Cade formaliza aprovação de compra do HSBC por
Bradesco com restrições
Órgão
condicionou a aprovação do negócio à celebração de um acordo. Operação entre
Bradesco e HSBC Brasil foi anunciada no ano passado por US$ 5,2 bilhões
04/04/2016 às 12:01 - Atualizado em 04/04/2016 às 12:03
Bradesco
comprou a operação brasileira do HSBC(Vanderlei
Almeida/AFP)
A
Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
recomendou ao Tribunal do órgão a aprovação da compra do HSBC Brasil pelo
Bradesco, mas impôs restrições. A condição do órgão é a de que bancos assinem
acordo em controle de concentrações proposto pelas instituições financeiras.
O Cade já
havia afirmado que o negócio era "complexo", apontando a necessidade
de se analisar "de forma cuidadosa" eventual tendência de aumento de
preços para os consumidores por conta do negócio.
"A
Superintendência-Geral concluiu que o ato se insere em um mercado com
evidências bastante claras de ausência de competição efetiva, com elevadas
margens de lucro e baixa eficiência operacional, resultando em serviços mais
caros e de menor qualidade para os consumidores, em um mercado com elevados
custos de troca", disse a Superintendência-Geral em parecer. Ela
acrescenta que, embora a participação de mercado do HSBC Brasil seja baixa, a
operação não poderia ser aprovada sem restrições.
Assim, a
Superintendência optou por negociar com os bancos medidas "comportamentais
que possam garantir maior nível de bem estar para os consumidores e promover
algum incremento de competição no mercado".
O acordo
para aprovação do negócio deve ser assinado entre o Cade e o Bradesco, tendo o
HSBC como interveniente. Ele envolve medidas agrupadas em quatro eixos:
comunicação e transparência, treinamentos dos servidores bancários, indicadores
de qualidade dos serviços e compliance. O Bradesco terá que comprometer-se a
implementar 16 medidas para eliminar preocupações concorrenciais encontradas
pelo Cade dentro desses quatro eixos.
A
Superintendência-Geral pode aprovar diretamente um ato de concentração sem
restrições ou então oferecer sua impugnação perante o Tribunal, quando entende
que ele deve ser rejeitado ou aprovado com condições, conforme o regimento
interno do Cade.
A operação
entre Bradesco e HSBC Brasil foi anunciada em agosto do ano passado por 5,2
bilhões de dólares.
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