - 2,2 salários, com teto de R$ 21.691,82.

Haverá o desconto da antecipação realizada, que foi de 54% do salário mais o valor fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95.

Parcela adicional - R$ 3.675,98.

Haverá o desconto da antecipação realizada, que foi de R$ 1.837,99.

PCR

O Itaú vai pagar também uma diferença de R$ 100 de PCR.

O acordo coletivo assinado com o banco em 2013, com validade de dois anos, garantiu um valor mínimo de R$ 2.080 de PCR em 2014, creditado em outubro do ano passado.

Ocorre que o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi superior a 23%, atingindo 24,7%. Com isso, conforme o acordo, a PCR passa a ser de R$ 2.180, fazendo com que cada funcionário receba uma diferença de R$ 100.

A PCR não sofre desconto da PLR.


Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015



CAIXA abre Plano de Apoio a Aposentadoria




A Caixa Econômica Federal abrirá, a partir desta sexta-feira (27), o Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) direcionado aos empregados aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até 29 de maio de 2015, e que desejam se desligar voluntariamente da empresa.

Dentre os benefícios oferecidos pelo PAA está o apoio financeiro, a ser pago em parcela única equivalente a cinco remunerações base, sem incidência de imposto de renda, tendo como referência a data de 20 de dezembro do ano passado.

Também será mantido o Saúde Caixa para os empregados já optantes com as mesmas regras previstas para os beneficiários aposentados.
O período de adesão vai de 27 de fevereiro a 30 de abril. Já o desligamento deve ocorrer entre 9 de março e 29 de maio de 2015, em data a ser negociada com o gestor imediato.

Para aderir, além de o empregado estar aposentado pelo INSS até 29 de maio, deve ter idade mínima de 48 anos e possuir, no mínimo, 10 anos de efetivo exercício na Caixa, no contrato vigente, até o final do prazo para o desligamento.

Dúvidas devem ser encaminhadas à CEATI, via o endereço Servicos.Caixa ou pelo telefone 0800.721 2222

Fonte: Caixa 

Adesão ao PAA da CAIXA poderá ser feito a partir desta sexta-feira (27/02)



A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL acaba de informar a CONTEC, que o Ministério da Fazenda autorizou o novo Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) para os empregados da empresa. 
 
Com a autorização, a CAIXA abrirá o prazo de adesão ao PAA, que será de amanhã (27/02)  até o dia 30 de abril. Logo mais, repassaremos as condições e critérios para adesão ao plano. 
 
 

Diretoria Executiva da CONTEC

Caixa recua e retira proposta sobre critérios da promoção por mérito

  



Crédito: Feane
FeaneDecisão foi tomada na terceira reunião da comissão paritária do PCS

Os empregados da Caixa Econômica Federal obtiveram um importante avanço na discussão dos critérios da promoção por mérito para o ano-base de 2015. A empresa concordou em retirar da proposta de sistemática, que havia apresentado anteriormente, o AV Caixa, um instrumento de medição de resultados, como critério de pontuação para as promoções.

A decisão foi tomada na terceira reunião da comissão paritária do PCS, criada para debater e formular propostas de regras para promoções, ocorrida nesta terça-feira (24), em Brasília (DF), após nova pressão dos representantes dos trabalhadores, que se recusavam a dar continuidade ao debate caso o banco não recuasse.

"Esse é um avanço importante, porque não aceitaríamos de forma alguma o atrelamento da promoção por mérito ao cumprimento de metas", enfatizou Genésio Cardoso, integrante da comissão paritária.

Desde a primeiro encontro neste ano, ocorrido em 28 de janeiro, que o banco defendia a mudança na metodologia da promoção por merecimento com o objetivo de vincular a avaliação dos empregados ao cumprimento de metas. A Caixa propôs a substituição do critério Avaliação de Múltiplas Fontes pelo AV Caixa.

Os representantes dos trabalhadores deixaram claro, na reunião desta terça-feira, que também não abrem mão da manutenção da Avaliação por Múltiplas Fontes. A Caixa insiste em retirar esse parâmetro, alegando que o objetivo é simplificar o processo. Para os empregados o motivo é outro: reduzir o número de funcionários aptos a receber a promoção por merecimento.

"A avaliação por múltiplas fontes, defendida pelos empregados, faz o trabalhador participar ativamente. É mais democrático, porque todas as análises possuem o mesmo peso. Os empregados avaliam a si próprios, aos colegas e aos gestores. Ao mesmo tempo são avaliados por eles. Em nenhum outro momento o empregado tem essa oportunidade", explica Leonardo Quadros, representante da Fetec/SP.

A Caixa ficou de analisar a questão e uma nova reunião foi agendada para o dia 17 de março, às 16h, em Brasília, para dar continuidade à discussão.

Composição

Na reunião desta terça-feira, foi oficializada a substituição do representante do Sindicato dos Bancários do Ceará na comissão paritária. Jefferson Tramontini ficou no lugar de Elvira Ribeiro Madeira. Integram ainda este fórum: Genésio Cardoso (Fetec/PR), Leonardo dos Santos Quadros (Fetec/SP), Marcelo Lopes de Lima (Feeb/SP-MS), Vanessa Sobreira Pereira (Sindicato dos Bancários de Brasília) e Wandeir Souza Severo (Fetec/Centro-Norte). 

Fonte: Fenae

PL 4330 vai a votação no plenário da Câmara em abril, anuncia Cunha

  




Em reunião com as centrais sindicais realizada nesta quarta-feira 25, em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou que o PL 4330/2004, projeto de lei que legaliza a terceirização no Brasil, será pautado no plenário logo no início de abril, em seguida à Semana Santa, e que reservará o mês de março para debater o tema. 

A proposta, que ainda aguarda análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), segundo o deputado será levada diretamente ao plenário. "Mesmo que a CCJ não resolva, a gente leva para o plenário", ressaltou Cunha.

A proposta teve sua tramitação marcada pela polêmica e, por diversas vezes, sua votação na CCJ foi inviabilizada pela oposição dos trabalhadores.

Entre os pontos questionados estão a permissão para que toda e qualquer atividade seja terceirizada; a criação de um sistema paralelo de sindicalização; e a liberação da responsabilidade solidária da empresa contratante caso a empresa de terceirização não cumpra as obrigações trabalhistas.

Mobilização

"Apesar de surpreso com a notícia, o Fórum de Combate à Precarização já havia marcado reunião para esta sexta-feira 27, em Brasília. Obviamente essa passa a ser a prioridade dos debates e, certamente, o que nos levará a intensificar a mobilização de todos os setores da sociedade para mais uma vez barrar essa tentativa de precarizar as relações de trabalho no Brasil", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, integrante do Fórum. 

Veja aqui artigo "Poderes e patrões pressionam por terceirização", do diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz



Fonte: Contraf-CUT, com site da Câmara

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Fundo do FGTS tem na Lava Jato mais de R$ 11 bilhões aplicados


O fundo FI-FGTS, que utiliza uma fatia de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) do conjunto de trabalhadores, tem mais de R$ 11 bilhões aplicados em empresas citadas na operação Lava Jato.

É mais de um terço do total de R$ 32 bilhões de recursos do fundo, que foi criado para investir em projetos de infraestrutura.

"A maioria das empresas desse setor [infraestrutura] estão na operação Lava Jato; é natural que seus projetos façam parte de um fundo com foco em infraestrutura", disse Marcos Vasconcellos, vice-presidente da Caixa. O banco é responsável pela gestão do FGTS e do FI-FGTS.

O maior investimento é em R$ 2,378 bilhões em debêntures (títulos de dívida de longo prazo) da Sete Brasil, fornecedora de navios plataformas e sondas para exploração da Petrobras no pré-sal.

O fundo também têm R$ 2,379 bilhões em ações da Odebrecht TransPort, e outro R$ 1,079 bilhão na Odebrecht Ambiental, ambas empresas de capital fechado do grupo Odebrecht.

O investimento mais arriscado até o momento é na OAS Óleo e Gás, em que o FI-FGTS tem R$ 800 milhões. O grupo atrasou pagamentos e deve pedir recuperação judicial nas próximas semanas.

Segundo Vasconcellos, o escândalo ainda não trouxe perdas ao fundo, que rendeu 7,71% em 2014.

O executivo afirmou que o FI-FGTS têm mais de R$ 10 bilhões em caixa para investir em projetos de infraestrutura. No entanto, teve de reduzir o apetite devido ao risco crescente das empreiteiras.

"Estamos esperando que novos players [empresas] voltem a participar da infraestrutura", disse.

O governo e a CVM estudam abrir o FI-FGTS para que os trabalhadores apliquem seu dinheiro como fizeram com ações da Vale e da Petrobras.
Fonte: Folha de S.Paulo


Diretoria Executiva da CONTEC

Dilma diz que correção no IR superior a 4,5% 'não cabe no Orçamento'


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (20) que não há recursos para correção maior que 4,5% na tabela do Imposto de Renda para pessoa física. A presidente disse que se comprometeu com a correção de 4,5% e que esse será o índice defendido pelo governo. No início do ano, ela vetou texto vindo do Congresso Nacional que corrigia a tabela em 6,5%.
Os congressistas que defendem o reajuste de 6,5% alegam que, como a inflação oficial em 2014 deve ficar maior que 6%, a correção proposta pela presidente não vai compensar a alta dos preços. Para Dilma, uma correção maior que 4,5% acarretaria em perdas de arrecadação que o país não tem condições de suprir.
"Eu tenho um compromisso e eu vou cumprir meu compromisso, que é 4,5%. Nós não estamos vetando porque queremos. Estamos vetando porque não cabe no Orçamento. Nunca escondemos que era 4,5%", disse a presidente a jornalistas, após participar de cerimônia de entrega de credenciais a embaixadores em Brasília.
O veto da presidente ao texto do Congresso pode ser derrubado pelos parlamentares. A presidente afirmou que, caso isso ocorra, as negociações terão que começar novamente. Ela enfatizou que o patamar defendido pelo governo será de 4,5% e que ela deve enviar novo texto ao Congresso estabelecendo esse valor. Quando os jornalistas disseram para ela que os congressistas devem derrubar o veto, Dilma afirmou: "sinto muito".
"Vetei, não é porque não queira fazer. Não tem recurso para fazer. É essa questão. Se por algum motivo não quiserem os 4,5%,  vamos ter que abrir discussão novamente. O governo tem condições perfeitamente de agora olhar os 4,5%", afirmou Dilma.
Reajuste de 6,5%
Se  tivesse sido aprovado o reajuste como queria o Congresso, pessoas que ganham até R$ 1.903,98 ficariam isentas de Imposto de Renda. Atualmente, o teto de isenção é de R$ 1.787,77. O reajuste de 6,5% seria aplicado também nas demais faixas da tabela.
Na justificativa para o veto, em janeiro, a presidente escreveu que a medida traria renúncia fiscal, ou seja, menos pessoas pagariam o imposto, sem indicação de meios para compensação.
Fonte: G1

Diretoria Executiva da CONTEC

Ministro da Previdência Social defende que ‘fator previdenciário é ruim'



Depois de negociar as medidas de restrição em benefícios previdenciários, como pensões por morte e auxílio-doença no Congresso Nacional, o governo Dilma Rousseff vai iniciar uma discussão com os movimentos sindicais para acabar com o fator previdenciário. A informação é do ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que concedeu ao Estado sua primeira entrevista após assumir o cargo.
A ideia, diz ele, é substituir o fator, criado em 1999, por uma fórmula que retarde as aposentadorias no Brasil. “O fator previdenciário é ruim porque não cumpre o papel de retardar as aposentadorias. Agora nós precisamos pensar numa fórmula que faça isso e defendo o conceito do 85/95 como base de partida. As centrais concordam com isso”, defende. A fórmula 85/95 soma a idade com o tempo de serviço - 85 para mulheres e 95 para homens.

Além de ser um dos ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff, Gabas está escalado para discutir com as centrais e os parlamentares o pacote de aperto aos benefícios sociais, incluindo seguro-desemprego e abono salarial. Só com pensões por morte e auxílio-doença, o governo gastou quase R$ 120 bilhões em 2014. A seguir, a entrevista:

O governo anunciou o aperto na concessão dos benefícios sociais, inclusive as pensões por morte e auxílio-doença. Apesar do protesto dos sindicalistas, o governo vai insistir no pacote?

Primeiro, precisamos separar o conceito de ajuste fiscal do ajuste nos benefícios da Previdência. Essas medidas têm, obviamente, efeito fiscal e financeiro, mas já vinham sendo discutidas com representações de trabalhadores e empregadores. Não são medidas inventadas agora, não são novidade. As centrais sindicais sabem da necessidade de se manter uma Previdência equilibrada. Tem muitas forças políticas no Brasil que entendem que esse nosso sistema é falido, que não funciona, e dizem que precisamos fazer uma grande reforma da Previdência.

E não precisa?

Eu sou contrário. O regime atual, se bem administrado, tem sustentabilidade no tempo. Esse é nosso objetivo, por isso as mudanças necessárias em pensão por morte e no auxílio doença. Precisamos desses ajustes, não de grandes reformas. Como a sociedade é dinâmica, precisamos acompanhar com pequenas evoluções.

Como assim?

Nos últimos dez anos, a expectativa de sobrevida no Brasil subiu 4,6 anos. Em média, a expectativa de vida chega a 84 anos e a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição é de 54 anos. Então, o cidadão fica 30 anos, em média, recebendo aposentadoria. Não há sistema que aguente. Para que nosso sistema previdenciário seja preservado temos que estender um pouquinho essa idade média de aposentadoria, que é uma discussão diferente, que ainda não entrou na pauta.

Seria a instituição de uma idade mínima para se aposentar, como boa parte dos países desenvolvidos faz?

Não, não defendo isso. Existem outras fórmulas que protegem o trabalhador mais pobre.

Mas isso passa pelo fim do fator previdenciário, não?

Eu briguei muito contra o fator previdenciário quando ele foi instituído. Eu era sindicalista. Se hoje eu estivesse no movimento sindical, eu teria outra postura, faria uma proposta, não ficaria apenas contrário ao fator. Qualquer cidadão tem que pensar que não é razoável que uma pessoa vivendo 84 anos se aposente aos 49 anos. Com o fator previdenciário, ao se aposentar cedo, a pessoa recebe um benefício menor, mas esse benefício serve como complemento de renda. Daí quando a pessoa para mesmo de trabalhar, ela fica apenas com aquela aposentadoria pequena. Previdência não é complemento de renda, ela é substituta da renda.

Então, qual é a fórmula?

O fator é ruim porque não cumpre o papel de retardar as aposentadorias. Agora nós precisamos pensar numa fórmula que cumpra esse papel de retardar. Seria a 85/95, como regra de acesso. As centrais chegaram a concordar isso.

Por que a 85/95 é melhor que idade mínima?

Porque o trabalhador mais pobre começa muito cedo a trabalhar. Se coloca 65 anos como idade mínima para se aposentar, ele terá que trabalhar quase 50 anos ou mais. Já um trabalhador de família mais rica, que ingressa mais tarde no mercado de trabalho, teria outra realidade. Nós defendemos aqui, quando essa discussão chegar, uma soma de idade com tempo de contribuição, para defender o trabalhador mais pobre. Seria 85 para mulher e 95 para homens, mas tem fórmulas dentro disso. O 85/95 é um conceito, um pacote político, para iniciar as discussões. Essa é a próxima para discutir depois do pacote das pensões por morte e auxílio doença. O foco do ministério é fazer as medidas.

Que são gastos estratosféricos, não?

Sim. Em 2014, gastamos R$ 94,8 bilhões com pensões por morte e esse dinheiro todo foi para 7,4 milhões de pensionistas. Com o auxílio doença gastamos R$ 25,6 bilhões para 1,7 milhão de beneficiados. Em relação as pensões, as mudanças foram propostas porque essa transição que vivemos no Brasil, onde as pessoas estão vivendo mais, exige uma administração diferente da Previdência. Essa expectativa de vida de 84 anos é para quem tem hoje 50 anos. Quem nasceu agora terá uma expectativa de vida de quase 100 anos.

Daí a restrição?

Isso. A pensão por morte é uma extensão da aposentadoria. O cidadão se aposentou, recebeu do INSS por 30 anos e quando morre, deixa uma pensão para outra pessoa, que depois também terá sua própria aposentadoria. Agora estamos nessa transição demográfica e precisamos encontrar novas formas. Quem está recebendo continuará recebendo. A mudança é para frente. Viúvas muito jovens e sem filhos vão receber pensão por um período, apenas.

Então o impacto nas contas para 2015 não foi pensado?

Essa não é uma medida para fechar as contas deste ano. Restringir pensão por morte e auxílio doença são medidas de médio e longo prazo. Mas é claro que o cenário atual, de complicação fiscal, favoreceu o anúncio dessas medidas.

O sr., e o ministro Nelson Barbosa, vão negociar diretamente com o Congresso. O que é possível esperar?

Temos agendados encontros com vários segmentos dentro do Congresso, vamos aos deputados e explicar as medidas. Elas são importantes, têm o papel de manter a sustentabilidade da sociedade.

E Eduardo Cunha pode ser um complicador?

Acho que o Eduardo Cunha tem a oportunidade de usar isso para provar a grandeza dele como presidente da Câmara, não usando as medidas como instrumento de barganha.

No ano passado, o déficit da Previdência foi de R$ 51 bilhões. Neste ano deve subir mais, se aproximando de R$ 60 bilhões. 

Essa trajetória preocupa?

A arrecadação tem surpreendido negativamente, e de fato, as desonerações da folha de pagamento impactaram muito. Mas essa história do déficit precisa ser tratada com uma visão mais contábil. Nós temos um modelo de previdência urbana e rural. Tivemos no ano passado cerca de R$ 35 bilhões de superávit na previdência urbana. No rural, a política não foi pensada com premissa de ter superávit, porque é uma política com objetivo de proteger o homem do campo, aqueles que trabalham a terra em regime de agricultura familiar. Esse trabalhador rural é quem produz 73% dos alimentos que nós comemos. Não vemos latifúndio de dez mil hectares produzindo tomate, feijão, legumes, apenas commodities.

Então, se separar, contabilmente, o modelo rural do urbano, o problema estaria resolvido?

Veja bem, falamos de 8,4 milhões de aposentados rurais que ganham um salário mínimo. Neste segmento a despesa cresceu bastante porque o salário mínimo cresceu muito. Essa política não tem objetivo de ter superávit, a conta não foi feita para fechar, tanto que a Constituição prevê a Cofins e a CSLL para servirem de fonte de renda para custear a previdência rural. Contabilmente nosso regime é equilibrado, mas a conta, depois que houve a unificação dos caixas no Tesouro, se misturou tudo. Tivemos uma arrecadação de R$ 5 bilhões com o rural e gastos de R$ 80 bilhões. A arrecadação da Cofins e CSLL é muito superior a essa diferença, mas isso não fica claro. Temos só que nos colocar de acordo com o pessoal do Ministério da Fazenda para ver como se transferem esses recursos. Não pode pensar em “vamos cobrir o rombo”. Não tem rombo, entende?

Para entender. O Fator Previdenciário foi criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 1999,como uma forma de adiar aposentadorias. Na época, a idade média de aposentadoria era de quase 51 anos. É uma fórmula baseada na expectativa de vida, no tempo de contribuição e na idade ao se aposentar. Não conseguiu desestimular os precoces: hoje, 16 anos depois, a idade média de aposentadoria é de 54 anos. Na prática, reduziu o valor do benefício e, por isso, é combatido pelas centrais sindicais.

Fonte: O Estado de S.Paulo


Diretoria Executiva da CONTEC