terça-feira, 8 de setembro de 2015

Negativas da Caixa reforçam importância da mobilização dos trabalhadores

  





Nenhuma proposta às reivindicações dos empregados foi apresentada pela Caixa Econômica Federal, durante a segunda rodada de negociação da Campanha Salarial 2015. Na reunião, nesta sexta-feira (4), em Brasília (DF), foram debatidos os pleitos relacionados à saúde do trabalhador, aposentados e Funcef. Na oportunidade, os representantes dos trabalhadores reivindicaram a criação de um Grupo de Trabalho paritário para debater e buscar soluções para resolver os problemas enfrentados pelo fundo de pensão, como o plano de equacionamento do REG/Replan saldado e não-saldado, contencioso judicial, governança, entre outros. O banco ficou de analisar a solicitação.

Membros da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ressaltaram que as ações judiciais é um dos fatores que impactam nos resultados da Funcef. Conforme dados divulgados pela Fundação, em 2015 já estão provisionados cerca de R$ 181 mil para risco de condenação remoto, quase R$ 7,1 bilhões para risco possível e mais de R$ 1,8 bilhão para risco provável, totalizando mais de R$ 8,9 bilhões.

A Caixa alegou que está cumprindo com o Acordo Operacional, que prevê a responsabilidade da empresa apenas nas ações relacionadas a auxílio-alimentação, cesta-alimentação, abono na complementação da aposentadoria e Plano de Assistência Médica Supletiva (Pams), e que tem feito o repasse de recursos para a Funcef. No entanto, segundo os trabalhadores, esses itens representam a parcela menor do contencioso judicial. A maioria das ações é relativa ao Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA). "Esse passivo é de total responsabilidade da patrocinadora", destacou Genésio Cardoso, membro da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba. 

Outros pontos abordados, na negociação, foram o fim do voto de Minerva, o reconhecimento, por parte da Caixa do CTVA como verba salarial para fins de aporte ao fundo de pensão aos que permaneceram no REG/Replan não-saldado e aos que o saldaram, e o fim da discriminação aos trabalhadores que não saldaram o REG/Replan e, em função disso, são impedidos de migrar para Plano de Cargos e Salários (PCS) de 2008 e para o Plano de Funções Gratificadas (PFG) de 2010. A Caixa disse não a todas essas reivindicações.

Ainda sobre Funcef, outra reivindicação dos trabalhadores é a incorporação urgente do REB ao Novo Plano. Segundo os interlocutores da empresa, o processo está desde junho no Ministério da Fazenda, e a demora na implantação desta medida se deve a dificuldades impostas pelos órgãos controladores. Não há previsão de quando a metodologia formulada conjuntamente pela Fundação e a patrocinadora será encaminhada à Previc, última instância de deliberação.

De acordo com a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Matheus, outra questão que precisa ser resolvida de uma vez por todas é a do Plano de Melhoria de Proventos e Pensões (PMPP), que se arrasta desde 2006. "Na época, quando Caixa e Funcef fecharam o acordo, eram 1.150 assistidos. Hoje, são pouco mais de 700. A média de idade dos participantes nessa situação é de 80 anos. A patrocinadora está esperando resolver isso com a morte de todos. Não aceitaremos", destaca.

A empresa também recusou duas das três propostas relativas aos aposentados: extensão do Saúde Caixa aos desligados em Plano de Adesão ao Desligamento Voluntário (PADV) e programa de refinanciamento de dívidas do segmento. Outro item, que consta na minuta específica, é a criação de programa que assegure atendimento digno aos aposentados e pensionistas nas unidades. O banco alegou que já adota esta prática e que situações isoladas podem ser denunciadas para serem apuradas.

Saúde do Trabalhador
Um dos argumentos mais utilizados pela Caixa, na negociação desta sexta-feira, para justificar a falta de propostas às reivindicações dos trabalhadores foi de que já cumpre o que está previsto na legislação. Foi assim, por exemplo, com o pedido de adoção da remuneração-base para fins de cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Hoje, ela corresponde ao salário mínimo, conforme está previsto no artigo 192 da CLT. Segundo o banco, existem questionamentos para mudar o valor no Superior Tribunal Federal, mas enquanto o STF não se posicionar, ficará mantida vinculação ao mínimo.

O mesmo posicionamento manteve em relação a outros itens como a incorporação da gratificação de função e CTVA aos salários para empregados que forem obrigados a abandonar a função em razão de problemas de saúde, criação de protocolo de combate ao assédio sexual e abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), no prazo de 24 horas, para todos os trabalhadores lotados nas unidades que sofrerem ocorrência de assaltos.

"A negociação foi marcada por 'nãos' da Caixa para nossas reivindicações. Precisamos buscar a mobilização para fazer o enfrentamento com a empresa e buscar avanços na melhoria das condições de trabalho, valorização dos trabalhadores e em questões como a Funcef", acrescenta Genésio Cardoso.

A pauta específica da campanha salarial deste ano será negociada com a Caixa concomitantemente com as negociações realizadas no âmbito da mesa unificada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O calendário de debates específicos começou no dia 27 de agosto, quando a Caixa se manteve intransigente e rejeitou a suspensão do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP).

Na reunião desta sexta-feira, também estava previsto o debate sobre Saúde Caixa, mas o tema ficou para a próxima negociação, agendada para o dia 11 de setembro, quando estarão em pauta, ainda, carreira, isonomia e organização do movimento. No dia 18 de setembro, ocorrerá a quarta reunião sobre os pontos da minuta relativos a contratação, condição de funcionamento das agências e jornada/Sipon. 

Fonte: Fenae

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Comando cobra mais saúde e segurança, mas bancos não avançam

  




Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Jaílton Garcia - Contraf-CUTA próxima rodada de negociação será sobre Igualdade de Oportunidades

Foram dois dias de debates intensos. O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, apresentou à Fenaban vários dados e situações enfrentadas pelos bancários que comprovam a necessidade de melhorias nas condições de trabalho, mais segurança e respeito à saúde dos trabalhadores. Mas os bancos trataram as reivindicações sem o empenho que merecem e a segunda rodada de negociação da Campanha 2015, nesta quarta (2) e quinta-feira (3), em São Paulo, terminou sem propostas concretas para resolver os graves problemas.

Saúde
O Comando Nacional mostrou pesquisas do Dieese, com base nos dados do INSS, as quais evidenciam a relação da rotina estressante de trabalho com os adoecimentos. Os casos de transtornos mentais e comportamentais estão crescendo muito mais rapidamente na categoria bancária e já superam os adoecimentos relativos a LER/Dort. Entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.

O INSS ainda não divulgou os dados do ano todo de 2014 sobre o setor, mas em 2009 foram 2957 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Já em 2013, os números saltaram para 5042. Um crescimento de 70,5%. No mesmo período, nas outras categorias, o aumento foi de 19,4%.

"A saúde do trabalhador não pode ser negociada como um mero elemento da produção e nem podemos admitir que o trabalho adoeça as pessoas, como temos visto nos dados sobre afastamentos", disse o presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, durante a negociação. "Saúde é um direito fundamental e os bancos precisam assegurar este direito no local de trabalho", reforçou.

Metas abusivas e assédio moral
O fim das metas abusivas e combate ao assédio moral estão entre as principais reivindicações da categoria. Os bancos reconheceram que pode haver excessos no modo de cobrança por parte de alguns gestores, mas não concordaram com a reivindicação do Comando para que as metas sejam estabelecidas com a participação dos trabalhadores, com critérios para a estipulação, levando em conta o porte da unidade, a região de localização, número de empregados e carteira de clientes.

"Os bancos continuam a dizendo que as metas são expectativa de resultados e fazem parte da gestão. Mas o que vemos é uma relação direta com a avaliação de desempenho. Os bancários são pressionados para conseguir resultados, se esforçam além dos seus limites e adoecem neste ambiente de trabalho extremamente competitivo", criticou Roberto Von der Osten. 

Pressionada, a Fenaban resolveu atender algumas das reivindicações de combate ao assédio moral. Assumiu o compromisso de avaliar a possibilidade do empregado pedir transferência para outra unidade, quando for comprovadamente assediado. Assim como informar as soluções dadas aos casos de assédio moral apurados também pelos canais internos dos bancos. Os trabalhadores cobraram mais rapidez. Atualmente, os bancos têm 45 dias para este retorno, mas a Fenaban não aceitou reduzir o prazo.

"Durante este período assediador e assediado convivem no mesmo local de trabalho. Isso intensifica o quadro de depressão e de outras doenças pelo assédio. O tempo de apuração da denúncia tem que ser o menor possível", reforçou o presidente da Contraf-CUT.

Outro não dos bancos foi quando à reivindicação de que garantam aos empregados a participação nos exames e procedimentos previstos no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), cumprindo na integralidade as disposições da Convenção 161 da OIT, que assegura a participação dos trabalhadores nas questões que tratam da saúde laboral.

Isonomia de direitos e reabilitação
Mais um problema enfrentado pela categoria é a manutenção de direitos para os bancários afastados por acidente de trabalho e motivo de saúde. A reivindicação é que diferença entre benefício recebido do INSS e o salário seja paga pelos bancos.

Os banqueiros responderam que já há várias cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que tratam de ressarcimento de diferenças e que não querem nada de novo relativo ao tema. 

O Comando Nacional também fez duras críticas aos programas de reabilitação profissional desenvolvidos pelos bancos, cuja elaboração também não conta com a participação dos trabalhadores. São constantes as reclamações recebidas pelos sindicatos revelando que os funcionários são mal atendidos pelo gestor, ou mesmo pelo banco, no retorno ao trabalho.

"Eles consideram ingerência, mas insistimos que os sindicatos precisam acompanhar de perto esse retorno, quem são, para onde estão indo, de forma que a reinserção na rotina seja feita com respeito aos limites desse empregado adoecido, assim como achar saídas para evitar tantos adoecimentos", afirmou a vice- presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

"A reivindicação dos bancários é a alteração da redação da cláusula do programa de "reabilitação" do trabalho, para "retorno" ao trabalho, já que reabilitação é uma atribuição do Estado e não pode ser executada pelas empresas, como os bancos têm feito", defendeu o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale.

Mais um agravante para o movimento sindical é a revalidação que os bancos estão fazendo dos atestados médicos dos trabalhadores, colocando em xeque a idoneidade do bancário.

Diante dos problemas, a Fenaban concordou em marcar novas reuniões com os dirigentes sindicais para debater o tema de saúde, antes do encerramento da Campanha Nacional 2015.

"A data deve ser definida em breve. Nós não vamos sair desta negociação sem avanços na nossa pauta," ressaltou o presidente da Contraf-CUT. 

Segurança
Além da pressão por resultados, metas abusivas e assédio moral, os bancários também convivem com a insegurança nos locais de trabalho. Levantamento realizado pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio técnico do Dieese, aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês. Os ataques a agências e caixas eletrônicos também viraram manchetes diárias nos jornais pelo País. Foram 3.150 ocorrências no ano passado, com uma média assustadora de 8,63 por dia.

O Comando Nacional cobra melhores condições de segurança para bancários, clientes e assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsão, com atendimento médico e psicológico não só ao empregado, mas também à família do funcionário.

Os bancários querem que os bancos sejam obrigados a emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) sobre todos os casos de tentativa ou de assalto consumado, assim como o Boletim de Ocorrência(BO).

"O objetivo do crime é o banco, mas as vítimas são os bancários, portanto registro do BO é obrigação dos bancos. É o patrimônio do banco que o bandido quer lesar, mas é a vida das pessoas que corre risco," afirmou Gustavo Tabatinga, secretário se Políticas Sindicais da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. Mas os bancos continuaram relutantes em acatar as reivindicações.

Como medida de prevenção aos assaltos, o Comando Nacional solicita o fim da guarda das chaves por funcionários e que empresas de segurança privada sejam contratadas para o trabalho. A Fenaban também não aceitou, alegando que qualquer pessoa pode ser vítima da violência. 

O presidente da Contraf-CUT rebateu a negativa. Explicou que os bancários são escolhidos a dedo pelo crime organizado. Geralmente, estão entre os trabalhadores que possuem as chaves das agências e as senhas dos cofres e defendeu a estabilidade de emprego, mínima, de 36 meses, ao funcionário vítima de assalto, sequestro ou extorsão. 

"Nem sempre as sequelas aparecem na hora, pode incorrer numa baixa de produção ocasionada por uma depressão, por uma síndrome do pânico. Os empregados podem acabar sendo demitidos por uma ocorrência de violência bancária de muitos meses atrás," alertou Roberto von der Osten. 

Projeto-piloto
Para reduzir a violência, os bancários querem a implantação, em todo o País, dos equipamentos e medidas que fizeram do projeto-piloto de segurança. O projeto é uma conquista da Campanha 2012. Foi implantado durante um ano, entre agosto de 2013 e agosto de 2014, em Recife, Olinda e Jaboatão de Guararapes e testou a eficácia de itens que o movimento sindical julga serem necessários para garantir segurança. 

Houve a instalação, nas agências, de porta giratória com detector de metais câmeras internas e externas, biombos em frente aos caixas, guarda-volumes e vigilantes armados e com coletes balísticos, além de cofre com dispositivo de retardo. 

Segundo dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o número de roubo a bancos caiu pela metade (de 16 para 8) nas cidades do projeto. entre janeiro e junho de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013. O número de arrombamentos teve uma queda de 41,8%, caindo de 110 em 2013 para 64 em 2014. Em relação à "saidinha de banco", o número de registros em Olinda caiu 46,4%. 

Mas os bancos se recusaram, novamente, a replicar estes equipamentos para todo Brasil, preferindo continuar com os projetos-pilotos. Concordaram, apenas, em testar as medidas em outras duas regiões. 

"Os bancos avaliam como importante o conteúdo, mas insistem em continuar apenas como projeto-piloto em mais duas regiões para ter uma amostragem mais eficiente, segundo eles. Nós queremos que as medidas já sejam aplicadas em todo o País. Consideramos que a eficácia já está mais do que comprovada", concluiu Roberto von der Osten. 

Calendário de negociações

Fenaban
9/9 - Igualdade de Oportunidades
16/9 - Remuneração

Caixa
4/9 - Saúde, Funcef e aposentados
11/9 - Carreira, insonomia e organização do movimento
18/9 - Contratação, condição das agências e jornada

Banco do Brasil
11/9 - Cláusulas sociais e previdência complementar
18/9 - Remuneração e plano de carreira

(Matéria atualizada em 4/9) 

Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Lotéricos fazem protestam contra licitação da CAIXA


Nesta quinta-feira (03/09), mais de 4 mil pessoas, entre donos de lotéricas e trabalhadores, fizeram passeata, em Brasília, para protestar contra licitação da Caixa Econômica Federal, que pretende substituir mais de 6 mil concessões de casas lotéricas. No trajeto, o grupo escolheu pontos de concentração como o Edifício Sede da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União (TCU). 

Os manifestantes alegam que a Lei Federal nº 12.869/13, que trata da gestão das unidades, garante a permanência de permissionários por mais 20 anos. A CAIXA, por sua vez, emitiu nota dizendo que “não há respaldo” para a reivindicação e que respeita uma determinação do TCU.

A CAIXA também informou que o primeiro edital para licitar as agências lotéricas será lançado em 22 de outubro. Os certames vão ocorrer até 2018, em lotes de 500 unidades.

Diretoria Executiva da CONTEC

Negociação específica: Comando e Caixa realizam na sexta segunda rodada

  




A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Caixa Econômica Federal se reúnem nesta sexta-feira (4), em Brasília, para a segunda rodada de negociações específicas da campanha salarial 2015. Na pauta, Saúde Caixa, Funcef e aposentados

Em relação ao Saúde Caixa, o movimento nacional dos empregados reivindica a utilização do resultado anual com aporte da Caixa (70%) para a melhoria do plano. Outras exigências são a segregação operacional e financeira dos recursos, com a criação de um fundo que os remunere, a contratação de assessoria especializada para o Saúde Caixa na Gipes e na Gesap e a revisão geral tanto em relação às coberturas quanto aos limites de procedência. O caráter do Conselho de Usuários também precisa ser modificado, pois hoje ele é consultivo e necessita ser transformado em deliberativo.

No item sobre o Saúde Caixa, uma das reivindicações é a utilização do resultado anual com aporte da Caixa (70%) para a melhoria do plano. Também são reivindicadas a segregação operacional e financeira dos recursos com a criação de um fundo que os remunere, a contratação de assessoria especializada para o Saúde Caixa na Gipes e na Gesap e a revisão geral tanto em relação às coberturas quanto aos limites de procedência. O caráter do Conselho de Usuários também precisa ser modificado, dado que hoje a instância é consultiva e necessita ser transformada em deliberativa.

No caso da Funcef, uma das principais reivindicações é o fim do voto de minerva nas instâncias de gestão da Fundação. Outra bandeira é o fim da discriminação aos trabalhadores que não saldaram o REG/Replan e, em função disso, são impedidos de migrar para Plano de Cargos e Salários (PCS) de 2008 e para o Plano de Funções Gratificadas (PFG) de 2010. Há também a luta para a conclusão do processo de incorporação do REB pelo Novo Plano, assim como a necessidade de participação do movimento nacional dos empregados na definição sobre o plano de equacionamento do déficit na Fundação, de modo a garantir a maior transparência possível nesse processo.

Na reunião desta sexta-feira, dessa vez em relação aos aposentados, os representantes dos empregados vão cobrar a recomposição do poder de compra dos benefícios e a extensão do auxílio e da cesta alimentação a todos os aposentados e pensionistas, inclusive aos desligados em PADV. A paridade das funções também será exigida, de modo a corrigir as distorções causadas pelos planos de cargos e salários e funções ainda existentes.

Avaliação
A julgar pela rodada da semana passada, quando o banco recusou-se a negociar a suspensão do GDP, que institucionaliza a cobrança de metas individuais e é a principal causa do adoecimento registrado nas unidades, a hora, portanto, é para ampliar a mobilização em torno das reivindicações específicas da campanha salarial deste ano.

Calendário na Caixa
Dia 4 de setembro: continuidade dos debates sobre saúde do trabalhador, Saúde Caixa, Funcef e aposentados.
Dia 11 de setembro: carreira, isonomia e organização do movimento.
Dia 18 de setembro: contratação, condição de funcionamento das agências, jornada e Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon). 

Fonte: Contraf-CUT, com Fenae

Segunda rodada de negociação com a Fenaban continua nesta quinta

  



Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Jaílton Garcia - Contraf-CUTToda a quarta-feira foi tomada pelo debate sobre saúde

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma com a Fenaban, nesta quinta-feira (3), a segunda rodada negociação sobre saúde e condições de trabalho. Também estão na pauta as reivindicações sobre segurança. Toda a quarta-feira (2) foi tomada pelo debate sobre saúde, mas os bancos não apresentaram propostas concretas para resolver o aumento dos casos de adoecimento na categoria. 

O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto Von der Osten, iniciou a negociação ressaltando que saúde é um direito fundamental e que os bancos precisam assegurar este direito no local de trabalho. "A saúde do trabalhador não pode ser negociada como um mero elemento da produção e nem podemos admitir que o trabalho adoeça as pessoas, como temos visto nos dados de afastamento do trabalho", reforçou. 

Com uma rotina de trabalho cada vez mais estressante com metas abusivas e muita pressão pela cobrança de resultados, a categoria bancária está entre as que mais apresentam problemas de saúde com causas nas condições de trabalho. Os casos de transtornos mentais e comportamentais estão crescendo muito mais rapidamente na categoria bancária e já superam os adoecimentos relativos a LER/Dort. Entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.

O INSS ainda não divulgou os dados do ano todo de 2014 sobre o setor bancário, mas tabelas completas de anos anteriores reforçam este aumento. Em 2009, foram 2957 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Já em 2013, os números chegaram a 5042 bancários. Um crescimento de 70,5%, conforme estudo do Dieese com base nos benefícios previdenciários e acidentários concedidos pelo INSS. No mesmo período, nas outras categorias, o crescimento foi de 19,4%. 

"Reforçamos junto à Fenaban que o trabalhador não quer emprego para adoecer. Quer sustentar a família e temos de achar meios de mudar esse quadro que mostra mais de 18 mil bancários afastados em 2013 (últimos dados anuais disponibilizados pelo INSS)", afirmou a vice- presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

Fim das metas abusivas e do assédio moral

O Comando Nacional dos Bancários também destacou a convenção 161 da OIT, que tem o Brasil como signatário, estabelecendo objetivos, princípios e diretrizes de uma política nacional de saúde a partir do diálogo social com os trabalhadores. Os bancários reivindicam que as metas sejam estabelecidas com a participação dos trabalhadores, com critérios para a estipulação, levando em conta o porte da unidade, a região de localização, número de empregados e carteira de clientes.

"Os bancos continuam a dizendo que as metas são expectativa de resultados e fazem parte da gestão. Mas o que vemos é uma relação direta com a avaliação de desempenho. Os bancários se sentem pressionados e obrigados a cumprir a meta a qualquer preço. Eles ficam angustiados e estressados para conseguir resultados e adoecem num ambiente de trabalho extremamente competitivo", disse Roberto Von der Osten. 

Durante a negociação, o Comando Nacional reivindicou o aprimoramento do instrumento de prevenção e combate ao assédio moral, uma conquista da campanha de 2011. O movimento sindical acredita que o tempo de resolução dos casos precisa ser mais rápido. 

"Atualmente, os bancos têm 45 dias e durante este período assediador e assediado convivem no mesmo local de trabalho. Isso intensifica o quadro de depressão e de outras doenças pelo assédio. O tempo de apuração da denúncia tem que ser o menor possível", reivindicou o presidente da Contraf-CUT.

A negociação com a Fenaban continua nesta quinta-feira (3) com as discussões sobre o GT do adoecimento, grupo de trabalho bipartite que tem a função de analisar as causas dos afastamentos dos empregados do ramo financeiro. Outra reivindicação dos bancários é a alteração da redação da cláusula do programa de "reabilitação" do trabalho, para "retorno" ao trabalho, já que reabilitação é uma atribuição do Estado e não pode ser executado pelas empresas, como os bancos têm feito. A extensão integral dos benefícios para os bancários afastados também está na pauta. 

Além das reivindicações de saúde e condições de trabalho, a segunda rodada também debaterá as demandas sobre segurança bancária.

O Comando Nacional reivindica melhores condições de segurança para bancários e clientes e assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsão. Também estão na pauta a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. O fim da revista íntima, ainda praticada por muitas agências no País. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários e extinção das tarifas para transferência de dinheiro via DOC e TED.

Levantamento realizado pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio técnico do Dieese, aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês.

Calendário de Negociações com a Fenaban
3 de setembro - Saúde, Condições de Trabalho e Segurança
9 de setembro - Igualdade de Oportunidades
16 de setembro - Remuneração 

Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Comando Nacional realiza segunda rodada de negociação com Fenaban

  




O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma nesta quarta-feira (2) as discussões da Campanha Nacional 2015 com a Fenaban, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, a partir das 10 horas. Estarão em debate as reivindicações sobre saúde, condições de trabalho e segurança. Esta é a segunda rodada de negociação, que continuará na quinta-feira (3), no mesmo local. 

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, lembra que a saúde é um direito social fundamental e indispensável para o desenvolvimento do ser humano. "Os bancos são o setor da economia que mais tem lucrado. Eles são também o que tem apresentado um crescimento alarmante no adoecimento de seus empregados. Algo está errado", questionou.

Saúde e condições de trabalho
Entre as reivindicações da categoria estão o fim das metas abusivas e do assédio moral. Com uma rotina de trabalho cada vez mais estressante, a categoria bancária está entre as que mais apresentam problemas de saúde com causas no ambiente e nas condições de trabalho. 

Os casos de transtornos mentais e comportamentais estão crescendo muito mais rapidamente e já superam os adoecimentos relativos a LER/Dort. Somente entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico. O INSS ainda não divulgou os dados do ano todo de 2014 sobre o setor bancário, mas tabelas completas de anos anteriores reforçam ainda mais este aumento. Em 2009, foram 2957 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Já em 2013, os números chegaram a 5042 bancários. Um crescimento de 70,5%, conforme estudo do Dieese com base nos benefícios previdenciários e acidentários concedidos pelo INSS.

A negociação com a Fenaban também discutirá o GT do adoecimento, grupo de trabalho bipartite que tem a função de analisar as causas dos afastamentos dos empregados do ramo financeiro, conforme a Cláusula 62ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Outra reivindicação dos bancários é a alteração da redação da cláusula do programa de "reabilitação" do trabalho, para "retorno" ao trabalho, já que reabilitação é uma atribuição do Estado e não pode ser executado pelas empresas, como os bancos têm feito. Outros itens são a extensão integral dos benefícios para os bancários afastados. 

"Os bancos têm de ter uma vontade política de buscar causa do adoecimento e implementar medidas de prevenção. Isto seria uma ação real de valorização dos seus empregados", afirmou o presidente da Contraf-CUT.

Segurança 
O Comando Nacional reivindica melhores condições de segurança para bancários, clientes e assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsão. Também estão na pauta a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. O fim da revista íntima, ainda praticada por muitas agências no País. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários e extinção das tarifas para transferência de dinheiro via DOC e TED. 

Levantamento realizado pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio técnico do Dieese, aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês.

Para Roberto von der Osten, na questão da segurança, "os bancos sabem quais são os equipamentos que inibem as ações de assaltos e sequestros. Mas, precisam ser convencidos a implementá-los", disse.

Calendário de Negociações com a Fenaban
2 e 3 de setembro - Saúde, Condições de Trabalho e Segurança
9 de setembro - Igualdade de Oportunidades
16 de setembro - Remuneração 

Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 1 de setembro de 2015

HSBC reverte prejuízo de 2014 com lucro de R$ 31,8 milhões

  



O Banco HSBC Brasil reverteu o prejuízo de 2014 e registrou lucro líquido de R$ 31,8 milhões no primeiro semestre deste ano. O resultado deve-se a um retorno significativo de créditos tributários que o banco tinha com a Receita Federal (os chamados de "impostos diferidos"), num montante de R$ 413,4 milhões, o que impactou positivamente também no lucro final. No mesmo período do ano passado, a instituição registrou prejuízo líquido de R$ 16,2 milhões. 

O banco reduziu seu quadro funcionários em 1.648 postos de trabalho em relação a junho de 2014. Assim, o número total de empregados do banco no Brasil foi de 20.263 trabalhadores. Já o número de agências bancárias do HSBC foi reduzido em 2 unidades, um total de 851 agências.

Clique aqui para ver os destaques do Dieese

As Operações de Crédito cresceram 6,8% em doze meses, um montante de R$ 68,4 bilhões. As operações com pessoas físicas tiveram elevação da ordem de 5%, em relação a junho de 2014, e atingiram a R$ 15,4 bilhões. As operações com pessoas jurídicas, concentradas nas modalidades de indústria e comércio (64% da carteira desse tipo de cliente) alcançaram a cifra de R$ 53 bilhões, uma elevação de 7,3% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias sofreu uma elevação de 1 ponto percentual, com a marca de 5,1% no semestre. Em consonância, o banco elevou suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 97%, em doze meses, um total de R$ 2,2 bilhões. 

Fonte: Contraf-CUT