quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Para a CUT, mudanças no Fator Acidentário precisam de mais discussão

  



Crédito: Roberto Parizotti - CUT
Roberto Parizotti - CUTAssunto foi debatido no Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT

O debate sobre mudanças no Fator Acidentário de Prevenção (FAP), nesta terça-feira (2), durante reunião do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, em São Paulo, deixou uma certeza: pela importância e complexidade, qualquer mudança sobre o mecanismo precisa ser melhor estudada.

Instituído em 2009 pelo ex-presidente Lula, por meio do Decreto 6.957, o FAP é resultado de uma discussão tripartite entre trabalhadores, empresários e governos para ampliar o controle e incentivar empresas a promoverem ações preventivas a acidentes de trabalho.

A partir do conceito de bônus e malus, semelhante aos que as companhias seguradoras utilizam, concede descontos nas alíquotas a empresas que diminuem os acidentes e amplia a taxa para aquelas que apresentam alta acidentalidade.

O que está em jogo

A disputa em torno do FAP polariza duas propostas: a CUT aceita discutir mudanças, mas não abre mão de manter os princípios de prevenção de acidentes. Já os empresários, que têm recorrido ao Judiciário, defendem transformações tamanhas ao ponto de descaracterizar o instrumento.

O fator, inclusive, aguarda julgamento do Supremo Tribunal Federal sob a alegação de que, ao incluir uma obrigação tributária, deve ser definida por projeto de lei, o que aumenta a pressa do governo em definir as regras.

Os patrões cobram que o cálculo do FAP seja por estabelecimento e não por subclasse - o equivalente a categoria - e querem excluídos termos que ampliam o valor da alíquota: o número de acidentes de trabalho com afastamento de até 15 dias, a quantidade de acidente de trajeto e o bloqueio da bonificação para empresas em caso de morte ou invalidez do trabalhador.

Além da redução do fim do bloqueio ao bônus para aquelas empresas com rotatividade maior do que 75% em comparação a outras da mesma subclasse.

Ponto a ponto

Assessora sindical, Maria Poço é contra o FAP por estabelecimento. Para ela, agências do mesmo grupo bancário, por exemplo, poderão remanejar trabalhadores acidentados para outras que não tenham registro de acidente como forma de rebaixar o fator.

Já o pesquisador Remígio Todeschini aponta que o fim da norma para acidentes com menos de 15 dias, aqueles em que o trabalhador não passa a receber pelo INSS, gera desestímulo à prevenção acidentária.

"Isso também amplia a subnotificação dos benefícios com mais de 15 dias, porque as empresas irão transferir o trabalhador para outras atividades não deixando gerar comunicados à Previdência", avalia.

Ele critica, ainda, o desejo dos empregadores em acabar com o bloqueio em caso de rotatividade acima de 75%. Todeschini destaca que são os outros trabalhadores que pagam o benefício quando os empregadores promovem um processo de demissão para rebaixamento de salário. Para se ter uma ideia, em 2012, o Brasil atingiu 43,10% de rotatividade no mercado de trabalho.

Por fim, ele também critica o desejo de retirada do acidente em trajeto até o trabalho como critério para o FAP por conta da escolha do local onde o trabalhador estará ser exclusividade de patrão. "E as empresas estão cada vez mais distantes", pontuou.

Porque mudar

Diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, Marco Perez defende que o modelo atual do FAP impede de verificar se as empresas que caíram no malus estão investindo para melhorar as condições de trabalho.

A crítica foi reproduzida por outros secretários de saúde cutistas presentes no encontro, que destacam o problema do fator se basear em informações prestadas pelo empregador, justamente a parte que será prejudicada se aumentar a alíquota. Portanto, aqui entra o problema da ausência de auditores fiscais em número suficiente para garantir a lisura e transparência no processo.

"O FAP precisa ser simplificado para que se avalie se está servindo ou não. Em entidades filantrópicas, por exemplo, há muito adoecimento, mas elas não estão submetidas à norma", disse.

Segundo Perez, a forma como os parâmetros foram introduzidos no cálculo deram margem para questionamento na Justiça e o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), deliberativo e que tem representantes das centrais sindicais, precisa se posicionar diante do risco do fator deixar de existir no próximo ano.

A próxima reunião do CNPS está marcada para o dia 15 de dezembro, quando a bancada das centrais e dos aposentados fecharão uma proposta para apresentar em conjunto.

Representante da CUT no conselho, o secretário adjunto de Organização e Política Sindical, Valeir Ertle, acredita que ao discutir o fator é preciso também debater o papel dos peritos.

"Não podemos terminar o ano sem reformar as perícias médicas. É um absurdo modelo em que médico assistente da empresa dá 30, 60, 90 dias de afastamento e o perito, que não conhece o local de trabalho, ignora. Com isso, a vinculação do FAP à CAT traz distorções", criticou.

Secretário adjunto de Saúde do Trabalhador, Eduardo Guterra, aponta que, independente das reformulações necessárias, o fator é uma conquista da classe trabalhadora que deve ser mantida.

"Esse foi um importante avanço para nós que disputamos o meio de produção e sempre buscamos estatísticas para fazer um desenho dos acidentes no ambiente de trabalho. Agora, é muito difícil atuar num debate com ameaças de ação judicial, mas temos de salvar o FAP", afirmou.

Sem bônus para obrigações 

A assessora da Contraf-CUT, Maria Leonor, também avalia que há problemas no fator acidentário de prevenção, mas, ao contrário do governo federal, destaca a falta de punição às empresas que burlam as regras.

Ela citou o exemplo de uma ação civil contra o Banco Santander, que mudou o procedimento interno e passou a não admitir mais atestados emitidos por médicos credenciados e a monitorar os trabalhadores afastados. Muitos eram pressionados e recebiam correspondências para que voltassem a seus postos. Até chegar ao ponto de demitir em massa os adoecidos e portadores de LER/Dort (Lesão por Esforça Repetitivo).

"Conseguimos provar a política discriminatória e ganhamos o processo contra o Santander. Mas alguns outros bancos passaram a adotar as mesmas práticas. Há também uma cartilha da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], orientando as indústrias a contratarem empresas para monitorarem os afastados", explica. 

Para ela, premiar as empresas que cumprem a lei é um erro. "Quando o cidadão normal não respeita lei, sofre penalidades em função disso. Sabemos que as empresas não acatam e não implementam normas de acidentes de trabalho e adotamos a ideia de bônus e malus, que é interessante, mas temos de ter instrumentos para implementá-la como forma de incentivar, de ir além do que determina a lei em ações positivas", sugere. 


Fonte: Luiz Carvalho - CUT

Santander demite e humilha funcionários próximos da aposentadoria

  




O Sindicato dos Bancários de São Paulo recebeu nos últimos dias uma série de denúncias de trabalhadores do Santander - todos lotados na sede do banco e com muitos anos de casa - que relatam terem sido demitidos de forma desrespeitosa. A entidade mapeou ao menos 15 dispensados que estavam próximos da aposentadoria e está orientando-os a não assinarem a demissão e nem comparecerem à homologação.

"Os bancários que passarem por essa situação devem procurar o mais rápido possível um dirigente sindical ou o próprio Sindicato, que analisará a situação e, dependendo do caso, poderá brigar por uma reintegração", orienta a dirigente sindical Lucimara Malaquias. O telefone da Central de Atendimento do Sindicato é 3188-5200.

Além de ter de encarar a demissão perto do período de estabilidade pré-aposentadoria, os bancários relatam desrespeitos e humilhações no momento do anúncio do corte.

"Meu gestor mandou me chamar na sua sala e me demitiu sem nem olhar para mim e nem mesmo parar de digitar no computador. Foi agressivo, arrancou o crachá da minha mão, falou para eu fazer o exame demissional, pegar minhas coisas e não voltar mais", relata uma ex-bancária. 

"Eu perguntei como ia sair do prédio sem o crachá e ele me disse que um segurança iria me acompanhar até a saída. Chorei, me senti como se estivesse roubando alguma coisa. Foi uma falta de respeito muito grande. Ele tem pouco mais de 30 anos, menos de dois anos no Santander. Eu tenho quase 50 anos, mais de 20 de banco", acrescenta.

Segundo a ex-funcionária, para justificar a demissão o banco alegou falta de adequação ao novo perfil profissional almejado pela instituição. "Sempre tirei notas acima de três, ou seja, por performance não poderia ter sido demitida. Eu não sei qual o novo perfil de profissional que eles querem. Não nos informaram, mas poderiam ter dado cursos, orientado. Não somos descartáveis, podem aproveitar os profissionais ao invés de simplesmente demitir."

A demissão veio menos de um ano antes do período de estabilidade, que começa a ser contado um ano antes da aposentadoria. Para a ex-bancária, quem mais perde com esse descarte de trabalhadores experientes é o próprio banco. 

"Me demitiram faltando sete meses para o período de estabilidade, parece até que fizeram as contas. Deveriam verificar quem realmente veste a camisa e trabalha bem, porque do contrário acabam perdendo bons profissionais. Nunca tive um feedback negativo, já fui trabalhar doente tantas vezes, dediquei minha vida ao banco. Por isso foi realmente inesperado, ainda mais da forma como foi feito. Onde está o lado humano disso?", questiona.

A diretora executiva Maria Rosani ressalta que esse é apenas um das dezenas de casos idênticos que chegam todos os anos ao Sindicato. "Essas demissões têm caráter discriminatório em que o foco principal são pessoas com salários maiores, mais tempo de casa, muito próximas de entrar na estabilidade pré-aposentadoria. O sonho de todo trabalhador é um dia se aposentar, e quanto está próximo de concretizar isso, o banco arranca esse sonho. É inaceitável essa postura do Santander que, pensando apenas na redução de custo e no lucro a qualquer preço, tratam dessa forma pessoas que se dedicaram ao banco e como prêmio recebem a demissão nessa fase da vida."


Fonte: Seeb São Paulo

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 74,9 anos, aponta IBGE

  




Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência BrasilExpectativa anterior era de 74,6 anos

A expectativa de vida do brasileiro subiu para 74,9 anos, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013, a expectativa era 74,6 anos. A Tábua Completa da Mortalidade 2013 do IBGE foi publicada na edição desta segunda-feira (1º) do Diário Oficial da União.

A tabela mostra a expectativa de vida para todas as idades até os 80 anos. Uma criança de dez anos de idade, por exemplo, tem a expectativa de viver até os 76,3 anos. Um jovem de 18 anos deve viver, em média, até os 76,6 anos.

Uma pessoa de 40 anos tem a expectativa de vida de 78,5 anos. Aqueles que têm 80 anos ou mais têm expectativa média de viver mais 9,2 anos. 


Fonte: Agência Brasil

Apesar do lucro, Itaú quer aumentar custo do plano de saúde aos bancários

  



Crédito: Contraf-CUT
Contraf-CUTProposta unilateral do banco não atende aos anseios dos funcionários

Em reunião realizada nesta segunda-feira (1º) com a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, o banco apresentou proposta com alterações no plano de saúde dos funcionários que, de forma geral, aumentam os custos para os trabalhadores. O Itaú foi representado por Marcelo Orticelli, diretor de relações do Trabalho, e Marco Aurélio de Oliveira, superintendente de Relações Sindicais.

Um dos principais pontos negativos na proposta do banco é a mudança da filosofia de cobertura do plano. O novo modelo torna o plano individualizado, diferente do padrão familiar que foi aprovado pelos funcionários em 2010.

Outro fator negativo é a criação de dois modelos de plano. "Isso, na prática, segrega os funcionários que hoje estão na ativa dos que forem contratados a partir da vigência do plano proposto. Além disso, o banco não apresentou estudo atuarial do plano, que garantiria transparência na negociação", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Essa proposta unilateral e gananciosa surge no momento em que o banco obtém lucro bilionário maior que o outro. A hora é de melhoria e barateamento do plano para seus trabalhadores e não o contrário", declara Jair Alves, integrante da coordenação da COE do Itaú.

Contraf-CUT cobra fim da pressão para adesão ao PDV 

O Itaú apresentou na semana passada um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para os assessores operacionais das áreas empresariais EMP II (varejo) III e IV. 

Durante a reunião, os representantes do banco garantiram que o prazo de adesão vai até junho de 2015 e que estão elegíveis 1.400 empregados em todo o país, dos quais 500 já teriam sido realocados. 
Eles garantiram ainda que os funcionários que gozam de qualquer tipo de estabilidade não deverão ser procurados pelos gestores para adesão ao PDV. 

"Os funcionários não devem aceitar o verdadeiro clima de terror que os gestores estão fazendo ao afirmar que o prazo de adesão se encerraria em 3 de dezembro. Queremos a manutenção dos empregos e que o processo de realocação garanta esses postos de trabalho no Itaú", declara Wanderley Crivellari, integrante da coordenação da COE do Itaú. 


Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Itaú apresenta proposta sobre plano de saúde à Contraf-CUT nesta segunda

  




A Contraf-CUT, assessorada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, se reúne nesta segunda-feira (1), às 9h, com a direção do banco privado, na sede da Confederação, em São Paulo. A reunião foi solicitada pelo banco, cujos representantes afirmaram que querem apresentar uma proposta sobre o Plano de Saúde dos funcionários. 

Desde 2012, os dirigentes sindicais vêm discutindo com o Itaú as dificuldades dos trabalhadores, como as que os aposentados estão enfrentando para manter o convênio médico, uma vez que eles têm de arcar com todo o custeio, ou seja, com a parte do trabalhador e também com a contribuição que antes cabia ao banco. 

O resultado é um valor muito elevado a ser pago, obrigando grande maioria dos funcionários que se aposentam a abrir mão desse direito fundamental, o que tem gerado enorme insatisfação e também muitas reclamações na Justiça. 

Segundo Jair Alves, integrante da coordenação da COE do Itaú, nas diversas rodadas de negociação já ocorridas sobre o tema, o banco não tem apresentado soluções para essa questão. "Queremos que melhore não só a situação dos aposentados, como também os que venham a se aposentar não enfrentem os mesmos problemas", afirmou o dirigente sindical. 

Após a apresentação do banco, a Contraf-CUT promove uma reunião da COE do Itaú para avaliar a proposta do banco e definir os encaminhamentos necessários. 


Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Itaú baixa PDV para assistentes operacionais da área empresarial

  




O Itaú baixou nesta terça-feira (25) um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para os assistentes operacionais da área empresarial (Emp), através de comunicação verbal feita pelos gestores junto aos funcionários das Emps 1, 2 e 3. Ñão houve qualquer discussão com o movimento sindical.

As informações preliminares apontam que o PDV seria composto de uma indenização de até cinco salários, variando conforme o tempo de banco, mais 12 meses de concessão de vale alimentação e 36 meses de plano de saúde, incluindo o tempo previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Ainda de acordo com informações recebidas pelos funcionários, o prazo de adesão seria até o dia 3 de dezembro.

"Em contato com a área de relações sindicais do banco, foi informado que o prazo para adesão seria até junho de 2015. A circular sobre o PDV ainda não estaria pronta mas, assim que estivesse, nos seria repassada. De qualquer forma, esse processo não foi previamente discutido com o movimento sindical", afirma Wanderley Crivellari, integrante da coordenação da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco. 

Outra questão que precisa ser amplamente debatida é a possibilidade de adesão dos trabalhadores que estão com estabilidade no emprego.

"Vamos nos reunir com o Itaú já na próxima semana para tratar destas questões. Até lá, recomendamos aos funcionários a aguardar os resultados da negociação com o banco", complementa Wanderley.


Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sem reajuste na tabela, IR Pessoa Física subirá em 2015

O contribuinte poderá pagar mais Imposto de Renda (IR) em 2015 caso a tabela progressiva não seja reajustada. A Medida Provisória que corrigia o valor das faixas em 4,5% no próximo ano caducou no fim de agosto e, apesar das promessas, o governo ainda não enviou ao Congresso um novo texto propondo a atualização. O temor é que a mordida do Fisco fique maior e chegue ao bolso de mais brasileiros.
O tempo hábil para a aprovação de uma nova MP ou projeto de lei ainda em 2014 é curto: os parlamentares entram em recesso daqui a menos de um mês, no dia 23 de dezembro. A falta de reajuste aumentaria ainda mais a defasagem da tabela em relação à inflação, um descompasso que cresce ano a ano.
De 1996 a 2013, a defasagem acumulada foi de 61,42%, segundo cálculos do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Uma discrepância que pode subir para 64,36% em 2014, caso a inflação feche o ano em 6,40%, como preveem os economistas consultados pelo Relatório Focus, do Banco Central.
"O fato de a tabela do Imposto de Renda estar sendo corrigida por um porcentual inferior à inflação já faz com que o contribuinte pague mais imposto a cada ano. E a situação ficará pior ainda se não houver nenhuma atualização", afirma Leandro Souza, gerente sênior da consultoria Ernst & Young.
O governo ainda tem a possibilidade de aprovar a correção ao longo de 2015, criando duas tabelas para o mesmo ano e depois corrigindo a diferença no ajuste anual, mas isso atrasaria o acerto de contas. "Neste caso, em vez de ter uma retenção menor desde janeiro, o contribuinte só teria esse acerto de contas no outro ano, no momento da declaração de ajuste anual", explica Souza. E a restituição ainda poderia ser liberada somente em dezembro, ampliando o prazo de espera do contribuinte para quase dois anos.
Salário mínimo
A defasagem da tabela ainda se soma aos aumentos acima da inflação aplicados ao salário mínimo nos últimos anos. Em 2014, houve um reajuste de 6,78% no piso nacional das remunerações, contra uma correção de 4,5% do Imposto de Renda. Para 2015, está prevista uma alta de 8,8% nos salários, ante uma correção ainda incerta das faixas do imposto.
O resultado disso é o aumento da tributação sobre o assalariado. Em 1996, a isenção do Imposto de Renda beneficiava quem recebia até oito salários mínimos, segundo levantamento da Ernst & Young. Relação que despencou para 2,47 em 2014 e pode chegar a 2,27 em 2015 - caso o IR não tenha nenhum tipo de atualização. Dessa forma, brasileiros antes isentos por causa da baixa renda vão paulatinamente ingressando na condição de contribuintes.
O Presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno, observa que os ganhos salariais - tanto por meio da alta do rendimento mínimo como pelos acordos na iniciativa privada - acabam sendo reduzidos pela correção insuficiente da tabela do IR. "Os trabalhadores terão o ganho salarial revertido, pois poderão sair da faixa de isenção ou subir para alíquotas maiores", afirma Damasceno.
Pelos cálculos do Sindifisco, considerando a defasagem até 2013, quem ganha até R$ 2.761 por mês deveria ser isento de IR, mas acaba sendo tributado, pelas alíquotas de 7,5% e 15%. Na visão do assessor tributário da OAB Nacional, Luis Gustavo Bichara, a atual cobrança do imposto viola o conceito do mínimo existencial, já que atinge pessoas que não possuem uma riqueza mínima para o seu sustento. "A defasagem da tabela do IR cria um efeito muito perverso, pois tributa mais quem ganha menos salário", destaca Bichara.
A OAB tem atualmente dois processos sobre o tema correndo no Supremo Tribunal Federal. Um, sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, pede que a tabela seja corrigida pelo IPCA. Outro, nas mãos da ministra Rosa Weber, quer que, assim como a saúde, os gastos com educação sejam integralmente dedutíveis no IR.
Governo
Dias após a Medida Provisória do imposto perder a validade, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que o governo editaria uma nova MP para assegurar a correção dos valores da tabela. A legislação proíbe a edição de uma nova MP, com igual teor da anterior, no mesmo ano legislativo. Mas é possível criar um texto diferente, que mantenha os principais pontos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também disse à época que a correção do imposto em 2015 estava garantida, mas não especificou qual caminho seria seguido. Segundo os cálculos da pasta, a correção inicialmente prevista, de 4,5%, causaria um impacto de R$ 5,3 bilhões na arrecadação federal do próximo ano.
Fonte: Jornal de Brasília e Contec

Bancário só pode ser demitido por dívidas se elas afetarem imagem da entidade

Bancários só podem ser demitidos por justa causa devido a acúmulo de dívidas caso elas afetem a imagem da instituição financeira. O uso automático da norma, anteriormente prevista no artigo 508 da Consolidação das Leis do Trabalho, que já foi revogado, ofende os princípios constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa humana.
Assim decidiu a 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao manter acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região que reverteu demissão por justa causa de empregado do Itaú Unibanco por acúmulo de dívidas.
O artigo 508 da CLT foi revogado pela Lei 12.347/2010. Como o autor do processo prestou serviço ao banco de setembro de 2002 a novembro de 2007, o dispositivo permanece aplicável para o seu caso. No entanto, o TRT-2 descaracterizou a justa causa com o entendimento de que só caberia a aplicação da norma quando a conduta do empregado maculasse a reputação do banco, o que não teria ocorrido no caso.
Ao não conhecer do recurso do Itaú contra a decisão regional, o ministro José Roberto Freire Pimenta, relator do processo no TST, destacou que a revogação do artigo 508 confirmou o entendimento, dominante na jurisprudência da época, de que sua aplicação seria restrita aos casos excepcionais, "em que a falta contumaz fosse suficientemente grave a ponto de abalar a confiança mútua que deve existir entre empregado e empregador".
Ele afirmou ainda que o princípio da dignidade da pessoa humana, citado no artigo 1º da Constituição Federal, vem sendo afirmado como guia para a interpretação de todas as normas jurídicas. Isso, de acordo com o ministro, "não deixa dúvidas sobre a proposta constitucional de considerar o indivíduo, em todas as suas dimensões, como núcleo central, essencial e intangível, a receber plena e substancial proteção no âmbito do Estado Democrático de Direito".
Para o relator, aplicar de forma automática e absoluta o teor literal do artigo 508 da CLT, sem se avaliarem as consequências negativas das dívidas feitas pelo empregado à imagem ou à saúde financeira do banco, representaria ofensa ao princípio constitucional. A decisão do TST foi unânime. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST. Processo: RR-36600-28.2008.5.02.0044
Fonte: Conjur, com TST e Contec

quinta-feira, 20 de novembro de 2014



EDITAL DE CONVOCAÇÃO




ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Votuporanga, inscrito no CNPJ/MF/49.074.172/0001-07, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados do Banco Santander (Brasil) S.A, associados ou não associados, das agências dos municípios de sua base territorial, para Assembleia Geral Extraordinária que se realizará dia 25 de Novembro de 2014, às 18h30min, em primeira convocação e às 17h00min, em segunda convocação com qualquer numero de presentes, em sua sede sito á Rua Tibagi 3447, Bairro Patrimônio Novo, cidade de Votuporanga SP, para discussão e deliberação da seguinte ordem do dia:
1-      Discussão e votação da Proposta de Acordo Aditivo à CCT da categoria bancária;
2-      Discussão e votação da Proposta de Programa da Participação nos Resultados (PPRS-2014/2016), conforme o disposto na Lei 10.101 de 19/12/2000;
3-      Termo de Compromisso Banesprev e Termo de Compromisso Cabesp.
Votuporanga SP, 20 de Novembro de 2014.

HARLEY APARECIDO VIZONÁ

Presidente

Artigo: Consciência negra e a realidade dos negros no sistema financeiro

  




Crédito: Seeb Mato Grosso
Seeb Mato GrossoO dia 20 de novembro representa a luta pela valorização dos negros e negras e reforça a bandeira da equidade na sociedade. Negar que existe desigualdade entre brancos e negros é ignorar dados que apontam as diferenças no mercado de trabalho. E exemplo disso está no II Censo da Diversidade realizado no setor financeiro neste ano: o resultado é alarmante. 

Segundo o levantamento feito entre os bancários nos meses de março e maio de 2014, apenas 24,7% são negros nos bancos do Brasil. Se comparar a população negra com o índice de bancários negros, a discriminação fica mais evidente, uma vez que 51% da população brasileira é negra, conforme dados do IBGE. 

Para se ter uma noção da diferença racial dentro dos bancos, observe ao ir a uma agência quantos negros trabalham na instituição ou se estão presentes na propaganda institucional espalhada nos banners e folders do banco, lembrando que mais da metade da população brasileira é negra. 

Infelizmente, a realidade da inclusão e da igualdade está longe do que nós dos movimentos sociais sonhamos. A luta pela valorização dos negros deve ser defendida, e para isso, a data do dia 20 de novembro vem para enfatizar que do jeito que está não está certo, não está de acordo. 

Políticas afirmativas, ações de valorização aliadas à bandeira da igualdade racial são pautas para o ano todo e, nesta data da consciência negra, nos faz reforçar o compromisso que cada um temos com a humanidade de sermos iguais e termos igualdade de oportunidade, o que infelizmente, não faz parte da nossa realidade no sistema financeiro, nos cargos de chefia das empresas privadas, na publicidade, no mercado de trabalho... 

Nossa luta continua! 


Arilson da Silva é vereador do Partido dos Trabalhadores (PT) em Cuiabá, funcionário do Santander e dirigente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso. 


Fonte: Seeb Mato Grosso

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Bancos fecham 3,4 mil empregos até outubro, enquanto Brasil gera 912 mil

  






O sistema financeiro nacional fechou 3.392 postos de trabalho nos primeiros dez meses de 2014, atuando na contramão da economia brasileira, que gerou 912.287 novos empregos formais no mesmo período. O desemprego no setor seria ainda mais acentuado não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (2.125).

Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta quarta-feira (19) pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

> Clique aqui para acessar as tabelas e gráficos da pesquisa.

No total, 18 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e outubro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.068, 775, 646 e 529 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 271 novas vagas.

"Apesar dos lucros gigantescos, os bancos brasileiros, principalmente os privados, seguem eliminando postos de trabalho em 2014, a exemplo do ano passado, o que é injustificável para um setor onde somente os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 44,0 bilhões até o terceiro trimestre deste ano, ostentando os maiores índices de rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Os bancos que estão fechando postos de trabalho prejudicam os bancários, pioram o atendimento dos clientes e da população e não contribuem para o crescimento econômico e social do país com emprego e distribuição de renda", alerta Cordeiro. 

Rotatividade achata salários dos bancários

De acordo com o levantamento Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta de janeiro a outubro de 2014. Os bancos brasileiros contrataram 28.385 funcionários e desligaram 31.777.

A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.356,47 contra o salário médio de R$ 5.279,83 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 63,6% da remuneração dos que saíram.

"Essa diferença prova que os bancos privados continuam praticando a rotatividade, um mecanismo cruel utilizado para reduzir a massa salarial da categoria e aumentar ainda mais os lucros", destaca o presidente da Contraf-CUT. "Nos últimos onze anos, os bancários conquistaram aumentos reais consecutivos, mas esses ganhos foram corroídos pela rotatividade, freando o crescimento da renda da categoria."

Para Cordeiro, "os números da nova pesquisa reforçam a luta dos bancários contra as demissões e pelo fim da rotatividade, por mais contratações e contra os projetos de terceirização, como forma de proteger e ampliar o emprego da categoria e da classe trabalhadora". 

Desigualdade entre homens e mulheres

A pesquisa mostra também que as mulheres, ainda que representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, permanecem sendo discriminadas pelos bancos na sua remuneração, ganhando menos do que os homens quando são contratadas. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.

Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.801,97 nos primeiros dez meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.896,65, valor que representa 76,2% da remuneração de contratação dos homens. 

Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.037,88 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.464,69. Isso significa que o salário médio das mulheres no desligamento equivale a 73,9% da remuneração dos homens.

"Essa absurda discriminação é totalmente inaceitável e reforça ainda mais a luta da categoria por igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional", enfatiza Cordeiro.

Maior concentração de renda nos bancos

O presidente da Contraf-CUT salienta ainda que "a pesquisa fortalece ainda a mobilização dos bancários por distribuição de renda". Enquanto no Brasil, os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres, no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. 

No Itaú, cada membro do Conselho de Administração recebeu, em média, R$ 15,5 milhões em 2013, o que representa 318,5 vezes o que ganhou o bancário do piso salarial. No Santander, cada diretor embolsou, em média, R$ 7,7 milhões no mesmo período, o que significa 158,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou, em média, R$ 13 milhões no ano para cada diretor, a diferença para o salário do caixa foi de 270 vezes.

Desta forma, para ganhar a remuneração mensal de um desses executivos, o caixa do Itaú tem que trabalhar 26,5 anos, o caixa do Santander 13 anos e o do Bradesco 22,5 anos.

"Essa imensa distância, que separa os ganhos dos altos executivos e os salários dos bancários, atenta contra a justiça social e a dignidade dos trabalhadores, bem como contribui para a vergonhosa posição do Brasil entre os 10 países mais desiguais do mundo, o que precisa mudar", conclui Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese