quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bancos registram 103 denúncias de assédio moral no 1º semestre de 2011

 
Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT
Jailton Garcia - Contraf-CUT Avaliação está prevista no acordo do programa de combate ao assédio moral

Em reunião ocorrida nesta terça-feira (20), em São Paulo, com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, a Fenaban apresentou um novo relatório com as denúncias de assédio moral recebidas pelos bancos entre 1º de fevereiro e 30 de junho de 2011. Foram registradas 103 denúncias no período, sendo 67 feitas por meio dos sindicatos e 36 pelos canais internos de cada instituição financeira.

Os números foram somados por solicitação das entidades sindicais, ao contrário dos dados apresentados na primeira reunião realizada em 12 de agosto. Trata-se do primeiro levantamento semestral exibido pelos bancos ao movimento sindical sobre assédio moral.

Destas 103 denúncias, 69 apurações foram encerradas até 30 de junho, das quais em 23 os bancos reconhecem que tenha havido violência psicológica contra os bancários. Além destas, 37 denúncias não foram reconhecidas como casos de assédio; 9 não reuniam, na avaliação dos bancos, elementos suficientes para apuração; e 34 continuavam em aberto no final do semestre.

Chama a atenção o baixo número de denúncias em que os bancos reconhecem o assédio entre os casos encaminhados pelos sindicatos. Dos 65 processos, apenas 5 tiveram esse desfecho entre 34 encerrados no semestre. São apenas 14% das denúncias concluídas no período.

"É muito pouco. Se os sindicatos vão até os locais de trabalho, averiguam e constatam a situação de assédio, é esperado um número maior de casos que terminem com alguma consequência para o denunciado", avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. "Precisamos aprofundar a discussão e chegar aos motivos desse problema", aponta.

Avaliação semestral

A reunião concluiu a avaliação dos dados do primeiro semestre de 2011 sobre o programa de combate ao assédio moral, previsto no parágrafo 2º do acordo coletivo de trabalho aditivo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, firmado entre várias entidades sindicais e diversos bancos.

Os trabalhadores e bancos concordaram em fazer as avaliações em período semestral. Dessa forma, será realizada a discussão dos dados de janeiro a junho e outra sobre o período de julho a dezembro. No caso do primeiro semestre deste ano, como o acordo foi assinado no final de janeiro, apenas cinco meses foram avaliados.

Conceitos

Inicialmente, havia diferenças de conceito entre o levantamento feito pelo movimento sindical e os dados apresentados pela Fenaban. Ficou acordado que as denúncias serão contabilizadas tendo como referência o denunciado. Assim, várias reclamações referentes ao mesmo denunciado serão consideradas denúncias diferentes, enquanto denúncias coletivas contra uma mesma pessoa serão contabilizadas apenas uma vez.

As partes concordaram que seja informado para a Contraf-CUT quais as medidas que os bancos estão tomando para divulgar o programa de combate ao assédio moral e conscientizar os trabalhadores sobre os canais de denúncias.

Além disso, os sindicatos cobraram dos bancos respostas bem mais detalhadas para as denúncias apresentadas, de forma que se saiba exatamente o que foi apurado e que medidas serão adotadas.

Os bancários reivindicaram a inclusão de uma estatística indicando a causa de cada denúncia, mas os bancos negaram.


Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Encontro nacional de dirigentes sindicais do Itaú começa na próxima terça

 
Começa na próxima terça-feira, dia 13, o Encontro Nacional de Dirigentes Sindicais do Itaú Unibanco, em Nazaré Paulista (SP). O evento é promovido pela Contraf-CUT e vai até quinta-feira, dia 15. Um dos objetivos é definir os itens que comporão a Minuta Específica de Reivindicações, a ser entregue ao Itaú. São esperados 130 dirigentes sindicais de todo Brasil.

"Vamos construir uma pauta amplamente discutida e qualificada, que possibilite a imediata retomada das negociações com o banco, visando trazer novas conquistas para os trabalhadores", afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

A política de demissões do banco será o principal foco dos debates dos dirigentes sindicais. "Enquanto bate recordes de lucro entre os bancos brasileiros, atingindo R$ 10,9 bilhões até setembro deste ano, o Itaú cortou 2.496 empregos no mesmo período. As demissões são inadmissíveis em um cenário de lucros crescentes. Sem contar que os desligamentos continuam e o banco sequer tem dado a chance de os demitidos procurarem uma vaga por meio do centro de realocação", salienta Jair.

Outros pontos de destaque são os fundos de pensão, o convênio médico, a previdência complementar, o combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas.

Conjuntura

O evento contará com a participação de técnicos do Dieese que ajudarão os dirigentes sindicais a traçar uma análise da conjuntura política e da atuação do banco. Sergio Mendonça fará uma apresentação sobre a conjuntura política e social. Bárbara Vallejos irá expor dados sobre emprego e remuneração. E Cátia Uehara fará uma análise do balanço do Itaú.

Trabalhos em grupo

Os dirigentes sindicais se reunirão em grupos para discutir saúde e condições de trabalho; remuneração e emprego; previdência complementar; e plano de saúde. "O objetivo é definir e qualificar grupos de discussão sobre os diversos temas que fazem parte da luta dos trabalhadores do Itaú", ressalta Jair.

Estratégias de luta

Outro objetivo do encontro é definir um plano de lutas dos trabalhadores do Itaú até julho de 2012. "Vamos estabelecer um plano de ação e mobilização conjunta para todo o Brasil", adianta o dirigente da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT

Nosso Sindicato estará sendo representado pelo Diretor João Carlos Teixeira.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
DOS EMPREGADOS DO BANCO BRADESCO S.A


Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Votuporanga, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 49.074.172/0001-07, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados do Banco Bradesco S.A, sócios e não sócios dos municípios de Cosmorama,  Américo de Campos, Cardoso, Ouroeste, Dolcinópolis, Valentim Gentil, Fernandópolis, Estrela d’Oeste, Jales, Santa Fé do Sul, Santa Rita d’Oeste e Votuporanga para Assembléia Extraordinária   que  será   realizada dia 12 do mês de dezembro de 2011, em primeira convocação às 19:00 horas e em segunda convocação às 20:00 horas, no endereço na Rua Tibagi  nº 3447 , - Patrimônio Novo – Votuporanga – SP,  para a discussão e aprovação da seguinte ordem do dia:

1.        Discussão e deliberação e aprovação de formalização do Acordo Coletivo de Trabalho com o Banco Bradesco S/A, para utilização de sistema alternativo de controle de jornada, conforme autorizada pela Portaria n.373/2011 do MTE, em substituição ao Sistema REP – Registro Eletrônico de Ponto criado pela Portaria 1510/2009, a vigorar pelo período de 01 ( um ) ano;

2. Autorização à diretoria para celebração, implementação e assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada de Trabalho – 2012, conforme dispõe Portaria 373/2011.



 


Harley Ap. Vizoná
Presidente
EDITAL ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
DOS EMPREGADOS DO BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A


Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Votuporanga, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 49.074.172/0001-07, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados do Banco Santander (Brasil) S.A, da base territorial deste sindicato, nos municípios de Alvares Florence, Américo de Campos, Cosmorama, Estrela D,oeste, Fernandópolis, Indiaporã, Jales, Mira Estrêla, Paranapuã, Populina, Rubinéia, Santa Albertina, Santa Fé do Sul, Urânia, Valentim Gentil e Votuporanga, para a assembléia  geral  extraordinária   que  se   realizará dia 12 de dezembro de 2011, às 19:30 h, em primeira convocação, e às 20:00 h, em segunda convocação, no endereço à Rua Tibagi  nº 3447 , para a discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia:

1.  Discussão e deliberação sobre aprovação de proposta apresentada para celebração do acordo coletivo de trabalho aditivo do Banco Santander (Brasil) S/A à  Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012 da Fenaban, com vigência até 31.08.2012;

2. Discussão e deliberação sobre aprovação de proposta apresentada para celebração do acordo coletivo de PPR (exercício 2011) do Banco Santander (Brasil) S.A;

3. Discussão e deliberação sobre aprovação da proposta dos termos de compromisso Banesprev e Cabesp.
 



 

                                                                       Harley Ap. Vizoná
                                                                               Presidente

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bancos terão novo endereço eletrônico em janeiro para evitar fraudes

 
Correntistas que usam a internet para fazer transações financeiras serão orientados, a partir de janeiro, a usar um novo endereço eletrônico para acessar a página dos seus bancos em todo o país.

Em vez do tradicional www.nomedobanco.com.br, os correntistas digitarão www.nomedobanco.b.br, ou seja, o "com.br" deverá ser trocado pelo "b.br".

A alteração nos endereços dos sites dos bancos visa criar o que os técnicos em informática chamam de "nova camada de segurança" para proteger os sistemas de transações financeiras on-line e combater o phishing (furto de dados pessoais pela internet).

A criação do domínio com o "b" é uma iniciativa entre o CGI.br (Comitê Gestor da Internet), que regula a internet no país, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para usar um eletrônico com o domínio "b.br", a instituição financeira terá de comprovar sua atividade junto ao CGI e junto ao NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).

De acordo com levantamentos da Safernet, ONG que investiga crimes cibernético no Brasil, prejuízos causados por fraudes em páginas de instituições bancárias causam, todo ano, um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão.

UM EM CADA QUATRO

Atualmente, cerca de 25% das movimentações financeiras realizadas no Brasil são feitas por meio das páginas dos bancos na internet - um em cada quatro correntistas usa o "internet banking".

"A utilização do domínio 'b.br' também tem como finalidade evitar que os sites dos bancos sejam clonados por quem comete crimes cibernéticos", disse Thiago Tavares, presidente da Safernet.

Hoje, explica Tavares, com a utilização do endereço tradicional "com.br", os bancos estão mais propensos a ter suas páginas copiadas e, quando o cliente digita o endereço, é desviado pelos cibercriminosos para uma página falsa na rede.

Os criminosos da internet conseguem fazer a clonagem quando adulteram o DNS (Domain Name System), o catálogo de sistema de nomes de domínios da internet.

Com a utilização do "b.br", isso acabará, porque, assim que o correntista digitar o site do banco, o novo sistema de identificação validará e reconhecerá a autenticidade da página do banco antes que o usuário tenha acesso a ela.

Esse reconhecimento prévio faz parte do sistema DNSSEC, que criptografará as informações dos registros dos sites bancários, tornando a sua clonagem mais difícil.

PUBLICIDADE

Os grandes bancos do país já começaram a traçar suas estratégias para investir na publicidade para divulgar a alteração dos seus endereços eletrônicos na internet, o que deve começar em janeiro.

Segundo o delegado Carlos Sobral, chefe Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, os usuários devem aderir aos novos endereços dos bancos na internet porque não há custo e o benefício de proteção é imediato.

"Quem ganha com essa pequena mudança de digitação é o cliente do banco, que estará muito mais protegido ao fazer suas transações pela internet", disse o policial.


Fonte: Folha de S.Paulo

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mobilização conquista avanço no acordo aditivo
Em negociação foram mantidas e ampliadas conquistas específicas aos trabalhadores de agências e concentrações. Assembleia será realizado no dia 9 de dezembro
Rita




São Paulo – O Sindicato e a direção do Santander concluíram as negociações em torno da renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ocorridas nos dias 1 e 2 de dezembro, com saldo positivo aos trabalhadores: todas as cláusulas foram mantidas e houve avanços significativos em algumas delas.

Na questão social, a grande conquista é a manutenção do salário quando o trabalhador afastado recebe alta do INSS, mas tem o inapto para o retorno dado pelo médico da empresa.  Fruto das negociações no Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), o banco vinha garantindo o pagamento do salário ao funcionário enquanto aguardava o parecer do INSS. Agora essa prática será assegurada no acordo aditivo.

Outro importante avanço é que a gestante terá a ausência abonada para realizar exames pré-natal.

O fórum de Saúde, já assegurado no aditivo, será ampliado e terá a participação de um cipeiro eleito por Cipa.

Outro avanço é a ampliação do número das bolsas de estudos para a primeira graduação que passa de 2.000 para 2.300.

Já os dirigentes sindicais terão acesso garantido a todos os centros administrativos da instituição financeira.

Grupos de Trabalho – Na questão relativa a fundo de pensão, fica acordado que haverá a constituição de um grupo de trabalho para discutir o processo eleitoral democrático no Santander Previ.

No que se refere às centrais de atendimento (call center), também será constituído grupo de trabalho para discutir a situação específica desses funcionários.
Os grupos de trabalho do Santander Previ e do call center começarão os debates em fevereiro de 2012.

PPRS – Na questão econômica, a principal conquista é a manutenção do não desconto do Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria. Além disso, neste ano nenhum funcionário poderá receber menos que R$ 1.500 a título de programa próprio – valor 11% superior a 2010 quando o PPRS foi de R$ 1.350.

O crédito da segunda parcela dos programas próprios será feito até março de 2012, junto com a segunda parcela da PLR da categoria.

“Esses avanços só ocorreram devido à disposição de luta dos trabalhadores do Santander que construíram uma forte greve com a categoria e se mantiveram firmes na busca de melhorias no aditivo, mesmo tendo encerrado a campanha nacional. Todos estão de parabéns, trabalhadores das agências e concentrações que atenderam ao chamado do Sindicato nesse momento”, destaca a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa, que coordenou as negociações com o Santander.

A dirigente também reforça a tese de que o processo negocial é o melhor caminho para superar conflitos e encontrar soluções. “A renovação do acordo aditivo mostra um grande amadurecimento no processo negocial entre o Sindicato e o banco. Isso mostra que o diálogo sério e permanente é a forma mais viável para superar conflitos e apresentar soluções que valorizam todo o corpo de funcionários que é o que uma instituição tem de mais precioso”, destaca Rita Berlofa.

Assembleia – A proposta para renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho, que terá validade de um ano, tem de ser aprovada pelos trabalhadores em assembleia que acontece no dia 9 de dezembro, a partir das 19h, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Martinelli).

“Todos os funcionários devem participar. É uma excelente oportunidade para tirar dúvidas e se apropriar de todo o debate que envolve esse instrumento que é tão importante para todos os funcionários do Santander, os únicos entre os trabalhadores de bancos privados a ter um acordo aditivo”, completa Rita.

Jair Rosa - 02/12/2011
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bancos geram 18.167 empregos. Itaú Unibanco e Santander cortam 4.132 vagas

 
Os bancos que operam no Brasil criaram 18.167 novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2011, mas aumentaram as demissões e ampliaram a prática da rotatividade para diminuir o salário dos bancários e aumentar os lucros. A geração de empregos podia ter sido maior, se o Itaú Unibanco e o Santander não tivessem cortado 2.496 e 1.636 vagas no mesmo período, respectivamente.

Os números são da 11ª Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada desde 2009 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam os funcionários da holding.

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"A geração de empregos é positiva, mas os bancos têm condições de aumentar as contratações e abrir mais vagas, na medida em que os bancos lucraram mais de R$ 37,2 bilhões nos primeiros nove meses deste ano", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O que preocupa é a queda no ritmo da criação de empregos no terceiro trimestre. Houve uma redução de 23,32% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Houve abertura de 6.189 novas vagas contra 8.071 no mesmo trimestre de 2010.

Os empregos gerados nos primeiros nove meses do ano foram o resultado de 46.064 admissões e 27.897 desligamentos. Esse saldo positivo significa expansão de 6,45% no emprego bancário em relação ao mesmo período de 2010, quando foram criadas 17.067 novas vagas. Já o crescimento em relação ao número de empregados que havia no setor em dezembro de 2010 foi de 3,76%, totalizando agora 483.097 trabalhadores.

Na comparação com o saldo de 1.805.337 empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses do ano, os bancos contribuíram com apenas 1,01% desse total. No mesmo período, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.487,74, o que revela uma redução de 38,45% frente à remuneração dos desligados, que foi de R$ 4.041,62.

De janeiro a setembro, as demissões sem justa causa voltaram a ser o principal motivo dos desligamentos, atingindo 47,8% do total de despedidas. Com isso, o percentual dos desligamentos a pedido que, nas pesquisas anteriores eram responsáveis pela maior parte da saída de empregados nos bancos, caiu ficando em 45,9% no período.

"Esses dados comprovam a crueldade da política de rotatividade dos bancos, que demitem trabalhadores para baixar custos e turbinar ainda mais os seus lucros, demonstrando falta de compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país", destaca o presidente da Contraf-CUT.

20% dos desligados tem menos de um ano de banco

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que, do total de 27.897 desligados dos bancos brasileiros em 2011, apenas 24,63% (ou 6.782 pessoas) estavam no emprego há pelo menos dez anos. Os trabalhadores com até um ano de banco somam 20,67% dos desligamentos nos bancos em 2011, enquanto aqueles com mais de um e menos de cinco anos no emprego, representam 38,55% do total de desligados. Ou seja, 59,22% dos bancários são desligados antes de completarem cinco anos no emprego, o que evidencia a alta rotatividade no setor.

"É um absurdo que, de cada cinco trabalhadores, um deixe o banco antes de completar 12 meses casa. A altíssima rotatividade torna instável o emprego bancário e acaba com as perspectivas de carreira, especialmente no setor privado", critica Carlos Cordeiro.

> Clique aqui para acessar o gráfico

Em setembro de 2010, o número de trabalhadores com até 5 anos representava 57,6% do total de desligados, sendo 15,7% os que saíram antes de completarem 1 ano, como descrito na tabela abaixo.

Total de desligados por tempo de emprego
Brasil - Janeiro a setembro de 2010 e 2011

Tempo empregado
Desligados     (01a 09/2010)
Part. %
Desligados     (01a 09/2011)
Part. %
De 1,0 a 11,9 meses
4.183
15,71%
5.691
20,40%
De 12,0 a 59,9 meses
11.157
41,89%
10.616
38,05%
De 60,0 a 119,9 meses
3.696
13,88%
4.447
15,94%
120 meses ou mais
7.196
27,02%
6.782
24,31%
Ignorado
402
1,51%
361
1,29%
Total
26.634
100,00%
27.897
100,00%

    Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT



Maioria dos desligamentos são demissões sem justa causa

A demissão sem justa causa avançou para 47,79% nos primeiros nove meses do ano e tornou-se o principal tipo de desligamento da categoria, ultrapassando os 45,90% dos casos de demissão a pedido, que havia sido responsável pela maior parte dos desligamentos no ano passado.

"Essa mudança no tipo de desligamentos é reflexo de milhares de demissões ocorridas no Itaú Unibanco e Santander, que fecharam 4.132 vagas no período, o que é totalmente injustificável diante dos lucros gigantescos dessas instituições", aponta o presidente da Contraf-CUT.

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Desligados estão nas maiores faixas de remuneração

O saldo positivo do emprego nos bancos em 2011 está concentrado nas faixas salariais mais baixas, especialmente no segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 23.948 postos de trabalho.

A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 3,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 4.535 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (68,3%) estar concentrada na faixa de até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuíram pelas faixas superiores de remuneração.

"Isso prova que os bancos continuam utilizando a alta rotatividade como instrumento para reduzir seus gastos com a folha de pagamento, demitindo os bancários com salários mais altos", salienta Carlos Cordeiro.

Entre os desligados, 47,2% destes postos estavam nas faixas a partir de 3 salários mínimos. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.487,74) é 38,45% inferior à média salarial dos desligados (R$ 4.041,62). As admissões na faixa de até 3 salários mínimos, em setembro de 2010, correspondiam a 59,65% do total de admissões.


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Norte e Nordeste: maior percentual de crescimento de empregos

A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho nos primeiros nove meses de 2011, com a criação de 7.915 postos de trabalho, mas as regiões Norte e Nordeste apresentaram maior percentual de crescimento na geração de postos de trabalho do setor bancário.

Região do País
Admitidos
Desligados
Saldo
Diferença da Rem. Média
(%)
Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)
Nº de trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)
Norte
2.341
5,08%
1.568,26
792
2,84%
2.957,86
1.549
-46,98%
Nordeste
7.135
15,49%
1.666,17
2.250
8,07%
3.314,44
4.885
-49,73%
Sul
6.031
13,09%
1.972,15
3.618
12,97%
3.892,43
2.413
-49,33%
Centro-Oeste
3.090
6,71%
1.880,42
1.685
6,04%
3.910,40
1.405
-51,91%
Sudeste
27.467
59,63%
2.961,05
19.552
70,09%
4.208,12
7.915
-29,63%
Total
46.064
100,00%
2.487,74
27.897
100,00%
4.041,62
18.167
-38,45%

Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT


Em relação ao período de janeiro a setembro de 2010, as Regiões Norte e Nordeste destacam-se pela significativa expansão dos postos de trabalho no setor, com crescimento de 125,47% e 478,11%, respectivamente, apesar de expressiva diferença de remuneração entre admitidos e desligados.

Em sentido contrário, a Região Sudeste, apesar do maior saldo de empregos, apresentou queda de 31,73% em relação ao mesmo período de 2010. Em redução também, porém, não tão significativa, aparecem as regiões Sul (-4,55%) e Centro-Oeste (-0,57%), como é possível observar na tabela abaixo.

Região
Saldo       
(jan a set. 2010)
Saldo       
(jan a set. 2011)
Variação
Norte
687
1.549
125,47%
Nordeste
845
4.885
478,11%
Centro-Oeste
1.413
1.405
-0,57%
Sudeste
11.594
7.915
-31,73%
Sul
2.528
2.413
-4,55%
Total
17.067
18.167
6,45%
                                           Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT


Itaú e Santander fecharam 4.132 postos de trabalho

A pesquisa inclui também um olhar sobre os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander). Apesar dos lucros bilionários, o Itaú e Santander fecharam 2.496 e 1.636 postos de trabalho, respectivamente, nos primeiros nove meses deste ano.

O número de funcionários do Itaú era de 102.316 trabalhadores em dezembro de 2010 e cresceu para 104.022 em março de 2011. No entanto, houve fechamento de 4.202 postos entre março e setembro, apresentando 99.820 empregados em setembro. Isso significa uma queda de 2,44% no saldo de empregos em relação ao final do ano passado e de 4,04% na comparação com março de 2011.

No Santander, o número total de funcionários, em dezembro de 2010, era de 54.406 trabalhadores. Ao final do terceiro trimestre de 2011, o número registrado foi 52.770, o que significa um corte de 1.636 empregos (queda de 3% em relação ao final do ano passado).

Enquanto isso, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentaram saldos positivos de 6.086, 4.568 e 1.990 empregos, respectivamente, o que foi decisivo para geração de 18.167 postos de trabalho em todo setor bancário nos primeiros nove meses do ano.

Bancos
Número de empregados
Saldo em 2011
Variação Dez/10-Set/11
4tri/10
1tri/11
2tri/11
3tri/11
Bradesco
95.248
96.749
98.317
101.334
6.086
6,39%
Banco do Brasil*
109.026
111.224
112.913
113.594
4.568
4,19%
Caixa Econômica Federal
83.185
83.506
84.420
85.175
1.990
2,39%
Santander
54.406
54.375
53.361
52.770
-1.636
-3,01%
Itaú*
102.316
104.022
101.531
99.820
-2.496
-2,44%
Total
444.181
449.876
450.542
452.693
8.512
1,92%


"A economia do Brasil está crescendo e, por isso, todos os grandes bancos deveriam aproveitar este momento para abrir novas agências e postos de atendimento, contribuindo para a inclusão bancária de milhões de cidadãos brasileiros e garantindo emprego decente para os bancários", conclui Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT