Henrique Alves dá prazo para CCJ votar PL 4.330/04, da
terceirização
Publicado em
Segunda, 30 Setembro 2013 02:47
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN) abriu prazo de cinco sessões ordinárias do plenário da Casa
para que a Comissão de Constituição e Justiça vote o parecer do deputado Arthur
Oliveira Maia (PMDB-BA) ao PL 4.330/04, que pretende regulamentar a
terceirização no País.
Trata-se de
manobra regimental articulada pela bancada empresarial, a partir do despacho
favorável do Requerimento 8.634/13, do deputado Darcísio Perondi (RS), na
última quinta-feira (26), que prevê prazo adicional de cinco sessões à CCJ para
votar o parecer do deputado Arthur Maia, que independentemente de ser votado, o
projeto deve ir direto ao plenário após cumprir essa orientação. O requerimento
foi apresentado no último dia 18.
Esta decisão
atropela acordo firmado com as centrais sindicais para discutir a matéria (PL
4.330) após a comissão geral da terceirização realizada no dia 18 de setembro.
Ademais, trata-se
de ardil regimental, pois burocraticamente lança-se mão de prazo para votar na
CCJ matéria excessivamente controversa, quando a tradição e a cultura da Casa
impõem a construção de um acordo ou consenso para apreciação de proposição com
esta característica. Já está acertado que o projeto não será mais analisado no
colegiado.
A votação da
matéria no plenário depende do destravamento da pauta trancada por três
projetos de lei em regime de urgência constitucional, com precedência na fila
de votação. Por esta razão o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), não abre mão de
votar os projetos em regime de urgência para liberar a pauta.
A manobra
demonstra três questões: 1) a bancada empresarial foge do debate e da
negociação, 2) sabe que o projeto é nocivo, por isso se movimenta
sorrateiramente em relação ao tema, e 3) quer impor o projeto de forma
antidemocrática aos trabalhadores.
Articulação do
PMDBNão é uma coincidência o autor do projeto ser do PMDB, Sandro Mabel (GO); o relator também, Arthur Maia (BA); o autor do requerimento, Darcísio Perondi (RS); o presidente da Casa, Henrique Alves (RN), que acatou sem titubear o requerimento para votar a matéria no plenário, mesmo que ainda não tenha sido alcançado um acordo, conforme entendimento com as centrais.
Para fechar esta
grande articulação parlamentar-empresarial contra os trabalhadores na Câmara, o
líder do PMDB quer acelerar a votação dos projetos sob regime de urgência para
então liberar a pauta e votar o PL 4.330. E há mais: como a Câmara está vedada
ao povo, aos trabalhadores, espera-se fazer essa grande traição às escondidas,
sem ouvir o movimento sindical, que está impedido de ingressar nas dependências
da Câmara.
A bancada
empesarial força a barra para votar o projeto ainda neste ano porque sabe que
no próximo será mais difícil, haja vista que em ano eleitoral não se vota
proposições polêmicas, como é o caso desta.
Comparecer
Diante dessa articulação, o movimento sindical precisa comparecer urgentemente à Câmara e pedir audiência ao presidente Henrique Alves e mostrar-lhe o quão nocivo é o projeto, se aprovado for, ao tecido social brasileiro. Os ministros do TST já apontaram esse descaminho.
Ao mesmo tempo
devem empreender intensa e maciça mobilização nos estados e em Brasília para
barrar a votação do projeto no plenário. Só uma grande mobilização e muita
pressão poderão evitar que o projeto seja votado sem que seja negociado.Diante dessa articulação, o movimento sindical precisa comparecer urgentemente à Câmara e pedir audiência ao presidente Henrique Alves e mostrar-lhe o quão nocivo é o projeto, se aprovado for, ao tecido social brasileiro. Os ministros do TST já apontaram esse descaminho.
Com a palavra o
movimento sindical!
Fonte: Diap
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