Banco do Brasil burla CCT ao obrigar funcionário a
assinar termo sobre compensação de dias parados
Em
comunicado ao funcionário, intitulado “Compensação das Horas de Greve”,
enviado recentemente, o Banco do Brasil informa que os dias parados em
setembro último devem ser compensados até o dia 15 de dezembro deste
ano, como prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada pelos
sindicatos e Fenaban. Até aí, digamos assim, nenhuma novidade. Porém, a
Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes) obriga os gestores a exigirem
visto do funcionário dando ciência à “correspondência”, enviada a todos
que participaram da greve. Além de ser personalizado, o citado
comunicado, emitido em duas vias, informa as “horas de greve” a serem
compensadas. Segundo orientação interna aos administradores, a primeira
via deve ser “arquivada em dossiê próprio”; a segunda, entregue ao
funcionário. Neste ponto, o BB transforma uma questão coletiva em
individual, sinalizando claramente sua intenção de punir, amedrontar e
até ameaçar aqueles trabalhadores bancários que exerceram o direito de
greve, previsto na Constituição Federal.
Para
o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson
Boava, o comunicado do BB é um claro exemplo de prática antissindical,
tão combatida pelos sindicatos de trabalhadores e pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT). “Apesar de comentar, no penúltimo
parágrafo do comunicado, o compromisso assumido entre as partes
(sindicatos e bancos) no fechamento da negociação coletiva, em compensar
os dias parados, o Banco do Brasil rasga a CCT ao exigir no mesmo
documento o comprometimento de cada funcionário que participou da greve
em cumprir o que foi acordado entre os representantes dos trabalhadores e
dos banqueiros. Uma exigência desnecessária. A CCT é um instrumento
coletivo de trabalho. Qualquer conflito deve ser remetido ao sindicato,
legítimo representante dos trabalhadores. Diga-se, de passagem, não é o
caso. Sem falar que não é o primeiro ano que a compensação dos dias
parados figura na CCT. Na verdade, ao individualizar a questão, o Banco
visa intimidar o bancário, desmobilizar as ações coletivas. O que é
muito grave. Aliás, é pura coação, coerção, repressão mesmo. Vamos
denunciar esse desrespeito a todos os funcionários em todas as esferas.
Inclusive ingressamos ação na Justiça. E mais: os funcionários que
participaram da greve merecem apoio, solidariedade de todo o corpo
funcional. As conquistas da greve, cabe destacar, são válidas para todos
os funcionários, sem distinção”, analisa Jeferson Boava.
Não assine
O
Sindicato reafirma orientação repassada aos funcionários na última
semana, logo após vir à tona o ameaçador comunicado: não assine nenhum
documento versando sobre a compensação das “Horas de Greve”.
Audiência no MPT dia 3
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza audiência com os
representantes dos trabalhadores e o Banco do Brasil, no dia 3 de
dezembro. Em pauta, as práticas antissindicais do BB e a discriminação
pós Campanha 2012 em relação aos bancários que exerceram o legítimo
direito de greve. Entre os abusos cometidos pelo BB, alteração de férias
e licenças pré-agendadas e exigência de assinatura do comunicado
intitulado “Compensação das Horas de Greve”. A audiência foi marcada
pelo MPT após ingresso de representação pela Contraf-CUT.
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