terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

BB - MPT abre investigação para apurar práticas antissindicais do BB

 
Crédito: Guina, Contraf-CUT
Guina, Contraf-CUT Audiência realizada no dia 3 de dezembro, em Brasília

O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai abrir processo investigatório contra o Banco do Brasil para apurar possível prática antissindical do banco. A decisão foi tomada durante audiência no MPT na sexta-feira (1), em Brasília, depois de contínuas tentativas do órgão para que o banco reavaliasse a prática de alterar unilateralmente férias, abonos e licenças programadas dos grevistas da última Campanha Nacional.

A mediação do MPT ocorreu no sentido de que o banco alterasse a Instrução Normativa 361, especificamente no item em que dá margem para tal alteração unilateral de afastamentos abonados (férias, abonos e licenças prêmio) ou que o BB emitisse um informe esclarecendo que a prática estaria proibida pelos gestores das unidades.

"Durante a audiência, o banco informou que nenhuma providência foi tomada no sentido de colocar em prática a recomendação do MPT, feita na última reunião, no dia 3 de dezembro", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. "O banco manteve uma posição intransigente e, após várias tentativas da procuradora (Paula de Avila e Silva Porto Nunes), não houve mediação".

De acordo com William, um fator importante e decisivo para o prosseguimento da investigação foi a Contraf-CUT ter agregado ao processo de intermediação do Ministério um boletim do BB, emitido após a última audiência no MPT, que desvirtuava a orientação da procuradora e chancelava a prática antissindical do banco. "Isso mostra a falta de ética e desrespeito dos administradores do BB", avalia William.

Orientação

A Contraf-CUT orienta que os bancários que tiveram férias, abono ou licença alterados no período de 4 de outubro a 15 de dezembro encaminhem documentos que comprovem tal prática à Confederação. "Vamos entregar ao MPT estas provas para que sejam agregadas à investigação. Pedimos que esta mobilização para compilação das provas seja feita o quanto antes possível", afirma William.

"Pedimos ainda que os sindicatos que fizeram homologação de demissões com a ressalva de que horas da greve foram descontadas encaminhem estes documentos à Contraf-CUT, de modo a denunciar que o banco desrespeitou a Convenção Coletiva", ressalta William.

Acordo

Uma das condições para que os bancários assinassem o acordo coletivo 2012/2013 com o BB foi a de não haver o desconto dos dias de greve ou mesmo qualquer outra medida contra os trabalhadores que exerceram esse direito assegurado pela Constituição.

"Mas o banco extrapolou o que está previsto na cláusula 56ª da Convenção Coletiva de Trabalho ao soltar uma instrução normativa mandando seus administradores alterarem férias e demais licenças dos grevistas que já estavam pré-agendadas", denuncia William.

Mais denúncia

As entidades sindicais também denunciaram o banco ao assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, José Lopes Feijóo, durante reunião ocorrida no dia 14 de novembro, em Brasília. Três documentos foram entregues para ele com denúncias de problemas graves de gestão no BB, entre elas as perseguições aos bancários grevistas.


Fonte: Contraf-CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33367

Itaú: lucro e PDD nas alturas e empregos em baixa

Instituição financeira atinge segundo maior resultado já registrado no país, mas provisiona mesmo com inadimplência em baixa e fecha milhares de postos de trabalho, inclusive de bancários

São Paulo – O lucro líquido recorrente do Itaú em 2012 somou R$ 14,043 bilhões. Mesmo com a redução de 4,1% em relação ao ano de 2011, o banco aumentou seu patrimônio líquido em 4%, atingindo R$ 74,2 bilhões e, segundo dados da Economatica, a cifra representa o segundo maior lucro líquido anual já registrado por um banco no Brasil, O primeiro lugar nesse ranking também é do Itaú, em 2011, quando lucrou R$ 14,6 bi.

Motivos para o banco comemorar não faltam, ao contrário dos funcionários. No quarto trimestre, o lucro líquido recorrente atingiu R$ 3,502 bilhões, aumento de 2,6% em relação ao trimestre anterior. As receitas de prestação de serviços e tarifas cresceram 8,3% no acumulado do ano, somando R$ 20,622 bilhões, receita suficiente para cobrir 147% do total das despesas de pessoal. Entretanto, no mesmo ano, o grupo extinguiu milhares de postos de trabalho.

“Foram fechados 7.935 vagas em 2012. Somente no último trimestre, foram 104. Diante da atual economia brasileira, tantas dispensas é uma afronta à categoria bancária. Enquanto isso, o Itaú comemora sua 18ª colocação no ranking de marcas mais valiosas de instituições financeiras no mundo. E o funcionário do Itaú, quais motivos tem para comemorar?”, questiona a dirigente.

A diretora do Sindicato Marta Soares lembra, ainda, que além de demitir, a direção do banco impôs uma nova jornada de trabalho em diversas agências do país sem negociar previamente com trabalhadores e movimento sindical, motivo de diversos protestos no ano passado.

Sobrecarga - Em dezembro de 2011, todo o grupo Itaú, tinha 98.258 empregados no Brasil e em dezembro de 2012 este número caiu para 90.323. Mesmo assim, o banco não deixou de investir em novas unidades, foram abertas 49 agências em 2012.

“Com as dispensas em agências e centros administrativos, quem sofre são os bancários, sujeitos a extrapolar jornada, comprometer sua vida pessoal, e ter de continuar cumprindo metas abusivas para colaborar com os ótimos resultados do banco. Enquanto isso, As despesas de pessoal do banco cresceram apenas 2,3% em um ano”, ressalta a dirigente sindical.

O único item das despesas de pessoal do balanço, divulgado nesta terça-feira 5, que apresenta crescimento expressivo é referente a desligamentos e processos trabalhistas, com alta de 75,3% em 2012

O próprio relatório do Itaú destaca que as despesas com pessoal tiveram redução de 2,2% no 4º trimestre em comparação ao período anterior, mesmo com o reajuste de 7,5% relacionado à Convenção Coletiva do Trabalho firmada em outubro. “Isso significa que com as demissões e a consequente redução da estrutura salarial do banco, o ‘custo’ da CCT nacional dos bancários é muito reduzido”, destaca Marta.

Crédito em baixa, PDD nas alturas - As operações de crédito do banco cresceram 6% no ano, atingindo o montante de R$ 366,285 bilhões. Já no segmento de pessoas físicas o crescimento anual foi de 0,7%, impactado negativamente pela queda de 15% no crédito para veículos. Para pessoa jurídica as operações cresceram 8,7% em um ano.

O índice de inadimplência passou de 4,9% em dezembro de 2011 para 5,2% em junho de 2012 e encerrou o ano em 4,8%. Menor, portanto, do que em 2011. “Podemos observar a elevação até a metade do ano, depois, a inadimplência passou a cair. Surpreendentemente, o banco não expandiu o crédito, mas aumentou em 18,7% seu provisionamento para devedores duvidosos”, destaca Marta Soares.

Segundo o balanço do banco, as despesas de PDD atingiram o montante de R$ 23,644 bilhões, R$ 3,732 bilhões, ou cerca de 18,7%, a mais que em 2011.

PLR no bolso - O Sindicato já enviou carta aos bancos pedindo a antecipação do pagamento da segunda parcela da PLR, com o argumento de que nos meses de janeiro e fevereiro há aumento nos gastos dos trabalhadores, com despesas como IPVA, IPTU e matrículas escolares dos filhos.

“O Itaú, assim como outras instituições financeiras, têm condições de pagar o quanto antes e esperamos que faça isso”, ressalta a diretora do Sindicato, lembrando que essa segunda parcela já virá com isenção total ou com desconto bem menor do imposto de renda, uma conquista da luta dos trabalhadores.


Gisele Coutinho – 5/2/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3711


Itaú Unibanco tem segundo maior lucro do setor bancário em 2012


O lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco, divulgado nesta terça-feira (5), atingiu R$ 14,043 bilhões, o que representa uma queda de 4,03% em relação a 2011. Esse foi o segundo maior lucro do setor no país. O maior foi o resultado do próprio Itaú em 2011, quando bateu R$ 14,640 bilhões, de acordo com levantamento do Dieese, subseção da Contraf-CUT.

Embora o lucro tenha sido menor do que o apurado em 2011, ele teria sido muito maior se o banco não usasse outra vez a manobra contábil de superdimensionar as provisões para devedores duvidosos (PDD), que apresentou um crescimento de 20,66%, passando de R$ 19,9 bilhões em 2011 para R$ 24,025 bilhões em 2012.

"Essa maquiagem é um velho truque dos bancos para diminuir os lucros. As instituições financeiras perseguem vários objetivos com essa mágica, como a redução da PLR dos bancários, a tentativa de justificar a contenção da oferta de crédito e a manutenção das altas taxas de juros, spreads e tarifas bancárias", critica o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Enquanto isso, a taxa de inadimplência real de dezembro de 2012 diminuiu 0,1 ponto percentual em relação a dezembro de 2011. Na comparação de dezembro em relação a setembro de 2012 a variação foi de -0,2 ponto percentual, o que demonstra estabilidade, avalia Cordeiro. "Nem a desculpa da inadimplência pode ser usada para justificar o altíssimo provisionamento", observa Cordeiro.

"Com essa manobra contábil de reduzir o lucro líquido superdimensionando as provisões para uma inadimplência que na verdade é baixa, os bancos atingem vários objetivos simultaneamente. Chantageiam o governo e a sociedade para justificar as demissões e os juros, spreads e tarifas altíssimos", acrescenta Carlos Cordeiro.

Os ativos totais do Itaú em 2012 chegaram a R$ 1,014 bilhão, um crescimento de 19,16% em relação a 2011, quando alcançou R$ 851,3 milhões.

Menos 7.935 postos de trabalho

Apesar do lucro bilionário, o banco segue a política de demissões praticada em 2011. Em 2012, o Itaú fechou 7.935 postos de trabalho, uma redução de 8,08% de seu quadro. Desde março de 2011, já são 13.699 postos a menos, quando eram 104.022 bancários.

Receitas com tarifas crescem

A renda de tarifas bancárias cresceu 13,44%, passando de R$ 5,13 bilhões para R$ 5,83 bilhões. As receitas de prestação de serviço também apresentaram crescimento, de 4,14%. Chegando a R$ 14,49 bilhões. Já as despesas de pessoal tiveram crescimento de 5,02%, passando de R$ 13,36 bilhões para R$ 14,03 bilhões.

"O balanço mostra que o banco paga todas as despesas de pessoal apenas com receitas de serviços e tarifas e ainda apresenta um excedente de 44,8% da soma destas receitas", ressalta o presidente da Contraf-CUT.

"Ainda que os bancários tenham conquistado na Campanha 2012-2013 reajuste de 7,5% no salário e 8,5% no piso da categoria, e, na Campanha 2011-2012, 9% no salário e 12% no piso, os dados do balanço mostram que não houve impacto na mesma proporção na despesa com pessoal. Isso comprova a denúncia que a Contraf-CUT vem fazendo sobre a prática perversa de rotatividade praticada pelo banco. As demissões e contratações por menores salários é uma prática que provoca o enfraquecimento dos ganhos da categoria", ressalta Cordeiro.

Segurança

O banco gastou em 2012 o equivalente a 3,64% do lucro líquido com segurança, somando R$ 510,974 milhões. Em 2011, foram gastos R$ 482,164 milhões, 3,3% do lucro registrado naquele ano. "Itaú e Bradesco são os bancos que menos investem, em relação a seus vultuosos resultados, na segurança de suas agências, postos, clientes e funcionários", critica Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33366


HSBC - Contraf negocia emprego, saúde, previdência e PPR no dia 19


A retomada do processo de negociação entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com o HSBC, que estava agendada para esta quarta-feira 6 em Curitiba, foi remarcada para a terça-feir 19 de fevereiro, a pedido do banco. Os principais temas em pauta serão emprego, plano de saúde, previdência complementar e PPR/PSV.

As demissões efetuadas pelo banco inglês têm sido um dos grandes problemas enfrentados pelos trabalhadores. Apesar dos lucros astronômicos, o HSBC eliminou 1.836 postos de trabalho entre junho de 2011 e junho de 2012, de acordo com os dados do balanço.

"A falta de funcionários é gritante nas agências e departamentos do banco. Não é à toa que as condições de trabalho estão péssimas, beirando o insuportável. A cada dia, o nível de adoecimento cresce. E quando o bancário fica doente, ele ainda é discriminado e perseguido pelo banco, como apontou a recente denúncia feita pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba ao Ministério Público do Trabalho", afirma Carlos Alberto Kanak, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC.

O banco também fez alterações unilaterais no plano de saúde neste início de ano que são extremamente prejudiciais para os funcionários, retirando direitos do pessoal da ativa e dos aposentados.

"Além dos reajustes que encarecerão o custo dos trabalhadores, o banco está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito a manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) por contribuírem mensalmente e os que não terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva (máximo de 270 dias)", alerta Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

O plano de previdência do banco também é alvo de cobrança dos trabalhadores. Lançado no começo do ano passado, o novo plano tem como característica o benefício apenas aos bancários que recebem remuneração acima de R$ 3.500 e em poucos meses o banco fechou a possibilidade de adesão.

Os trabalhadores cobram ainda do banco uma valorização na Participação dos Lucros e Resultados (PLR). Além disso, a empresa insiste em descontar da PLR os valores pagos no programa próprio de remuneração (PPR/PSV).

* Atualizado em 04 de fevereiro de 2013, às 12h


Fonte: Contraf-CUT - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33326

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Bradesco divulga valor da PLR adicional

Trabalhadores receberão R$ 1.430,40 e a segunda parcela da regra básica da Participação nos Lucros e Resultados na sexta 8
São Paulo – Os funcionários do Bradesco terão antecipados para a sexta 8 o pagamento de R$ 1.430,40 que corresponderá à segunda parcela do valor adicional da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Na mesma data será feito também o crédito da segunda parcela.

Pela regra estabelecida na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) o valor adicional é calculado a partir da distribuição linear de 2% do lucro líquido anual do banco com teto de R$ 3.080. Assim, no caso do Bradesco, a soma das duas parcelas do valor adicional - de R$ 1.430.40 a ser paga no dia 8 e R$ 1.364,24 paga em 2012 - totalizará R$ 2.794,64.

Majoração - A CCT estabelece, ainda, que caso o montante distribuído pela regra básica - 90% mais R$ 1.540, com teto de R$ 8.414 – fique abaixo dos 5% do lucro líquido anual da instituição financeira o montante a ser pago a cada trabalhador deverá ser majorado até atingir o limite de 2,2 salários ou R$ 18.511,54.

Essa majoração será aplicada pelo Bradesco no cálculo da segunda parcela - a primeira parte que correspondeu a 54% do salário mais R$ 924 com teto de R$ 5.048,60 foi paga no ano passado - e o Sindicato aguardará o crédito para verificar como foi feito o complemento.

Frutos – Na distribuição da segunda parcela da PLR 2012, os bancários já se beneficiam da nova tabela de Imposto de Renda sobre a PLR, uma conquista dos trabalhadores. Pela nova regra, quem recebe até R$ 6 mil ao ano de PLR, incluindo programas próprios, fica isento de IR, e os descontos são progressivos a partir desse valor, mas todos pagarão menos imposto.

Nos ganhos até R$ 10 mil, o desconto do imposto cai de R$ 1.993,47 para R$ 375. Para quem recebe até R$ 15 mil, o IR cai de R$ 3.368,47 para R$ 1.338,75. E para a PLR de R$ 20 mil, o desconto que era de R$ 4.743,47, vai para R$ 2.704,37.

> Veja tabela com outras faixas salariais

O desconto, com base na nova tabela, será na fonte. Posteriormente, no recebimento da primeira parcela da PLR 2013, a ser paga no segundo semestre deste ano, os dois valores (segunda parcela da PLR 2012 e primeira da PLR 2013) serão somados e o imposto será recalculado e descontado novamente na fonte.

> Trabalhadores bancários domam “leão”

As novas regras só valem para a PLR recebida em 2013. Ou seja, os valores pagos como primeira parcela de 2012, creditados dez dias após a assinatura da CCT, não serão restituídos.

Conservadorismo - De acordo com o Dieese o elevado Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), que teve crescimento de 27,1% no ano passado chegando a R$ 13.014 bilhões, contribuiu para que os pagamentos da PLR e do adicional ficassem abaixo dos tetos.

Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, o percentual guardado para cobrir inadimplência foi conservador, já que o índice de "calote" no país encerrou 31 de dezembro de 2012 em 4,1% e subiu levemente nos primeiros meses do ano, mas apresenta queda desde o 3º trimestre.


Jair Rosa - 4/2/2013  - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3698

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Funcionários do BB nas ruas contra plano de funções

Plenária define manifestação em 6 de fevereiro, indicativo de mobilização nacional e assembleias, além de ações na Justiça, como reação contra a imposição pela direção do Banco do Brasil de sistema que não foi negociado com o movimento sindical
São Paulo – Reunidos em plenária organizativa do Sindicato, os funcionários do Banco do Brasil decidiram fazer um protesto contra o plano de funções imposto pelo banco sem negociação. A manifestação será na quarta feira 6. Além disso, a comissão de empresa se propôs a discutir uma data para mobilização nacional com o intuito de fortalecer o movimento. Também estão previstas assembleias.

> Tire dúvidas sobre Plano de Funções imposto pelo BB

A plenária reuniu cerca de 500 funcionários do Banco do Brasil na quinta-feira 31, com o objetivo de organizar a luta para garantir o direito dos trabalhadores.

Para a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kalcenikas, a manifestação que será realizada na semana que vem pretende endossar o movimento e convencer os bancários de que existe a possibilidade de paralisação. “A organização se dá com o convencimento dos colegas que ainda estão nos locais de trabalho e que ou não foram afetados ou não perceberam o grau de mudanças que o plano de funções trouxe para o salário e a vida dos trabalhadores. O banco só visa reduzir a folha de pagamento e o passivo trabalhista, sem se preocupar com seus profissionais.”

Ações públicas – Na plenária foi divulgado que o Sindicato ingressará com ações civis públicas para grupos de trabalhadores com características de funções homogêneas, como a Reseg (Regional de Segurança), a Gecex (Gerência de Comércio Exterior), a Ditec (Diretoria de Tecnologia), além de outros grupos de funcionários não contemplados pelo plano de funções.

O dirigente sindical Ernesto Izumi explicou por que o Sindicato decidiu por uma ação civil pública por grupo homogêneo ao invés de uma ação coletiva. “Se o Sindicato entrasse como uma ação coletiva abrangendo todos os funcionários, o juiz se consideraria impedido de julgar, porque dentro do grupo haveria trabalhadores de diferentes cargos e funções, e uma ação coletiva desse tipo acarreta um grande risco de derrota.”

Izumi disse que o Sindicato analisou a questão e avaliou que uma ação civil pública contorna o problema e permite entrar com ações nas quais os funcionários não são expostos pessoalmente.

CCV e assinatura do termo – O coordenador da Comissão de Empresa da Contraf, William Mendes, traçou um panorama geral da situação dos bancários e explicou alguns pontos do plano de funções do BB, como o que se refere ao termo que o banco obrigou seus funcionários a assinar.

“Na semana que vem, quando novamente reunirmos a Comissão de Empresa para pensarmos os próximos passos, iremos procurar o Ministério Público do Trabalho para invalidar esse termo do banco que obriga os funcionários a assinar para não serem descomissionados.” O dirigente lembrou que esse termo foi imposto pelo banco sob ameaça e pode ser facilmente derrubado na Justiça, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

O advogado do Sindicato Jefferson Oliveira, explicou as questões jurídicas que envolvem o plano de funções, como por exemplo, as CCVs (Comissões de Conciliação Voluntária) que geraram muitas dúvidas nos bancários.

“A CCV é uma solução de conflitos trabalhistas extrajudicial, ou seja, não há qualquer intervenção do Judiciário. É uma comissão formada por representantes do Sindicato e por representantes do banco. E é a ocasião em que o bancário apresenta sua reivindicação, o banco analisa e, se entender que é o caso, faz uma proposta, podendo o trabalhador aceitar ou não.”

Os participantes da plenária também tiveram oportunidade de se manifestar e tirar dúvidas referentes ao plano de funções do BB.

Ernesto Izumi salientou que a mobilização dos funcionários, na próxima quarta-feira, é fundamental para pressionar o Banco do Brasil a rever seu plano de funções. “São 120 mil funcionários que o banco desrespeitou e, por ser um banco de amplitude nacional, é fundamental que a mobilização seja organizada nacionalmente para pressionar ainda mais o banco a respeitar os trabalhadores”, concluiu o dirigente do Sindicato.

Abrangência - Com o novo plano de cargos e funções do Banco do Brasil, todos os funcionários serão afetados de alguma forma. Veja a quantidade e situação de cada grupamento a ser afetado.

1. 22 mil comissionados terão redução salarial se optarem pela redução na jornada.

2. Dezenas de milhares de analistas, assessores e de cargos técnicos estão sendo obrigados  a assinar um termo abusivo.

3. Todos os funcionários: o banco mexeu nas verbas de todos os bancários, substituindo o Complemento Temporário de Valorização de Função (CTVF) pelo Complemento de Função de Confiança (cargo de oito horas) e Complemento de Função Gratificada (cargos de seis horas). A medida traz prejuízo nas promoções futuras por mérito e por tempo de serviço, pois demorará mais tempo para compensar o CFC e o CFG, que após liquidadas garantem aumento de salário bruto nas promoções.


Rodolfo Wrolli - 1/2/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3687

CEF - Ofício cobra esclarecimento sobre reestruturação

Boatos na Caixa são a pauta da reunião solicitada pelas entidades representativas dos bancários com o presidente da instituição
São Paulo – As entidades representativas dos trabalhadores querem  esclarecer os rumores de reestruturação de pessoal na Caixa. Por isso, a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) protocolou ofício no qual solicita reunião imediata com o presidente do banco, Jorge Hereda.

Na mensagem, a entidade cobra coerência da instituição pública, que deve estar comprometida com a transparência da gestão e com o diálogo com os trabalhadores.

“O banco não pode implementar medidas que transformarão a vida pessoal e profissional dos empregados sem negociação prévia com os sindicatos. Além disso, a Caixa é um patrimônio de toda a população, portanto, as mudanças têm de vir com transparência e diálogo”, reforça o diretor do Sindicato Rafael de Castro.

Os boatos sobre reestruturação se espalharam por todo o país, chegaram à imprensa e têm causado apreensão entre os empregados da Caixa. No ofício enviado ao presidente, as entidades também lembram que uma postura unilateral não condiz com o atual contexto político que “é completamente diferente de gestões anteriores na empresa.”

Leia a íntegra do documento
“A notícia da implantação de processo de reestruturação de pessoal e das filiais, sem qualquer negociação prévia com os empregados e com as entidades representativas, tem causado apreensões nas unidades da empresa em todo o Brasil. Essas preocupações provêm, principalmente, do clima de incertezas de como isso se dará e de como ficarão os trabalhadores atingidos.

“Há muitas conversas Brasil afora sobre a existência de uma proposta de mudança no modelo de funcionamento das filiais, e os boatos tendem a aumentar na medida em que não existe informação oficial a respeito do assunto. Essa situação precisa ser imediatamente esclarecida, de modo a evitar a ocorrência de caos na vida profissional e pessoal dos trabalhadores lotados nos diversos setores do banco. Os empregados não podem ser deixados diante de um futuro incerto.

“É comum ocorrerem medidas de reestruturação em uma empresa com a idade, o tamanho e a importância da Caixa. O que surpreende, agora, levando-se em conta ser o atual contexto político completamente diferente de gestões anteriores na Caixa, quando medidas de realocação eram implantadas sem maiores cuidados com os empregados, é a maneira como essas mudanças são adotadas.

“Agora, cabe à Caixa manifestar coerência com seus princípios. Isto, aliás, só será possível com transparência da gestão e diálogo com todos os envolvidos nesse processo e seus representantes. É preciso que a direção do banco reconheça e valorize todos os seus empregados.

“Diante das razões expostas, vimos solicitar o agendamento de uma reunião com a urgência necessária. Essas eventuais mudanças, até mesmo noticiadas por jornais de grande circulação, precisam ser debatidas o mais democraticamente possível”.

FENAE – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa).

Redação - 1/2/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3690

Bradesco paga segunda parte da PLR aos funcionários na próxima sexta

 
O Bradesco anunciou nesta sexta-feira (1º) que vai pagar a segunda parte da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) na próxima sexta-feira (8). Conforme a convenção coletiva dos bancários, o banco deverá creditar o restante da regra básica e a parcela adicional.

A regra básica da PLR estabelece o pagamento de 90% do salário mais uma parcela fixa de R$ 1.540 com teto de R$ 8.414,34, descontada a antecipação já ocorrida de 54% do salário mais uma parcela fixa de R$ 924, limitada a R$ 5.408,60.

Conforme a convenção coletiva, a regra básica deverá ser majorada até a distribuição de 13% do resultado, com teto de 2,2 salários ou R$ 18.511,54, o que ocorrer primeiro.

O banco obteve lucro líquido ajustado de R$ 11,5 bilhões em 2012. No entanto, o Bradesco informou que a regra básica não atingirá o teto de 2,2 salários.

Já a parcela adicional da PLR corresponde à distribuição linear de 2% do lucro entre todos os funcionários, com teto de R$ 3.080. O Bradesco informou que o valor será de R$ 2.794 para cada empregado.

O Dieese está analisando o balanço do banco e os valores anunciados de PLR. "Mas já está claro que mais uma vez a PLR dos bancários está sendo impactada pelas altas e injustificadas provisões para devedores duvidosos (PDD)", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Isenção do IR

No pagamento, os bancários serão beneficiados pela primeira vez com a nova tabela de Imposto de Renda sobre a PLR. Pela nova regra, quem recebe até R$ 6 mil ao ano de PLR fica isento de IR e os descontos são progressivos a partir desse valor, mas todos pagarão menos imposto.

Clique aqui para ver a tabela das faixas salariais.

Nos ganhos até R$ 10 mil, o desconto do imposto cai de R$ 1.993,47 para R$ 375. Para quem recebe até R$ 15 mil, o IR cai de R$ 3.368,47 para R$ 1.338,75. E para a PLR de R$ 20 mil, o desconto que era de R$ 4.743,47, vai para R$ 2.704,37.

Santander

A Contraf-CUT já cobrou o Santander para que efetue o pagamento da segunda parte da PLR, uma vez que o balanço de 2012 foi divulgado na quinta-feira (31) com lucro líquido gerencial de R$ 6,329 bilhões. Além da PLR, o banco deve efetuar o crédito da PPRS de R$ 1.600 e dos programas próprios de renda variável.


Fonte: Contraf-CUT- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33339

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

BB - Tire dúvidas sobre Plano de Funções imposto pelo BB


Sindicato reforça que plano foi realizado à revelia do movimento sindical, desrespeitando trabalhadores ao negar negociação para discutir gestão de pessoas

São Paulo - Logo após a direção do Banco do Brasil impor, de maneira unilateral, o novo plano de comissões, dezenas de dúvidas referentes ao novo plano de comissões foram enviadas ao Sindicato. Abaixo respondemos as mais frequentes.

> Reação a imposição do plano de comissões no BB

REMUNERAÇÃO
O banco pode reduzir o salário?
O entendimento do TST é que não é permitido o descomissionamento ou redução salarial a partir de 10 anos de exercício de função comissionada. Caso o funcionário que tenha mais de 10 anos de exercício na função rejeite a coação do banco e não faça a adesão, após a redução salarial ele poderá ingressar com ação judicial contra o banco para garantir seu direito. No caso de funcionários com menos de 10 anos de exercício, verbas como VP, VCP de anuênio, VCPI, VCP de VP e adicional de mérito e os 25% calculados sobre essas verbas não podem ser reduzidas. Mas o banco reduziu valores das verbas relativas à função comissionada.

Porque o banco está exigindo que os funcionários de funções sem previsão de jornada de seis horas assinem um termo de adesão a novos cargos?
É uma manobra do banco com objetivo futuro de derrotar ações judiciais, sob a alegação de que a mudança foi espontânea. O argumento da empresa é fraco, pois em seus materiais de divulgação fica clara a pressão e constrangimento sobre o trabalhador.

Que outros prejuízos o banco causou?
O banco manobrou as verbas, substituiu o Complemento Temporário de Valorização de Função (CTVF) pelo Complemento de Função de Confiança (cargos de 8 horas) e Complemento de Função Gratificada (cargos de 6 horas). A medida traz prejuízo nas promoções futuras por mérito e por tempo de serviço, pois demorará mais tempo para compensar o CFC e o CFG, que após liquidadas garantem aumento de salário bruto nas promoções.

Qual a garantia que tenho em relação à prorrogação de expediente?
Todos os funcionários que migrarem para jornada de seis horas terão direito a realizar horas extras até o limite de duas horas por dia e até 10 dias por mês, devendo negociar as datas com seu gestor.

CARREIRA
- Não haverá nova contagem de tempo para a trava de dois anos para concorrência, comissão ou remoção.

- Os funcionários que não migrarem para a jornada de seis horas poderão concorrer a comissões.

- O banco afirma que não haverá pressão ou perseguição aos funcionários que migrarem ou não para a jornada de seis horas. O funcionário deve denunciar ao Sindicato qualquer irregularidade. Os gestores que assediarem os funcionários estão sujeitos a processos.

- A exigência de três avaliações negativas consecutivas, que dão mais proteção contra descomissionamentos, continua valendo conforme acordo coletivo de trabalho.

CCV
- A Comissão de Conciliação Voluntária é um mecanismo extrajudicial para solução de conflitos oriundos das relações de trabalho previsto na CLT. A CCV atuara em todos os casos em que o demandante postular direitos referentes à jornada de trabalho de cargos comissionados. O funcionário deve apresentar ao Sindicato a reivindicação, que encaminha ao banco, o qual faz uma proposta de conciliação com valor para quitação dos direitos relativos à jornada. O trabalhador, assessorado pelo Sindicato, pode optar por realizar acordo e encerrar a demanda.

- O Sindicato alerta que as propostas de valores são rebaixadas e as ações judiciais podem ser mais favoráveis ao trabalhador. O banco não divulgará previamente o valor ou a metodologia de cálculo para o funcionário, somente o fazendo no momento da CCV.

O Sindicato realizará assembleia de funcionários para deliberar sobre a instalação ou não da CCV.

- Poderão apresentar demandas os funcionários e ex-funcionários que tenham exercido nos últimos cinco anos as funções de analista A, B e financeiro em Unidade de Apoio ou em Central de Atendimento; assistentes A e B em Unidade de Apoio ou Unidade de Negócios; auxiliar administrativo; assessor jr em Unidade Estratégica; analista B em Unidade Tática; assistente A em Unidade Tática ou em Unidade Estratégia. No caso de funcionários das instituições incorporadas, o banco somente levará em conta o prazo contado até a data de opção pela regra do BB. Não há qualquer tipo de represália pela participação na CCV.

- Os analistas A e B na Reseg e analista A nas Gecex, assim como os funcionários da Ditec foram excluídos pelo banco da possibilidade de recorrerem à CCV.

- O banco condiciona que funcionários de funções em extinção terão de migrar para funções gratificadas para participar da CCV.

- O Sindicato vai reivindicar ao banco a ampliação da CCV para os funcionários excluídos.

APOSENTADORIA
- O banco não confirmou até o momento planos de demissão voluntária ou aposentadoria antecipada.

- Os aposentados poderão ingressar na CCV ou recorrer ao Sindicato para ações judiciais pela 7ª e 8ª horas.

AÇÕES JUDICIAIS
- Para cobrar o pagamento das 7ª e 8ª horas, o Sindicato realiza ações individuais, plúrimas e ações civis públicas para grupos de trabalhadores com funções homogêneas.

- O Sindicato ingressará com as ações civis para os grupos ao final do prazo de 180 dias contados a partir de eventual adesão à CCV.

- As ações abrangerão os funcionários que não tiveram redução de jornada e os que tiveram redução e não aceitaram a conciliação na CCV. Os que aceitarem a conciliação não serão incluídos nas ações.

- O Sindicato tem ações de protesto interruptivo que garantem mais tempo para o trabalhador ingressar com ações e também ampliam o período da reivindicação de pagamento de horas extras.

- A entidade alerta que ações judiciais são uma frente de batalha importante, mas não é suficiente para garantir o direito do bancário à jornada de seis horas, previsto na CLT, cujo processo de conquista iniciou-se com luta a partir de 1933 e a conquista em 1957. É importante investir na mobilização.

DIRETORIA DE TECNOLOGIA
Na Ditec o banco excluiu os funcionários da CCV e ainda fez reestruturação que torna únicas as novas regras. Na unidade os funcionários terão de aderir obrigatoriamente a novas funções e há prazos para tal.

fonte: http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3678

Sindicato solicita e Bradesco antecipa PLR para dia 8


Instituição é a primeira a anunciar pagamento, que já vem com isenção ou desconto menor de imposto

São Paulo – O Bradesco vai pagar a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados dos bancários, referente a 2012, na próxima sexta-feira, 8 de fevereiro. Assim, o banco, que foi o primeiro a divulgar seu balanço anual, também é o primeiro a anunciar que antecipará o crédito.

Em janeiro, o Sindicato enviou carta às direções dos bancos solicitando a antecipação do crédito da segunda parcela, que de acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria deve ser feito até 1º de março. A entidade argumentou que as contas de início de ano, como IPVA, IPTU e matrículas escolares, acabam pesando no bolso dos trabalhadores.

Lucro – O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 11,5 bilhões em 2012. O resultado foi 2,9% maior do que o de 2011 (R$ 11,2 bi).

> Lucro maior e 1.299 postos de trabalho a menos

Isenção do IR – Na distribuição da segunda parcela da PLR 2012, os bancários já se beneficiam da nova tabela de Imposto de Renda sobre a PLR, uma conquista dos trabalhadores. Pela nova regra, quem recebe até R$ 6 mil ao ano de PLR, incluindo programas próprios, fica isento de IR, e os descontos são progressivos a partir desse valor, mas todos pagarão menos imposto.

Nos ganhos até R$ 10 mil, o desconto do imposto cai de R$ 1.993,47 para R$ 375. Para quem recebe até R$ 15 mil, o IR cai de R$ 3.368,47 para R$ 1.338,75. E para a PLR de R$ 20 mil, o desconto que era de R$ 4.743,47, vai para R$ 2.704,37.

> Veja tabela com outras faixas salariais

O desconto, com base na nova tabela, será na fonte. Posteriormente, no recebimento da primeira parcela da PLR 2013, a ser paga no segundo semestre deste ano, os dois valores (segunda parcela da PLR 2012 e primeira da PLR 2013) serão somados e o imposto será recalculado e descontado novamente na fonte.

> Trabalhadores bancários domam “leão”

As novas regras só valem para a PLR recebida em 2013. Ou seja, os valores pagos como primeira parcela de 2012, creditados dez dias após a assinatura da CCT, não serão restituídos.

Santander - O Santander também divulgou seu balanço, mas ainda não informou quando pagará a PLR aos funcionários. “Os bancos já conhecem seus balanços e podem fazer a antecipação. O Sindicato está cobrando”, reforça a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

fonte: http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3685


Brasil é o país onde Santander mais lucra no mundo, mas corta empregos


O lucro líquido gerencial do Santander Brasil, de R$ 6,329 bilhões em 2012, só foi 4,98% inferior ao do ano anterior porque o banco espanhol aumentou em 30,11% as provisões para despesas com devedores duvidosos (PDD), apesar de a inadimplência nesse período ter crescido apenas 1 ponto percentual.

Esse resultado grandioso, mesmo em um ano em que os juros e o spread caíram por pressão do governo federal e dos bancos públicos, manteve o Santander Brasil com a maior participação (26%) no lucro do banco espanhol em todo o mundo, o que não o impediu de fechar 572 postos de trabalho de bancários brasileiros, ao contrário do que ocorreu em outros países onde atua, inclusive na matriz na Espanha.

Essas são as principais conclusões da análise que o Dieese fez do balanço de 2012 do Santander divulgado na manhã desta quinta-feira 31 de janeiro.

Clique aqui para ver o estudo do Dieese.

Leia aqui notícia com mais dados do balanço do banco.

"Em nenhum outro país do mundo, o Santander ganha tanto dinheiro quanto no Brasil. Aliás, o lucro líquido do banco espanhol aqui foi semelhante à de toda a Europa Continental e maior que à do restante da América Latina", denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"No entanto, lá na Espanha, em crise financeira, o Santander fecha acordo com os sindicatos, garantindo mecanismos de informação, diálogo e respeito aos direitos dos funcionários, sem medidas traumáticas. E aqui no Brasil demitiu sem justa causa 1.153 trabalhadores somente em dezembro e se recusa a negociar formas de proteção ao emprego com o movimento sindical", compara.

Maquiagem no balanço

Repetindo a estratégia de todo o sistema financeiro nacional no ano passado, o Santander mais uma vez superdimensionou as provisões para dívidas superiores a 90 dias, que nos últimos 12 meses passaram de R$ 11,5 bilhões para R$ 14,9 bilhões, um aumento de 30,11%.

"Essas provisões representam duas vezes e meia o lucro líquido do banco no ano, o que é um evidente exagero diante de uma realidade em que a inadimplência cresceu 1 ponto percentual em 2012, mas vem caindo. Essa maquiagem no balanço visa ludibriar o governo e a sociedade e tem impacto negativo até na distribuição da PLR", critica Carlos Cordeiro.

Mesmo com a pequena redução dos juros e do spread no ano passado por força da pressão do governo federal e da ação de mercado dos bancos públicos, o Santander aumentou as operações de crédito em 8%, ampliou a receita de prestação de serviços em 12% e as rendas de tarifas bancárias também em 12%. Com isso, a receita de prestação de serviços passou a cobrir 137,7% das despesas de pessoal, um incremento de 5,13 pontos percentuais.

"Como se vê, a situação do Santander é privilegiada no Brasil. O banco espanhol precisa retribuir a sociedade brasileira com crédito mais barato, criação de empregos e respeito aos trabalhadores e suas entidades representativas. Vamos intensificar essa cobrança em 2013", avisa o presidente da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese -- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33328

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Funcionários do BB desrespeitados e coagidos

Direção impõe plano de cargos e salários e pressiona bancários a aceitarem novas regras de jornada

São Paulo - A direção do Banco do Brasil mais uma vez desrespeitou seus funcionários ao decidir, de forma unilateral, o novo plano de cargos e salários. O descaso se deu na apresentação do plano, implementado na segunda-feira 28, em reunião com o Sindicato.

No novo plano imposto pelo BB, cerca de 22 mil funcionários poderão optar por manter os cargos de oito horas ou reduzir suas jornadas para seis horas. No entanto, além de ter elaborado unilateralmente todo o planejamento, a instituição também está reduzindo salários dos funcionários que optarem pela redução de jornada.

“O Sindicato critica a redução salarial e a implantação unilateral sem negociação. O banco fez mudanças que trarão prejuízos salariais aos funcionários que optarão pelas seis horas, dependendo do seu tempo de banco e da função exercida”, afirma o dirigente sindical Claudio Luis de Souza.

Plenárias – O Sindicato vai realizar plenárias nesta quinta-feira 31, às 19 h, na Quadra do Sindicato (RuaTabatinguera, 192, Sé), para discussão do plano de cargos e salários.

O banco fez a alteração também para os cargos de oito horas, mudando nome de funções e atribuições, dando um prazo de seis dias para o funcionário aceitar a nova função de oito horas, por meio da assinatura de um documento. Quem não aceitar essa função será descomissionado.

Claudio Luis ressalta que a direção do BB está coagindo seus funcionários. “De imediato, nossa maior preocupação é com os cargos que serão mantidos nas oito horas, em que a pessoa terá de assinar um termo para se decidir.”

Os funcionários cujos cargos de oito horas virarão de seis horas não terão prazo para adesão.

O Sindicato está acionando o departamento jurídico para prestar orientações aos trabalhadores e é essencial aguardar a posição da entidade antes da tomada de qualquer decisão. “É importante que os funcionários procurem o Sindicato enviando o maior número de informações para que a gente possa ir analisando durante esses dias e que possamos compartilhar na plenária”, salienta o dirigente.

O compromisso do banco de implementar um plano de cargo de seis horas é fruto da Campanha Nacional Unificada e de ações judiciais. Nessa negociação, o BB se propôs a implantar a Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) na qual se comprometeu a pagar uma indenização pelos últimos cinco anos aos funcionários que optarem pela jornada de seis horas.

fonte :  http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3649

CUT se reúne com MTE e reforça preocupação com projeto de terceirização

 
Crédito: CUT
CUT O Grupo de Trabalho (GT) de Terceirização da CUT, coordenado pela secretaria de Relações de Trabalho da Central, esteve reunido na última quarta-feira (23), na sede nacional da CUT, e apresentou ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias, as preocupações da CUT em relação à tramitação do PL 4330 no Congresso Nacional, buscando apoio junto ao governo federal para uma regulamentação da terceirização que garanta o fim da precarização e a igualdade de direitos e de tratamento no trabalho.

Estiveram presentes na reunião representantes da Confetam (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal), CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), FITTEL (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações), FNU (Federação Nacional dos Urbanitários), FUP (Federação Única dos Petroleiros) e Bancários de São Paulo.

O projeto de autoria do deputado e empresário Sandro Mabel já sofreu alterações, mas ainda mantém seu caráter de regulamentar a terceirização pela via da precarização. A última versão do PL (substitutivo do dep. Roberto Santiago), em análise pelo atual relator - deputado Artur Maia -, não prevê restrições de atividades que podem ser terceirizadas, tampouco coloca a responsabilidade solidária das empresas contratantes como marco para a contratação de prestadoras de serviços.

Em audiência pública realizada em dezembro na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde o projeto tramita de forma conclusiva, o atual relator deputado Artur Maia não deu indicações de que pretende alterar substancialmente o projeto. Manoel Messias relatou que este é um tema de grande relevância para o Ministério do Trabalho e está na pauta do atual ministro.

"Porém, é necessário que o movimento sindical identifique propostas de consenso na questão para uma defesa ampla de proposta de regulamentação", defendeu Messias.

Mobilização

A CUT vai mobilizar suas bases para pressionar o Congresso Nacional com o intuito de barrar o PL 4330, conforme informou a secretária de Relações do Trabalho, Graça Costa, em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho. "O projeto representa uma verdadeira reforma trabalhista e não admitiremos qualquer retrocesso em relação aos direitos já conquistados pela classe trabalhadora."

Quais os pontos que foram discutidos nesta reunião?

Graça Costa - A CUT colocou para o Secretário as suas preocupações com o andamento do PL 4330 e reforçou os impactos negativos que a regulamentação da terceirização da forma como está colocada causam a um projeto de desenvolvimento social e com distribuição de renda para o país.

Uma das lutas da CUT é pela extinção do PL 4330. Diante deste embate, qual o plano de ação da Central para o próximo período?

Graça Costa - Realmente estamos mobilizados para barrar o andamento do projeto na Câmara ou no Senado. A regulamentação da terceirização deve ser fruto de um processo de negociação e não uma imposição dos critérios do setor patronal para o tema. Estaremos em contato permanente com parlamentares que defendem a pauta da classe trabalhadora para atuação no Legislativo. Cobraremos do governo federal a defesa de um modelo de regulamentação que garanta trabalho decente e atuação junto com entidades da área jurídica.

A CUT também participa com outras entidades do Fórum em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras ameaçados pela terceirização e este também é um canal de pressão. Além disso, claro, seguiremos mobilizando nossas bases para pressionar em relação à questão.

Com a perspectiva de um Congresso Nacional cada vez mais conservador como fazer para garantir os direitos da classe trabalhadora?

Graça Costa - Denúncia, organização e mobilização são as chaves contra o conservadorismo e o retrocesso. O projeto representa uma verdadeira reforma trabalhista e não admitiremos qualquer retrocesso em relação aos direitos já conquistados pela classe trabalhadora.


Fonte: CUT- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33286

Bancários de Santa Maria estão de luto após tragédia na Boate Kiss

 
Um incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, causou a morte de mais de 200 jovens na madrugada de domingo (27). O fogo teve início por volta das 2h30, após um membro da banda que se apresentava no palco ter acendido um sinalizador. Uma faísca alcançou o forro da boate e logo o fogo se alastrou pelo local.

A Secretaria de Segurança Pública divulgou uma lista com 232 mortos. Há também muitos feridos em estado grave internados em vários hospitais. Esta já é considerada a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul.

Clique aqui para ver a lista dos mortos.

A presidente Dilma Rousseff veio a Santa Maria e consolou famílias das vítimas. O governador Tarso Genro decretou luto oficial de sete dias no Rio Grande do Sul.

A maior causa dos óbitos teria sido em recorrência de asfixia, em função da inalação da fumaça. Além disso, a falta de alvará em dia do Corpo de Bombeiros e a existência de apenas um local de entrada e saída agravaram a situação.

Conforme informações iniciais, coletadas via Facebook, a tragédia vitimou pelo menos dois parentes de bancários e o acadêmico de Sistemas de Informação da Unifra, João Carlos Barcellos, que esporadicamente prestava serviços ao site do Site do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região.

Médicos, enfermeiros e psicólogos estão sendo chamados para auxiliar no atendimento das vítimas e familiares. Já há confirmação de deslocamentos de feridos para CTI de Porto Alegre e de outros municípios da região devido a total lotação dos leitos de tratamento intensivo disponíveis no Município.

No Centro Desportivo Municipal, onde os corpos das vítimas foram levados, uma fila de mais de 500 metros de familiares aguarda para identificação dos corpos vitimados pelo incêndio na boate Kiss. Autoridades presentes no local pedem que voluntários levem ao local gelo, isopor e garradas d'água.

O Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região está de luto. Os diretores da entidade se solidarializam com as famílias dos jovens vitimados nesta tragédia.

A Contraf-CUT também manifesta sentimentos de dor e soliedariedade aos familiares e amigos das vítimas de Santa Maria e a todos os gaúchos e brasileiros que ficaram sensibilizados com essa tragédia e espera a apuração rigorosa das causas, bem como a adoção de medidas de segurança em todas os estabelecimentos do país para prevenir incêndios e proteger a vida das pessoas.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Santa Maria- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33261

Apesar do lucro de R$ 11,5 bi, Bradesco fecha 1.299 empregos em 2012

 
O Bradesco obteve lucro líquido ajustado de R$ 11,523 bilhões em 2012, o que significa um crescimento de 2,9% com relação ao ano anterior, mesmo com a redução de juros e spreads e com o aumento de 15,31% (ou R$ 1,85 bilhão) das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) para uma inadimplência superior em apenas 0,2 pontos percentuais (de 3,9% para 4,1%) no período.

Clique aqui para ver os principais números da análise do Dieese.

Apesar do aumento do lucro bilionário, o Bradesco fechou 1.299 postos de trabalho no ano passado, segundo o balanço da instituição financeira anunciado nesta segunda-feira 28. O Bradesco é o primeiro banco a divulgar os resultados de 2012.

O corte de vagas aumenta a preocupação dos bancários com o emprego, já manifestada no último dia 10 ao presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, durante sua primeira visita à sede da Contraf-CUT, em São Paulo. "É inadmissível que, apesar desse lucro astronômico, o Bradesco feche postos de trabalho, sabotando os esforços do governo e da sociedade brasileira para que o país volte a crescer a um ritmo mais acelerado, com geração de mais empregos e diminuição da desigualdade", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

O montante provisionado pelo Bradesco para os atrasos superiores a 90 dias (R$ 13,9 bilhões) é maior que o lucro líquido ajustado anunciado. Já o Índice de Inadimplência superior a 90 manteve a marca de 4,1% do trimestre anterior. Com relação a dezembro de 2011, a inadimplência cresceu apenas 0,2 pontos percentuais.

"O Bradesco repete a manipulação contábil, usada por todo o sistema financeiro no ano passado, de esconder o lucro superdimensionando as provisões para devedores duvidosos em relação à inadimplência real, que praticamente ficou inalterada", critica Carlos Cordeiro.

O resultado positivo foi obtido, principalmente, devido ao maior resultado operacional de seguros (32,66%) e ao crescimento das receitas de prestação de serviços (16,14%) e das rendas de tarifas bancárias(13,34%). As operações de crédito cresceram 11,51% em doze meses, atingindo um montante de R$ 385,53 bilhões.

As despesas de pessoal cresceram 5,4% no ano passado, abaixo dos 7,5% do reajuste dos salários e dos 8,5% do reajuste do piso da categoria bancária na campanha nacional de 2012. A cobertura das despesas de pessoal sobre a receita de prestação de serviços chegou a 140,07% no Bradesco no período, um acréscimo de 12,2 pontos percentuais.

"Esse mecanismo de usar as demissões e a rotatividade para reduzir a massa salarial é uma prática obscena do sistema financeiro, que explica por que o Brasil, apesar de já ser a sexta maior economia, ainda está entre os 12 países mais desiguais do planeta", critica Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33281

BB mantém intransigência e reduz salários das funções comissionadas de 6h

 
Crédito: Jaílton Garcia
Jaílton Garcia Na reunião desta segunda-feira em São Paulo, BB apenas apresentou o plano unilateral para as entidades sindicais

Em nova rodada de discussões realizada nesta segunda-feira 28 em São Paulo com a Contraf-CUT, as federações e os sindicatos, o Banco do Brasil manteve a linha intransigente, apresentada na semana passada, de não negociar e implantar unilateralmente o novo plano de funções comissionadas de 6 horas, que envolvem a vida de milhares de trabalhadores.

Com o novo plano, o BB extinguiu neste domingo 27 todas as funções comissionadas de 8 horas - que amanheceram nesta segunda-feira com novas nomenclaturas e todos os comissionados que o banco entende estarem em função de confiança (FC) migrados unilateralmente. Já o público-alvo das funções gratificadas (FG) tem a opção de migrar para as novas funções de 6 horas, com redução de salários, ou ficar em suas funções de 8 horas em extinção.

"O plano é uma decepção porque o banco reduz salário de milhares de funcionários comissionados, que já deveriam estar trabalhando 6 horas, e fez uma manobra interna nas verbas remuneratórias de maneira a prejudicar os funcionários que migrarem. Quanto mais direitos conquistados o funcionário tiver, como por exemplo letras de mérito e antiguidade, maior pode ser o prejuízo", critica William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Segundo William, o banco está reduzindo de forma diferenciada os pisos de funções (VRs) e os valores das gratificações de funções, de maneira a prejudicar os funcionários com maior tempo de dedicação à empresa. "Quanto mais tempo de banco, maior a perda líquida de salário ao aderir às novas funções de 6 horas com redução de salário", afirma o dirigente sindical.

Orientações das entidades sindicais

A Contraf-CUT e a Comissão de Empresa orientam as entidades sindicais a realizarem reuniões e plenárias com os trabalhadores para dar informações e orientações jurídicas e políticas, bem como para recolher informações dos bancários para que, juntos, bancários e sindicatos, possam embasar a tomada de decisões por parte dos funcionários.

A Contraf-CUT e as entidades sindicais reafirmam a orientação da semana passada para que os bancários mantenham a calma e não tenham pressa em assinar nada até as plenárias - tanto no caso dos migrados compulsoriamente nas funções de confiança (8h) como o público-alvo das funções gratificadas (FG) com redução de salário (6h) -, uma vez que terão o tempo que acharem necessário para migrar ou não, de acordo com a avaliação de cada um.

As entidades sindicais seguirão à disposição dos bancários durante todo o período de implantação do novo plano de funções do banco, tanto para defendê-los com atividades sindicais, bem como com ações judiciais e também para buscar acordos individuais e extrajudiciais nas CCV.


Fonte: Contraf-CUT- http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=33285

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013



Ampliação da isenção de IR na PLR pode injetar R$ 1 bilhão na economia


Crédito: CUT
CUTO ano de 2013 começou com uma boa notícia para os trabalhadores e trabalhadoras que recebem a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). No dia 1º de janeiro entrou em vigor medida do governo que isenta de Imposto de Renda (IR) a PLR de trabalhadores e trabalhadoras que recebem até 6 mil reais do direito e apresenta uma escala de alíquotas para valores superiores.

A nova medida foi anunciada no último dia 24 de dezembro pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a pedido da presidenta Dilma Rousseff, e publicada no Diário Oficial da União no dia 26 do mesmo mês - Medida Provisória nº 597.

Abertura de uma porta

"Eu vejo isso como a abertura de uma porta, porque, até então, havíamos feito várias conversas com ministros, mas pouca coisa prática. Corretamente, a presidenta Dilma Rousseff atendeu a uma reivindicação que é parte da pauta que tiramos na assembleia da classe trabalhadora, no Pacaembu, em 2010. A partir da pressão popular, o governo demonstrou sensibilidade e aprovou uma medida que é boa, porém, paliativa", declarou Vagner Freitas, presidente da CUT.

"Esperamos que, a partir disso, o governo atenda outras de nossas reivindicações, como a redução de jornada para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da negociação no setor público, até o mês de abril para que possamos apresentar no 1º de maio", ressalta Vagner.

Além da isenção para quem ganha até 6 mil, a nova regra traz uma escala de incidência do IR para valores superiores: entre R$ 6.000,01 e R$ 9 mil, o desconto será de 7,5%; de R$ 9.000,01 a R$ 12 mil, será de 15%, e de R$ 12.000,01 a R$ 15 mil, 22,5%. Para valores acima de R$ 15 mil, a incidência será de 27,5%.

"Esse governo é diferenciado porque senta pra negociar, mas foi necessária muita mobilização, diz Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos CNM/CUT). "Pautamos o governo, realizamos atos em todo o Brasil, com maior destaque para a região do ABC paulista, e arrancamos essa conquista, ressalta."

Só conquista quem luta

Essa conquista é resultado de mais de um ano de mobilização de diversas categorias e das negociações da CUT e das demais centrais sindicais com o Governo Federal. Em outubro de 2011, foi iniciada uma campanha, que contou com um abaixo- assinado que recolheu mais de 220 mil assinaturas pedindo a alteração da Lei nº 10.101.

No dia 30 de novembro de 2011, cerca de 10 mil trabalhadores ocuparam a Via Anchieta, no ABC paulista, com uma manifestação pelo fim do IR sobre a PLR. Um mês depois, os sindicalistas foram a Brasília entregar oficialmente o abaixo-assinado da campanha.

Já em 2012, em março, trabalhadores ocuparam novamente a Via Anchieta em manifestação que contou com cerca de 20 mil pessoas, enquanto os bancários atrasaram a abertura das agências na região da Av. Paulista. A mobilização também reuniu outras categorias em frente ao prédio do Banco Central.

No dia 21 de dezembro, a CUT e as demais centrais enviaram ao gabinete do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, um ofício contendo uma nova proposta de isenção até R$ 6 mil. Às vésperas do Natal, o governo anunciou a medida, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, aponta as dificuldades na negociação e ressalta a necessidade de mudar o tratamento do governo com os trabalhadores. "O processo deixou muito a desejar, tanto pelo tempo que levou, quanto por não avançar mais no valor. A discrepância entre o tratamento dado ao trabalhador e ao empresário é gigantesca. A desoneração para o empresário é discutida rapidamente e em grande escala. Para o trabalhador é lenta e pequena. Foi importante ter avançado, mas demorou mais do que devia, até porque, o dinheiro repassado ao trabalhador imediatamente vira crescimento, o oposto do que acontece com empresariado. Precisamos mudar essa lógica".

Segundo o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, esta conquista é fruto do empenho coletivo da CUT e de suas entidades filiadas que representam os metalúrgicos, químicos, petroleiros, urbanitários e outras categorias. Foram realizadas manifestações em São Paulo, ABC e Brasília - e inúmeras reuniões de negociação entre a CUT e demais centrais sindicais e o Governo Federal.

"Foi um processo longo, que envolveu um diálogo constante com Congresso, governo e, como trata-se de isenção, de dinheiro que entraria nos cofres da União, naturalmente teve bastante dificuldade, relembra Juvandia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

A PLR não substitui ou complementa salário

Segundo Franklin Moreira Gonçalves, presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), a isenção do IR na PLR era um compromisso do primeiro governo Lula, que começou com as mobilizações pela correção da tabela do imposto de renda. "Essa luta passou a ganhar espaço por conta dos empresários trocarem a isenção pela suspensão do pagamento de despesas permanentes na folha de pagamento. Quando começou a aumentar o valor da PLR, só corrigir a tabela não adiantava mais".

A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Ela é resultado de negociação entre trabalhadores e empregadores, formalizada por convenção ou acordo coletivo, com critérios que consideram, entre outros aspectos, os índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa, bem como programas de metas, resultados e prazos previamente acordados.

A PLR não substitui ou complementa a remuneração que o trabalhador ou trabalhadora recebe da empresa, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista.

"A prioridade, não só do ramo, a partir de agora, é buscar a isenção para todos os trabalhadores, inclusive os que estão acima do teto. Porque PLR não é renda, mas resultado do nosso trabalho e dos lucros que geramos para a empresa", destaca Lucineide Varjão, presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ). Segundo ela, a isenção no ramo químico vai atingir cerca de 60% dos trabalhadores. "Hoje representamos 350 mil trabalhadores na base e a maioria será beneficiada porque grande parte ganha PLR até o valor limite", diz.

Impactos na economia

Conforme projeções do DIEESE (tabela abaixo - dados 2011), com a medida de desoneração aprovada pelo governo, mais de 1,3 bilhão poderá ser injetado no país.

"Ao invés de ficar preservado como verba carimbada, esse dinheiro será injetado diretamente pelo trabalhador na economia", avalia Paulo Cayres. "Além disso, corrigimos uma injustiça: os diretores das empresas, quando fazem retirada de lucro, não são tributados, e o que queremos é apenas tratamento igual porque somos nós que produzimos os lucros. Além disso, a lei que define parâmetros para a PLR nasceu sem tributação, a taxação foi invenção do governo Fernando Henrique Cardoso".

Franklin avalia que a medida criará um ciclo virtuoso na economia. "Mais consumo gera mais produção e mais emprego. O Governo deveria não só investir nessa questão, mas em outras que promovam o aumento da renda, que é o que vai atrair investimento. O que traz investimento é o trabalhador tendo renda pra consumir. A isenção aumenta a distribuição de lucro em forma de dividendos, porque acionista não paga IR e grande parte disso saia do país".

Justiça Tributária

A isenção da incidência de Imposto de Renda sobre a PLR dos trabalhadores e trabalhadoras é uma reivindicação antiga da CUT e de suas entidades filiadas. Trata-se de uma pauta que cobra justiça tributária, já que aparcela do lucro líquido distribuída aos acionistas das empresas é isenta do imposto desde 1996. Além disso, entre as vantagens para as empresas que pagam PLR, estão a isenção de encargos sociais como FGTS e INSS e a dedução com despesas no Imposto de Renda.

Para Moraes (FUP), além do fator econômico, a medida trabalha pela igualdade. "A médio e longo prazo, a medida pode se transformar na construção de um tratamento isonômico, já que os dividendos das empresas possuem isenção fiscal desde 1996.

"Criar um mercado consumidor capaz de não ficar pendurado ao sabor das crises internacionais significa valorizar a renda e o trabalho e não apenas oferecer isenção de impostos. Isentar o IR na PLR significa dar condições ao trabalhador para investir no consumo, fazendo com que o Brasil tenha as transformações que precisa fazer", conclui Vagner.


Fonte: Paula Brandão e Luiz Carvalho - CUT

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013



Vigilantes de todo o Brasil paralisam atividades no dia 1º de fevereiro


Crédito: CUT
CUTNo final do ano passado, a presidente Dilma sancionou a Lei nº 12.740/2012, que garante aos vigilantes de todo o País o adicional de risco de vida de 30%. A lei altera a redação do artigo 193 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que regulamentava a concessão do adicional apenas aos profissionais que exercessem atividades em contato com inflamáveis, explosivos e energia elétrica.

Essa conquista é consequência direta do poder mobilização e luta dos vigilantes que realizaram sucessivas ações de norte a sul. "A aprovação da Lei consagra uma luta de mais de 12 anos cujo objetivo era a remuneração adequada para a questão do risco de vida. Mais importante é o reconhecimento do risco profissional que dialoga com a valorização do nosso trabalho. Antes não tínhamos nenhum parâmetro legal que nos diferenciasse de qualquer outra profissão. E esta Lei vem para preencher esta lacuna, reconhecendo o alto grau de periculosidade de nossa atividade", declarou José Boaventura, presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes(CNTV).

Neste período de intensa mobilização, a entidade realizou três grandes marchas em Brasília que foram determinantes para o resultado final. Também serviram como referência para as ações organizadas em cada ente federativo.

"Algumas inclusive inéditas, como os companheiros do Acre que após a nossa primeira marcha fizeram sua primeira passeata no Estado. Em Chapecó (SC), os companheiros vêm realizando todos os anos no período de junho, quando comemora-se o Dia do Vigilante, uma marcha local. Acredito que essas manifestações tiveram papel fundamental, de mobilização e pressão, mas também como referencial, unificando toda a categoria", elencou Boaventura.

Apesar de todos os pareceres jurídicos apontarem para a aplicação imediata da Lei, muitas empresas estão postergando seu cumprimento, utilizando-se de um expediente falacioso (a necessidade da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego) com o único objetivo de ganhar tempo e, assim, não precisarem pagar imediatamente este direito conquistado pela categoria.

"A regulamentação não é um impeditivo, até porque a Lei apenas incorpora o que já está inserido nas convenções coletivas. O empresariado não conseguiu fundamentar argumentos sobre a necessidade da regulamentação. Nós temos pareceres de todas as ordens que comprovam que a lei é autoaplicável", destacou Boaventura.

Diante de tamanha insensibilidade e desrespeito aos trabalhadores que arriscam suas vidas no cotidiano do trabalho, os vigilantes organizam para 1º de fevereiro um Dia Nacional de Paralisação que poderá se transformar em uma greve nacional.

"Será um dia de luta, um processo de mobilização de toda categoria, onde muitos bancos, o sistema de transporte de valores, órgãos públicos e privados estarão totalmente paralisados com o objetivo de mostrar nossa indignação com a ganância e o descaso patronal. É um direito conquistado com muita luta e que deve ser garantido imediatamente. Queremos mais respeito e vamos à luta por valorização profissional e da vida", atentou o dirigente da CNTV.

Sindicatos na luta

Além da luta nacional, os sindicatos também estão se mobilizando nos Estados para garantir o cumprimento da lei. Os companheiros de Brasília com data-base em janeiro arrancaram do patronato um acordo que garante o pagamento imediato do adicional de 30%. Antes, esse valor era de 15%.

Em São Paulo, a Federação local fez um acordo que passa de 15% para apenas 18%, mas há uma movimentação de vários sindicatos no Estado para que o índice previsto na lei seja ratificado.

Na semana passada, tanto os trabalhadores do Rio Grande do Norte como do Paraná organizaram paralisações de um dia.

Especificamente no Paraná, os vigilantes com data-base em fevereiro cobram, além do pagamento imediato do adicional de vida de 30%, o atendimento a pauta de reivindicações da categora que inclui a recuperação das perdas com um reajuste salarial baseado pelo índice de inflação mais 5% de aumento real, R$ 20 de vale-alimentação, entre uma série de claúsulas sociais.

Conforme informou João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, o sindicato patronal apresentou um comunicado afirmando que não haveria qualquer tipo de negociação sobre os pontos reivindicados pela categoria. Os trabalhadores revoltados com tamanho desrespeito promoveram um dia de protesto na semana passada que paralisou todo o sistema financeiro de Curitiba e Região Metropolitana e fez o sindicato patronal recuar e convocar uma reunião.

"Esperamos que nos seja apresentada uma proposta que contemple as reivindicações da categoria. Estaremos na luta neste Dia Nacional de Paralisação, sendo que no Paraná nosso indicativo é para a continuidade da paralisação por tempo inderterminado até que as empresas cumpram a lei e atendam os outros pontos reivindicados pelos vigilantes", informou o dirigente.


Fonte: CUT


Contraf-CUT comprova no MPT demissões em massa no Santander


Crédito: Guina - Contraf-CUT
Guina - Contraf-CUTQuarta audiência de mediação no MPT, em Brasília

Caiu a máscara das demissões do Santander em 2012. Na quarta audiência de mediação com o banco espanhol, realizada na tarde desta quarta-feira (23) no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, a Contraf-CUT apresentou estudo do Dieese que comprova a ocorrência de demissões em massa em dezembro de 2012. Enquanto a média de dispensas sem justa causa era de 182 entre janeiro e novembro, o banco despediu 1.153 no último mês do ano passado, quase seis vezes mais, significando um crescimento de 533,5%.

Além da Contraf-CUT, participaram dirigentes dos Sindicatos dos Bancários de Brasília, Belo Horizonte, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Mato Grosso e da Fetraf Minas Gerais, Fetrafi Rio Grande do Sul, Fetrafi Nordeste, Fetec Centro-Norte e Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe. Também compareceu o assessor jurídico da Contraf-CUT, Sávio Lobato.

Demissões em massa

A análise do Dieese, feita com base nos novos dados fornecidos pelo banco na última segunda-feira (21) após determinação da procuradora do MPT, Ana Cristina Tostes Ribeiro, revela também que as dispensas imotivadas em dezembro dispararam em relação a novembro, quando o banco mandou embora 256 empregados, o que representou um crescimento de 350,4%.

Clique aqui para acessar a íntegra do estudo do Dieese.

Confira o número de demissões sem justa em 2012:

- janeiro: 198
- fevereiro: 170
- março: 218
- abril: 179
- maio: 234
- junho: 176
- julho: 157
- agosto: 126
- setembro: 147
- outubro: 139
- novembro: 256
- dezembro: 1.153
- total: 3.153

A procuradora do MPT questionou o Santander se os dados estavam corretos. Os advogados do banco consultaram suas tabelas e os números foram conferidos mês a mês. "Todos bateram, mostrando a seriedade, a competência e a qualidade do trabalho do Dieese", destaca o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Foi registrado em ata que "o banco confirmou os desligamentos sem justa causa (janeiro a dezembro/12) apresentados no estudo do Dieese".

"Lamentável é que o banco escondeu esses números até agora, negando o direito à informação e mostrando falta de transparência, mas graças à atuação do MPT finalmente foi possível comprovar a dispensa coletiva na véspera do Natal, que só não foi maior por causa das denúncias, dos protestos e das manifestações dos sindicatos em todo país", ressalta.

O estudo do Dieese apresenta ainda os números por tipos de desligamentos (demissão sem justa causa, demissão por justa causa, aposentadoria, falecimento e término de contrato). Estão excluídas as transferências entre agências, que estavam incluídas nos primeiros dados fornecidos pelo banco, razão pela qual os números do estudo anterior do Dieese foram diferentes dos atuais.

Corte de 975 empregos em dezembro

O levantamento do Dieese revela o total de admitidos e desligados em 2012, com o saldo de empregos mês a mês. O destaque é dezembro, quando o banco desligou 1.302 empregos e admitiu 327, o que representa um corte de 975 postos de trabalho.

Em novembro, o banco já havia fechado 150 vagas. Em todo ano, o saldo foi negativo, com a extinção de 183 empregos.

"O Santander faz propaganda milionária, dizendo que está investindo forte no Brasil, mas não explica aonde. O certo é que não investe no emprego, pois eliminou postos de trabalho", critica o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.

Rotatividade do Santander foi de 11% em 2012

Com os novos dados, o Dieese calculou a taxa de rotatividade (excluídas as transferências) do Santander, ficando em 11% entre janeiro e dezembro de 2012, com base no Caged. Trata-se do mesmo número informado recentemente pelo banco em notícia da Folha de S.Paulo. Já a rotatividade do setor bancário de janeiro a novembro do ano passado foi de 7,6%, conforme o Caged.

A taxa de rotatividade descontada (que exclui transferências, demissões a pedido, desligamentos por morte e aposentadorias) atingiu 6,8% no Santander, ficando acima do índice de 4,4% dos trabalhadores do setor bancário que foram substituídos em 2012.

Por ambos os métodos, a rotatividade no Santander é superior à média do setor bancário.

Proteção ao emprego

Ao final da audiência, a Contraf-CUT reiterou que diante do estudo do Dieese, do número apurado de demissões sem justa causa em dezembro, do corte de empregos em 2012 e da rotatividade acima do setor bancário ficou caracterizada a despedida em massa de trabalhadores no banco. Foi registrado em ata que "é necessário negociar formas de proteção ao emprego".

O MPT deverá se manifestar após a próxima terça-feira (29).

"Concluímos o processo de mediação no MPT, garantindo acesso à lista de desligados em dezembro e obtendo pela primeira vez dados do Caged de um banco privado, possibilitando que o Dieese apurasse as demissões mês a mês e calculasse a taxa de rotatividade do banco", avalia Miguel.

"Vamos aguardar o posicionamento do MPT sobre esse processo de demissões no Santander, sendo que para nós ficou comprovada a prática de dispensa coletiva em dezembro e de rotatividade acima da média do setor bancário", salienta Ademir.

As liminares obtidas pelos Sindicatos dos Bancários da Bahia e da Paraíba continuam em vigor. A da Bahia garante a reintegração dos demitidos desde o dia 22 de novembro de 2012 e a da Paraíba suspende as dispensas e impede demissões coletivas. Outras ações judiciais aguardam decisões.


Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013



BB só mostra esboço de plano de funções comissionadas e irrita bancários


Crédito: Agnaldo Azevedo
Agnaldo AzevedoRodada de negociação foi realizada nesta terça-feira 22 em Brasília

Na reunião realizada nesta terça-feira 22 em Brasília com a Contraf-CUT, as federações e os sindicatos para discutir o novo plano de funções comissionadas de 6 horas, o Banco do Brasil apresentou apenas as premissas do projeto que vai implantar a partir da próxima semana. Alegando que de última hora precisou prestar novos esclarecimentos aos órgãos governamentais, o BB negou-se a mostrar o projeto completo, demonstrando mais uma vez desrespeito para com os bancários.

"O banco reforçou novamente sua estratégia de não negociar com as entidades sindicais questões fundamentais da vida de seus trabalhadores sob o falso argumento que não discute gestão", critica William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

"Aliás, desde o início do processo de luta pela jornada correta de bancários para todos os comissionados, foi somente a luta e a mobilização dos trabalhadores e suas entidades sindicais, através de priorização do tema nas últimas campanhas nacionais e com ações na justiça, que levou o banco a mudar de estratégia de 'gestão' e implantar algumas funções comissionadas de 6 horas", acrescenta William.

As premissas do plano

O banco informou que as premissas do plano de funções comissionadas de 6 horas serão as seguintes:

> Assegura que os bancários não terão prejuízo.

> Haverá regras sobre o que é o trabalho do comissionado de 6 e 8 horas.

> Manterá funções com a jornada de 8 horas.

> A adesão será voluntária para o público-alvo das funções de 6 horas.

> A adesão não será voluntária onde o BB entende ter fidúcia (ou seja, todas as demais funções que ele deixar fora da jornada de 6 horas).

> As funções do plano antigo que viraram funções de 6 horas serão extintas.

> Em relação ao passado, passivo trabalhista, a questão poderá será tratada de forma extrajudicial nas bases onde houver Comissão de Conciliação Voluntária (CCV).

> O BB afirma que não irá alterar as dotações porque haverá mais "eficiência operacional".

> O plano terá um período de acompanhamento para ver a necessidade de ajustes.

> Haverá uma central de atendimento interna para esclarecer dúvidas nos casos particulares dos funcionários.

> O BB está mudando todo o quadro de funções, inclusive naquelas que entende ser de 8 horas. Todas as funções terão descrição específica sobre elas. O banco migrará automaticamente os comissionados de 8 horas para as novas nomenclaturas, que terão seis dias para dar o 'de acordo'. Aqueles que não quiserem migrar, serão descomissionados.

> Sobre a Ditec, o banco informou que também haverá reestruturação. A Ditec terá um incremento de 230 cargos, sendo 150 de níveis gerenciais, trazendo oportunidades de encarreiramento.

> O banco reafirmou que não vai negociar a jornada de trabalho do plano e as funções.

'Postura do banco causará grande tumulto'

A Contraf-CUT e as entidades sindicais fizeram fortes críticas aos métodos e à postura do banco durante todo o processo de negociação.

"O que o banco fez hoje foi usar a estratégia de não informar as entidades e os funcionários com o tempo mínimo necessário para a tomada de decisão. Simplesmente decidiu migrar todos os funcionários que não estiverem no público alvo das funções de 6 horas automaticamente na manhã de segunda, dia 28, e pressioná-los para assinar um termo de concordância em seis dias, sob ameaça de descomissionamento", condena William Mendes. "A postura é absurda e causará um grande tumulto a milhares de trabalhadores em funções comissionadas."

Entidades sindicais defenderão bancários em todas as frentes

A Contraf-CUT e as entidades sindicais orientam que os bancários tenham calma na segunda-feira e não tenham pressa em assinar nada. Haverá reunião entre o banco e Comissão de Empresa no mesmo dia.
"Em relação às funções de 6 horas e o público-alvo, os trabalhadores terão o tempo que acharem necessário para migrar ou não, de acordo com a avaliação de cada um. A migração para novas funções ficará em aberto", esclarece o coordenador da Comissão de Empresa.

Apesar da postura intransigente do banco, as entidades sindicais continuarão organizando os bancários para defender a jornada de 6 horas de todas as funções comissionadas. A Contraf-CUT e os sindicatos seguirão à disposição dos bancários durante todo o período de implantação do novo plano de funções do banco tanto para defendê-los com ações judiciais como também para buscar acordos individuais e extrajudiciais nas CCV.


Fonte: Contraf-CUT