sexta-feira, 10 de maio de 2013



Após demissões em massa, Santander retoma rotatividade e corta empregos

 
Depois que o Santander Brasil praticou demissões em massa em dezembro do ano passado, quando desligou sem justa causa 1.153 funcionários em todo país, conforme os dados do Caged de 2012 fornecidos pelo banco espanhol ao Ministério Público do Trabalho, a instituição financeira fechou o primeiro quadrimestre com 878 dispensas, segundo informações dos sindicatos para a Contraf-CUT e organizados pelo Dieese.

Confira os números dos sindicatos:

- janeiro/2013: 465
- fevereiro/2013: 142
- março/2013: 150
- abril/2013: 121
- total: 878

"Embora nem todos os sindicatos enviaram os dados de suas homologações, sendo que várias entidades remeteram os números de abril antes do final do mês, esse indicador já é por si só muito preocupante, na medida em que supera o total de 765 demissões sem justa nos primeiros quatro meses de 2012, conforme os dados do Caged", alerta o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Veja os dados do Caged:

- janeiro/2012: 198
- fevereiro/2012: 170
- março/2012: 218
- abril/2012: 179
- total: 765

Clique aqui para ver a análise do Dieese a partir do Caged de 2012.

Os sindicatos devem continuar enviando no início de cada mês os dados das homologações para a Contraf-CUT. Além disso, a confederação seguirá reivindicando o acesso mensal aos dados do Caged, conforme reivindicação feita na última reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, realizada no dia 27 de março.

Corte de empregos e rotatividade

As demissões informadas pelos sindicatos confirmam a redução dos postos de trabalho em 2013, conforme apontou o balanço do primeiro trimestre do Santander. "Apesar do lucro líquido gerencial de R$ 1,519 bilhão, o banco eliminou 508 empregos nos primeiros três meses do ano, andando na contramão da geração de empregos da economia brasileira", critica Ademir.

"Isso mostra que o Santander retomou a famigerada política da rotatividade, dispensando funcionários que ganham mais e contratando outros que recebem menos, como forma de reduzir custos para aumentar ainda mais os lucros. Além disso, fecha postos de trabalho, o que não tem justificativa diante dos resultados do banco no Brasil, que representam 26% do lucro mundial do Santander", ressalta o diretor da Contraf-CUT.

Na Espanha, apesar da grave crise financeira, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. Na terça-feira (7), durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, o secretário de relações internacionais da Comfia-Comisiones Obreras, Francisco Garcia Utrilla (Pepe), disse que lá quase não há demissões no Santander e que um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.

Descaso com emprego

"Esse novo descaso do Santander com o emprego no Brasil, a exemplo de outros bancos privados, está motivando protestos e manifestações dos bancários em todo país, que vão crescer se o banco insistir em mandar trabalhadores para o olho da rua", avisa o dirigente sindical. O problema também está sendo debatido nos encontros regionais preparatórios ao Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, a ser realizado nos dia 4 e 5 de junho, em São Paulo.

"Ou o Santander respeita o Brasil e os brasileiros, começando com os funcionários e aposentados do banco, ou haverá um processo de intensas mobilizações porque os sindicatos estão indignados com as demissões, os ganhos milionários dos diretores e as precárias condições de trabalho na rede de agências, onde faltam contratações e vários funcionários tomam medicamentos tarja preta e adoecem estressados com o assédio moral e a pressão das metas abusivas", frisa Ademir.

"O movimento sindical não vai se intimidar diante das injustiças e das práticas antissindicais do banco no Brasil e vai seguir tomando as medidas cabíveis para que acabem as enrolações nas mesas de negociações e grupos de trabalho e os trabalhadores sejam tratados com respeito, dignidade e valorização", conclui.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=34290

quarta-feira, 8 de maio de 2013



Sem conta em banco, 55 milhões de brasileiros giram R$ 665 bilhões



Folha de São Paulo
Claudia Rolli

Neste ano, R$ 665 bilhões vão passar pelas mãos --ou melhor, pelos bolsos-- dos 55 milhões de brasileiros que não têm conta em banco.

Esses brasileiros representam 39,5% da população adulta do país, segundo estudo do instituto Data Popular.

Os dados serão apresentados hoje durante seminário em São Paulo para discutir o impacto do crédito no comportamento de consumo da nova classe média, dona hoje de 103 milhões de cartões de crédito no país.

O valor que passa à margem do sistema bancário brasileiro (R$ 665 bilhões) equivale quase ao PIB da Colômbia, segundo informações do Banco Mundial.

"O que surpreende é que, por mais que o processo de bancarização tenha crescido, quatro em cada dez brasileiros ainda não possuem conta-corrente ou poupança. E esse número é ainda maior nas classes mais baixas", afirma Renato Meirelles, sócio e diretor do instituto.

QUEM SÃO

Metade dos brasileiros sem conta em banco está na classe média --são 29 milhões de pessoas que fazem parte de famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019. O critério de classificação por faixa de renda é o mesmo adotado pelo governo.

Outros 11% dos sem conta em banco (6 milhões de pessoas) estão na classe alta, e 37% (20 milhões), na baixa.

Um terço da população "desbancarizada" tem de 40 a 59 anos --pessoas em sua maior parte (65%) com ensino fundamental completo.

Quase metade desses brasileiros está fora do mercado de trabalho --são donas de casa, desempregados, estudantes e aposentados. Para o levantamento, foram entrevistadas 2.006 pessoas de 53 cidades entre os meses de fevereiro e março deste ano.

As principais razões apontadas para a não bancarização são: 1) a dificuldade de acesso à rede bancária em cidades do interior que ainda não têm oferta de agências; 2) problemas financeiros que levaram ao endividamento e fizeram com que as pessoas que tiveram conta se tornassem "ex-bancarizadas"; 3) opção de não ter relacionamento com os bancos por considerarem desvantagens no pagamento de taxas e crédito oferecido.

Para a Febraban (federação dos bancos), a bancarização tem avançado no país. No ano passado, o número de contas-correntes ativas aumentou 6% e o da poupança, 4%. A entidade não comentou o estudo.

"O desafio dos bancos é oferecer serviços para os 55 milhões de brasileiros que hoje não enxergam nas instituições financeiras uma solução para as suas demandas", diz Meirelles


Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 6 de maio de 2013


Bancos privados apostam no corte

de pessoal

Para manter seus lucros elevados, Itaú, Santander e Bradesco extinguem postos de trabalho ao invés de ampliar o crédito, e continuam na contramão do desenvolvimento do país
São Paulo – Desde que o governo federal lançou a ofensiva contra os altos spreads bancários no Brasil, baixando os juros do BB e da Caixa, as maiores instituições privadas do país têm compensado isso com redução de despesas que incluem cortes de pessoal.

Reportagem do Valor, publicada em 2 de maio, destaca que os três maiores bancos privados – Itaú, Bradesco e Santander – extinguiram, em um ano, 10.217 postos de trabalho. Assim, as despesas administrativas e de pessoal desses bancos, somadas, chegaram a R$ 18,685 bilhões no primeiro trimestre deste ano, montante apenas 3,23% maior do que o total de igual período de 2012, índice menor que a inflação do período.

“Os bancos privados continuam escolhendo a contramão do desenvolvimento do país. Baixar os juros e apostar na ampliação dos empréstimos seria bom para o setor e para a sociedade. Mas ao invés disso, eles resolvem cortar empregos”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

A reportagem destaca ainda que a promessa dos executivos do Santander, Itaú e Bradesco aos investidores para esse ano é de “manutenção dos gastos sob rédeas curtas”. E avalia que esses bancos estão compensando os spreads menores com as receitas de prestação de serviços, já que houve alta de 13,92% nesse item para os três bancos juntos, que alcançaram a cifra de R$ 12,42 bilhões.

Dois caminhos – Em nota técnica sobre o setor financeiro, divulgada este mês, o Dieese avalia que diante do atual cenário, marcado pelas investidas do governo contra os juros e a tarifas bancárias e pela queda da Selic, os bancos podem apostar em dois caminhos. Um deles, preconizado pela Caixa, é o da ampliação do crédito para compensar a perda da rentabilidade. O outro seria o da busca pelo chamado índice de eficiência, que compensaria o menor spread com corte de custos. Opção adotada pelo Itaú, Bradesco e Santander.

> Dieese divulga nota sobre sistema financeiro

Menos crédito – A reportagem do Valor confirma essa postura: “Um maior volume de operações de crédito também pode ajudar a gerar receitas de intermediação financeira maiores, mesmo com spreads mais baixos. Porém, essa é uma fórmula que não tem sido usada com sucesso pelos bancos”. E ouve um analista que “explica” esse comportamento: “Se os bancos sabem que têm de cobrar menos, eles vão se focar mais nos bons clientes. O resultado é que pararam de emprestar”.

Juvandia lembra que as instituições financeiras são concessões públicas e como tal deveriam fazer sua parte pelo crescimento do Brasil. “Cortando empregos elas mostram que, de fato, não têm responsabilidade social nem a sustentabilidade que tanto alardeiam em suas propagandas.”

Selic – A dirigente destaca ainda que baixar a Selic é uma decisão acertada do governo. “Os bancos estavam ganhando dinheiro fácil com a Selic alta. Têm agora de se adaptar a essa nova situação.”

Juvandia lembra que a redução da taxa básica de juros representa economia nos gastos públicos, já que os juros da dívida pública são determinados pela Selic. “Segundo o Banco Central, o setor público gastou R$ 217 bilhões com pagamento de juros aos credores da dívida pública nos últimos 12 meses. Um ano antes, no período de abril de 2011 a março de 2012, o gasto havia sido de R$ 237 bilhões. O corte nos juros resultou em uma economia de R$ 20 bilhões, o que equivale ao orçamento do programa Bolsa Família em 2012, que foi de R$ 21 bilhões”, compara.

Leia mais
> Itaú lucra R$ 3,4 bi e demite 700 no trimestre
> Santander já lucrou R$ 1,5 bilhão no ano
> Bradesco lucra quase R$ 1 bi por mês em 2013


Redação, com informações do Valor Econômico - 6/5/2013 -http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=4471 
Os problemas com os fundos creditórios de bancos, por Luiz Nassif
Luis Nassif 

Pelo segundo mês seguido o Banco Santander liderou a lista de reclamações do Banco Central. O índice de queixas chegou a 3,17 em março, maior patamar desde maio de 2009. O índice de reclamações, em geral, não passa de 1.

A situação é mais complexa do que parece, conforme o caso do cliente MG.

Em outubro de 2012, ele foi negativado na Serasa por um FDIC (fundo de direitos creditórios). Esses fundos compram créditos vencidos de grandes instituições, com desconto, e cobram dos clientes. O débito anotado era de R$ 431,24.

Na denúncia à Serasa, não havia um telefone habilitado sequer do FDIC. Advogada experiente, a esposa de MG conseguiu localizar o telefone do FDIC e ligar para lá - para surpresa da moça atendente.

Foi informada então que os débitos se referiam a um cartão de crédito Visa. MG jamais teve cartão Visa. Disseram que a conta era do Santander. Ele jamais teve conta do Santander.

Argumentou que não poderia ter sido negativado sem um aviso. Responderam que tinham enviado o aviso de cobrança para um endereço de São Paulo. Seria impossível, pois na data mencionada MG morava em Belo Horizonte. Ou seja, a atendente foi instruída a mentir. Apanhada de surpresa pelo telefonema, não ensaiou o script.

***

MG decidiu ir ao Procon.

Lá, foi registrada a queixa. O Procon enviou carta do FDIC solicitando comprovação do débito no prazo de alguns dias. O FDIC enviou e-mail para o Procon e para MG informando ter encaminhado o contrato supostamente comprovando o débito.

MG vai ao Procon e pede para ver o anexo do contrato. Não tinha. O próprio atendente do Procon alertou que era fraude e sugeriu procurar a Justiça.

MG rumou então para um Juizado de Pequenas Causas itinerante. A queixa foi aceita e encaminhada para o Fórum.

No Fórum, MG comprovou a armação jurídica:

1.No dia do julgamento, o FDIC não enviou representante. O juiz condenou à revelia a pagar R$ 5 mil de indenização. Se tivesse enviado representante, o caso se esgotaria ali. Provavelmente a condenação seria maior porque haveria possibilidade de avaliar melhor os danos. E a própria sentença do juiz serviria de título para entrar com a execução.

2.Publicada a condenação, o FDIC entrou com uma ação inominada para questionar o mérito do julgamento, alegando que o responsável pelo contrato era o Banco Santander. Ao mesmo tempo, MG foi procurado por um representante do FDIC oferecendo 50% do valor da condenação sob o argumento de que, se fosse depender da justiça, jamais receberia a quantia definida.

3.Restou, então, a MG uma denúncia ao Banco Central. Feita a denúncia, quem aparece no imbróglio é o próprio Banco Santander, conformando-se em quitar integralmente a multa condenatória.

***

Nesse ponto, ficou clara a combinação do banco com a banca de advogados que administra o FDIC.

Indaga MG: "sou bem informado, minha esposa é advogada e somos teimosos para ir até o fim pelos nossos direitos. Mas o que poderá estar acontecendo, neste momento, com outras vítimas dessa manobra, sem recursos financeiros nem conhecimentos jurídicos para questionar".

E se fossem questionar, teriam que enfrentar várias armadilhas, como a de abrir uma ação contra o FDIC para depois ser informada de que o responsável é o banco?

Tema para o BC e o Procon se debruçar. 

fonte: http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=34220

domingo, 5 de maio de 2013


Itaú lucra R$ 3,4 bi e demite 700 no

 trimestre

De janeiro a março deste ano, resultado foi 1,4% maior que no mesmo período de 2012, mas cortes de emprego continuam
São Paulo – O Itaú teve lucro líquido de R$ 3,472 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2012. A rentabilidade do banco manteve-se alta, alcançando 19,1% de janeiro a março de 2013. O balanço dos primeiros três meses do ano foi divulgado pela instituição nesta terça-feira 30.

O patrimônio líquido atingiu R$ 74,4 bilhões, com crescimento de 2,7% em relação aos primeiros três meses de 2012. E os ativos totalizaram R$ 1,03 trilhão no último 31 de março, apresentando aumento de 1,4% em relação ao final de 2012 e de 14,7% sobre 31 de março do ano anterior.

“Os resultados confirmam a saúde financeira do banco e mostram que o Itaú pode valorizar seus funcionários ao invés de puni-los com demissões, com sobrecarga de trabalho e pressão por metas. Problemas que têm sido denunciados pelos bancários e têm sido alvo de protestos do Sindicato, dentro da Campanha por Valorização no Itaú”, afirma a presidenta da entidade, Juvandia Moreira.

> CTO do Itaú no alvo da campanha de valorização
> Agências do Itaú no Centro são paralisadas
> Bancário do Itaú, esse cara é você?

Crédito – A carteira de crédito total alcançou o saldo de R$ 456.162 milhões, com crescimento de 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2012 e de 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crédito pessoa física cresceu apenas 2,4% em um ano e 1,6% no trimestre. O destaque negativo foi a carteira de veículos que teve queda de 17,8% em relação a março de 2012; já a carteira de pessoas jurídicas cresceu 9,2%, com destaque para Grandes Empresas, que elevou-se em 17,2%.

Receitas – As receitas de intermediação financeira caíram 21,9%, sendo que as que provêm das operações de crédito tiveram queda de 11%, os resultados de títulos e valores mobiliários diminuíram 27% e o resultado de aplicações compulsórias caiu 55,6%. A explicação para o menor resultado nesses indicadores é a redução da taxa básica de juros, a Selic, e dos spreads bancários, que é a diferença entre diferença entre o que o banco cobra para emprestar e o que ele gasta para captar dinheiro.

Despesas – Ainda que as receitas do banco tenham diminuído, o resultado do trimestre manteve-se positivo porque as despesas da instituição financeira também caíram, já que em boa parte elas também dependem da Selic. Ou seja, a queda da Selic também reduz alguns custos do banco.

Entre janeiro e março deste ano, as despesas da intermediação financeira caíram mais ainda do que as receitas. A principal despesa do banco, a de captação, teve queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2012.

Queda da inadimplência – Caiu de forma significativa a inadimplência do Itaú, chegando a 4,5% contra 5,1% um ano atrás (0,6 p.p.). A inadimplência de pessoa física caiu de 7,5% para 6,7% e pessoa jurídica caiu de 3,3% para 2,9%. Apesar de a inadimplência já estar em queda desde meados do ano passado, somente agora o Itaú reduziu de forma consistente as despesas de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). O que também influi positivamente no lucro. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o PDD caiu 18,0%, e em relação ao quarto trimestre de 2012 a queda foi de 18,5%.

Tarifas – O balanço mostra também que as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias apresentaram crescimento de 11,5%, atingindo R$ 5,580 bilhões neste primeiro trimestre. No conceito recorrente a elevação foi de 18,8%. Somente com esta receita a empresa cobre 153% do total das despesas de pessoal. Um ano atrás essa cobertura era menor (147,5%). Isso ocorre porque o Itaú continua reduzindo sistematicamente seu quadro de trabalhadores, desde março de 2011.

Cortes – De janeiro a março de 2013 o Itaú cortou nada menos que 708 postos de trabalho, chegando a um total de 89.615 empregados no Brasil. Em um ano, a redução de vagas de emprego foi de 6.679.

“É inadmissível que num cenário de lucro e rentabilidade altos e inadimplência baixa, o Itaú promova essa grande quantidade de demissões. Diminuir postos de trabalho nesse momento em que o Brasil caminha para o pleno emprego é um desserviço para o país e desmente a suposta responsabilidade social e ambiental que o banco tanto alardeia”, critica a diretora executiva do Sindicato Ivone Maria da Silva.


Andréa Ponte Souza - 30/4/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=4438

Santander demite e sobrecarrega

remanescentes

Sindicato também tem recebido queixas referentes às mudanças de regras da remuneração variável
São Paulo – Somente este ano o Santander já lucrou R$ 1,5 bilhão. Os funcionários são responsáveis por grande parte desse resultado, já que o arrecadado com as operações de crédito subiu 8,3% – batendo em R$ 256 bilhões –, e saltou 9,1% com prestação de serviços e tarifas, chegando a R$ 2,7 bilhões, o que representa uma folha e meia de pagamento de todos os funcionários.

Mas as principais políticas de “valorização e reconhecimento” da instituição espanhola no Brasil continuam sendo demissões, mais tarefas para os funcionários e criação de dificuldades para o recebimento da remuneração variável.

Em apenas dois dias úteis da última semana, o Sindicato recebeu denúncias de demissões de vários coordenadores e caixas, além de gerentes e funcionários de centros administrativos em sua base sindical. Na terça-feira 30, o Sindicato dos Bancários de Santos paralisou seis agências do Santander depois de o banco ter demitido nove coordenadores na base da entidade.

Sobrecarga de tarefas – Os coordenadores já estavam trabalhando nos caixas das agências para suprir a falta de funcionários e atender à demanda dos clientes. De acordo com a diretora do Sindicato Maria Rosani, para piorar a situação, os coordenadores de agências estão tendo de fazer serviços que antes eram realizados em outros setores. O processamento das operações dos caixas automáticos e compensação de cheques, por exemplo, eram efetuados em um núcleo específico.  Agora, essas tarefas passaram a ser também de responsabilidade da área operacional.

“Fora todo o serviço que o coordenador já tinha na agência, ele assumiu mais essas tarefas que o banco tirou de outras áreas, sem contar que estão ocorrendo demissões sem motivo, além de nenhuma contratação. Ou seja, o banco demite funcionários que lidam com o público e delegam mais serviço para os remanescentes, o que acarreta em uma sobrecarga desumana”, afirma a diretora.

Mudança de regras – O Sindicato também tem recebido dezenas de queixas referentes às mudanças de regras da remuneração variável. De acordo com os trabalhadores, o banco impôs mais ponderáveis na AQO (Avaliação de Qualidade Operacional), o sistema que monitora a área operacional das agências.

Uma unidade bancária pode pontuar negativamente na AQO até por causa de problemas banais, como por exemplo, uma caneta sem tinta na área dos caixas eletrônicos, se um cliente reclamar. Qualquer pontuação negativa de uma agência na AQO poderá afetar a verba variável de todos os funcionários da unidade.

Se uma agência tiver pontuação menor do que 8,5 (em um índice que vai de 0 a 10), nenhum funcionário daquela unidade receberá a verba variável, mesmo que o funcionário da agência tiver conseguido bater todas as metas exigidas pelo banco.

“Com menos funcionários, os riscos de ocorrerem erros são maiores. E isso é ótimo para o banco, porque ele esfola o trabalhador, que continua dando lucro. Mas, em contrapartida, o banco não divide esses lucros com o funcionário, ou seja, foram inventadas umas regras no meio do jogo para dificultar o recebimento da verba variável das pessoas”, explica a diretora do Sindicato Maria Rosani.

Para a dirigente, não é a toa que o resultado da pesquisa de clima organizacional mostrou um nível altíssimo de insatisfação dos trabalhadores, conforme informação recebida. “Até a comissão recebida pela venda de seguros, agora, está condicionada a uma pontuação da AQO superior a 8,5. Não é possível continuarmos assim. Os resultados foram bons, mas poderiam ter sido melhores caso houvesse mais respeito do banco para com os trabalhadores que não são máquinas e menos ainda produtos descartáveis", ressalta Rosani.


Rodolfo Wrolli – 3/5/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=4465

CEF - Hereda: descomissionamento

 é  ferramenta de gestão

Presidente do banco conversa com dirigentes sindicais e se compromete em se reunir com representantes da empresa na mesa de negociação para melhorar interlocução com movimento sindical
São Paulo – O presidente da Caixa Federal, Jorge Hereda, afirmou a dirigentes sindicais que embora a empresa não possa abrir mão do descomissionamento, quer manter boas condições de trabalho e evitar abusos. Ele disse, ainda, que não é orientação da instituição financeira novas agências funcionando sem o número adequado de trabalhadores.

As afirmações foram feitas em reunião na sexta-feira 3, durante o 9º Feirão da Caixa no Expo Imigrantes.

Antes do encontro, os representantes dos trabalhadores entregaram carta ao presidente do banco público, na qual relatam o descumprimento de cláusulas do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Deixamos claro que a falta de regras para o descomissionamento deixa os bancários à mercê do julgamento subjetivo da chefia. Outro problema que está sem solução se refere às condições de trabalho dos tesoureiros”, afirma o integrante da Comissão Executiva dos Empregados Dionísio Siqueira.

Segundo o dirigente sindical, Hereda se comprometeu em se reunir com os administradores do banco responsáveis em negociar com o movimento sindical. Além disso, para tratar das condições de trabalho nas unidades, o presidente da Caixa propôs a criação de uma comissão paritária – com representantes do banco e dos trabalhadores – para discutir propostas para melhorar as condições de trabalho na Caixa. “Nossa expectativa é que os representantes do banco tratem as negociações com mais seriedade e que atendam às reivindicações”, acrescenta Dionísio. (2º da esquerda para a direita na foto ao lado). 


Jair Rosa 3/5/2013 - http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=4461

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Na homenagem do TST aos 70 anos da CLT, CUT ataca terceirização

 
Comitiva da CUT alerta para PL 4330, durante sessão solene no TST

A CUT participou na tarde desta quinta-feira (2) da sessão solene em homenagem aos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, e aproveitou o evento para combater o Projeto de Lei (PL) 4330, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que escancara a terceirização no país.

Foi distribuída a carta aberta das centrais sindicais aos ministros do TST, além de um folder sob o título "País de primeira não combina com trabalho de terceira" a todos os presentes, mostrando os graves prejuízos para os trabalhadores e a sociedade brasileira caso essa proposta seja aprovada no Congresso Nacional.

Clique aqui para ver a carta aberta das centrais sindicais.

O PL 4330 regulamenta a terceirização no Brasil e se encontra para ser votado de forma terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O projeto já recebeu um substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP) e um parecer favorável do deputado Artur Maia (PMDB-BA). "Corremos o risco de ver tanto a CLT como a Constituição Federal serem rasgadas pelo Congresso", alerta o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que integrou a comitiva da CUT.

Proteção dos direitos básicos do trabalhador

O presidente do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, resgatou a aprovação da CLT no dia 1º de maio de 1943 pelo presidente Getúlio Vargas. "Aquele momento foi antecedido de fatos e situações relevantes na história do nosso país, os quais muito contribuem para compreendê-la", disse.

Clique aqui para ler a íntegra do discurso do presidente do TST.

Em um breve histórico, o ministro falou que as contradições e paradoxos que marcavam a imagem do escravo e do trabalho influenciaram a transição do sistema escravocrata para a lógica do mercado livre. Com isso, transmitiu-se "esse ranço do trabalhador como objeto, que a tudo deve se submeter", destacou. Essa ideia, segundo ele, "teve fortes efeitos na história das relações de trabalho no Brasil".

Reis de Paula relatou a prevalência, até o fim do século XIX, de um sistema jurídico liberal, com a mínima intervenção do Estado, e com extrema desigualdade e hierarquização nas relações de trabalho. Somente com o início da industrialização e as atividades empresariais urbanas se criou "um cenário fértil para que germinasse o Direito do Trabalho".

Em sua avaliação, independentemente do momento histórico em que tenha surgido, "o Direito do Trabalho ao longo do tempo serviu para a pacificação dos conflitos sociais e para garantir maior civilidade nas relações entre capital e trabalho".

Para o ministro, como toda legislação, a CLT deve ser atualizada e se adaptar às mudanças trazidas pela evolução da sociedade. "Essa atualização, no entanto, deve ser feita sem afetar o núcleo principiológico do Direito do Trabalho, buscando dar efetividade aos direitos fundamentais garantidos pela Constituição de 1988. Deve-se sempre reafirmar a proteção dos direitos básicos do trabalhador e a busca da efetiva representatividade pelas entidades sindicais", frisou.

"É inarredável reconhecer-se a necessidade da presença do Estado no combate ao trabalho infantil, trabalho escravo e toda espécie de exploração agressora da dignidade da pessoa humana. Em relação aos direitos sociais, a tutela estatal é imprescindível para construção de uma sociedade mais justa e fraterna", enfatizou o presidente do TST.

Aula magna

A especialista em Direito do Trabalho e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Brasília (UnB), Gabriela Neves Delgado, proferiu uma aula magana focando "a CLT rumo a um Direito do Trabalho constitucionalizado". Ela apontou os ajustes ao longo dos anos, dizendo que falta incorporar os direitos consagrados pela Constituição de 1988.

Segundo ele, "o Direito do Trabalho, pela Constituição Federal, é considerado direito humano fundamental para a constituição da dignidade do próprio ser humano". Isso representa outro patamar, que proíbe qualquer risco à mercantilização do trabalho.

Ela citou o Enunciado 331 do TST que trata da terceirização. "Na ausência de legislação, foi a tentativa de impor limites civilizatórios no processo de terceirização no Brasil", apontou a especialista.

Avaliação

Para o dirigente da Contraf-CUT, a participação da CUT foi importante para chamar a atenção do TST e das autoridades presentes sobre o perigo que representa o PL 4330 para o trabalhador e a sociedade.

"É uma tremenda contradição, pois, enquanto o Judiciário celebra os 70 anos da CLT, o Legislativo discute um projeto que implode os direitos trabalhistas", avaliou Miguel.

Participação

Além de Miguel, integraram a comitiva da CUT o secretário nacional de Organização, Jacy Afonso, e a secretária nacional de Relações de Trabalho, Graça Costa, dentre outros.

Estiveram presentes à solenidade o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ministros de tribunais superiores, representantes de ministros de estado e parlamentares, entre outras autoridades.

Na solenidade, o presidente do TST lançou o selo que celebra o septuagésimo aniversário da CLT, com o carimbo alusivo à data. Ele será usado por toda a Justiça do Trabalho durante o ano de 2013, em que será comemorado o aniversário da CLT com atos públicos, solenidades, publicações, seminários e exposições.


Fonte: Contraf-CUT com TST - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=34208
CARGA TRIBUTÁRIA E VOCÊ TRABALHADOR
 
1) Os dez países mais e os dez menos!
 
Os 10 países onde MENOS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011.

1. Maldivas: 0 horas
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas

Os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011:

1. Brasil: 2.600 horas ( é mais que o dobro do 2º colocado! )
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas


Fonte: Banco Mundial (Doing Business 2011)

"O Brasil tem a maior carga tributária do mundo para pagar a maior
corrupção do mundo"
VAMOS REPASSAR..........Percentual de Tributos sobre o " Preço Final "!
PRODUTO % Tributos/preço final


Passagens aéreas
8,65%
Transporte Aéreo de Cargas
8,65%
Transporte Rod. Interestadual Passageiros
16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas
21,65%
Transp. Urbano Passag. - Metropolitano
22,98%
Vassoura
26,25%
CONTA DE ÁGUA
29,83%
Mesa de Madeira
30,57%
Cadeira de Madeira
30,57%
Armário de Madeira
30,57%
Cama de Madeira
30,57%
Sofá de Madeira/plástico
34,50%
Bicicleta
34,50%
Tapete
34,50%
MEDICAMENTOS
36%
Motocicleta de até 125 cc
44,40%
CONTA DE LUZ
45,81%
CONTA DE TELEFONE
47,87%
Motocicleta acima de 125 cc
49,78%
Gasolina
57,03%
Cigarro
81,68%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS

Carne bovina
18,63%
Frango
17,91%
Peixe
18,02%
Sal
29,48%
Trigo
34,47%
Arroz
18,00%
Óleo de soja
37,18%
Farinha
34,47%
Feijão
18,00%
Açúcar
40,40 %
Leite
33,63%
Café
36,52%
Macarrão
35,20%
Margarina
37,18%
Margarina
37,18%
Molho de tomate
36,66%
Ervilha
35,86%
Milho Verde
37,37%
Biscoito
38,50 %
Chocolate
32,00%
Achocolatado
37,84%
Ovos
21,79%
Frutas
22,98%
Álcool
43,28%
Detergente
40,50%
Saponáceo
40,50%
Sabão em barra
40,50%
Sabão em pó
42,27%
Desinfetante
37,84%
Água sanitária
37,84%
Esponja de aço
44,35%
PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE

Sabonete
42%
Xampu
52,35%
Condicionador
47,01%
Desodorante
47,25%
Aparelho de barbear
41,98%
Papel Higiênico
40,50%
Pasta de Dente
42,00%
MATERIAL ESCOLAR

Caneta
48,69%
Lápis
36,19%
Borracha
44,39%
Estojo
41,53%
Pastas plásticas
41,17%
Agenda
44,39%
Papel sulfite
38,97%
Livros
13,18%
Papel
38,97%
Agenda
44,39%
Mochilas
40,82%
Régua
45,85%
Pincel
36,90%
Tinta plástica
37,42%
BEBIDAS

Refresco em pó
38,32%
Suco
37,84%
Água
45,11%
Cerveja
56,00%
Cachaça
83,07%
Refrigerante
47,00%
CD
47,25%
DVD
51,59%
Brinquedos
41,98%
LOUÇAS

Pratos
44,76%
Copos
45,60%
Garrafa térmica
43,16%
Talheres
42,70%
Panelas
44,47%
PRODUTOS DE CAMA, MESA E BANHO

Toalhas - (mesa e banho)
36,33%
Lençol
37,51%
Travesseiro
36,00%
Cobertor
37,42%
Automóvel
43,63%
ELETRODOMÉSTICOS

Sapatos
37,37%
Roupas
37,84%
Aparelho de som
38,00%
Computador
38,00%
Fogão
39,50%
Telefone Celular
41,00%
Ventilador
43,16%
Liquidificador
43,64%
Batedeira
43,64%
Ferro de Passar
44,35%
Refrigerador
47,06%

Microondas
56,99%
MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Fertilizantes
27,07%
Tijolo
34,23%
Telha
34,47%
Móveis (estantes, cama, armários)
37,56%
Vaso sanitário
44,11%
Tinta
45,77%
Casa popular
49,02%
Mensalidade Escolar
37,68% (ISS DE 5%)

ALÉM DESTES IMPOSTOS, VC PAGA DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA,PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE, O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS, IPVA, IPTU, INSS, FGTS ETC.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Grande ato reúne centenas de pessoas na Torre do Santander
 

Banespianos reivindicam abertura de negociações sobre planos do Banesprev

Banespianos vindos de diversas partes do país mostraram que estão unidos em torno da defesa de seus direitos mesmo depois de quase 13 anos da privatização do Banespa. Sob o sol escaldante do meio-dia da última terça-feira, 30 de abril, mais de 300 pessoas se reuniram em frente à Torre do Santander, na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, para reivindicar abertura de negociações sobre os planos de benefícios do Banesprev que apresentam problemas, em especial os planos II, V e Pré-75 (Fundão).

A abertura da manifestação - deliberada por unanimidade durante assembleia de prestação de contas do Banesprev, ocorrida no primeiro final de semana de abril - foi feita pelo presidente da Afubesp, Camilo Fernandes. Ele informou o ingresso da ação coletiva do Plano II que pleiteia o aporte do serviço passado, mas reafirmou que as entidades estão abertas a negociar.

"Estarmos aqui unidos demonstra nossa força para pressionar o novo presidente do Santander a negociar as demandas dos planos do Banesprev que estão com pendências para resolvê-las junto conosco", explicou.

A recente alteração na condução do banco, que foi assumida por Jesús Zabalza, foi comentada pela diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. "Na nossa avaliação, um dos motivos foram os resultados inferiores esperados pelos acionistas apresentados no último ano. Porém, apesar de terem sido inferiores, somente no primeiro trimestre o banco teve um lucro de R$ 1,5 bilhão, que seria muito maior se ele não provisionasse tanto para pagamento de crédito de negócios. E esse lucro é produzido por nós, trabalhadores."

Ela falou também sobre os inúmeros problemas sofridos pelos bancários e aproveitou para dar um recado ao novo presidente: “Seja bem-vindo, Jesús, e olhe os problemas dos trabalhadores da ativa e dos aposentados, porque todos contribuíram uma vida inteira para construir a grandeza desse banco”, disse a dirigente que completou: “Queremos que a direção sente e negocie com seriedade porque aposentadoria diz respeito à sobrevivência. Temos capacidade de, em uma mesa de negociação, encontrar alternativas para resolver o déficit do Plano II, falta apenas vontade política".
Serviço futuro do Plano II

Durante o ato, o diretor da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Paulo Salvador, comentou uma questão nova, apelidada pelos dirigentes sindicais de serviço futuro. "Segundo o IBGE, a longevidade aumentou, em média, sete anos. Com isso, os atuários têm falado que vamos chegar a viver mais de 100 anos, as mulheres um pouco mais, o que significa mais tempo de permanência usufruindo das complementações de aposentadoria. Ou seja, mais custo para o plano. Por isso é preciso fazer conta, ficar atento a essa questão no Plano II".

Na oportunidade, o secretário-geral da Afubesp, Walter Oliveira, que é coordenador do Comitê Gestor do Plano II, relembrou aos presentes a denúncia apresentada à Previc sobre o serviço passado do Plano II e o processo de negociação com o Santander sobre o assunto: “Tentamos negociar, mas eles não conduziram as conversas com seriedade. Por isso é importante continuarmos unidos para vencer essa batalha. Não há como resolver individualmente a questão do Plano II, é um plano mutualista, teremos que resolver como um todo”.

Representando o Plano V e a Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa, Oliver Simioni, falou sobre a importância da luta pelos direitos e preservação de sua dignidade. “Nós carregamos o banco por 60 anos e continuamos na luta pelos nossos direitos, somos solidários ao pessoal do Plano II, que ficou no banco essa pressão do Santander para se aposentar”, disse.

Assembleia de acionistas


Durante a manifestação, o diretor da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, contou a participação das entidades na assembleia de acionistas do Santander, ocorrida no dia 29 de abril. “Registramos por escrito o voto contrário as demonstrações financeiras do ano passado. Como podemos aprovar um lucro, onde o banco destinou R$ 268 milhões para pagar 46 diretores executivos?”, questionou o dirigente. “Falta dinheiro para o plano de carreira dos funcionários, falta dinheiro para o Plano II, para o Plano V, para as demais pendências que temos. Mas sobra dinheiro para pagar meia dúzia de diretores executivos e membros do Conselho Fiscal. Votamos contra, por escrito, porque não aceitamos essa injustiça com os aposentados e com os trabalhadores, que carregam o banco nas costas.”

SantanderPrevi


Embora não esteja dentro do Banesprev, o ato também lembrou a falta de transparência no processo eleitoral no SantanderPrevi, fundo de pensão de boa parte dos funcionários que trabalham na Torre do Santander. “Atualmente, os membros dos colegiados eleitos pelos participantes são indicados pela patrocinadora para que sejam candidatos”, explicou Camilo Fernandes, que faz parte do Grupo de Trabalho que discute o tema. “Estamos lutando no Grupo de Trabalho, que também está suspenso, para resolver esse problema dos funcionários oriundos do banco Real”.

Participação e união


A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo Vera Marchioni conclamou aos participantes da manifestação que se mantenham unidos e mobilizados por seus direitos. Ela também atentou para um ataque contra os trabalhadores em forma de Projeto de Lei nº. 4330/04, de autoria do deputado Sandro Mabel, que permite a terceirização de atividades-fins.

Já o diretor da Afubesp e suplente eleito do Conselho Deliberativo do Banesprev, José Reinaldo Martins, lembrou que o ato não pertencia a nenhuma entidade, mas sim aos participantes e assistidos do Banesprev, porque é resultado de deliberação de assembleia. “Esse banco só é movido à pressão e para fazer pressão precisamos de unidade, ou seja, todos juntos. Mesmo que tenhamos algumas divergências. É a partir da unidade que podemos crescer e fazer o movimento. Não podemos esmorecer porque a luta está apenas começando”, disse.

No mesmo sentido, o banespiano Guilherme Setembre, do Plano V, comentou a ausência de outras entidades representativas de banespianos na atividade e, posteriormente, falou sobre o descaso do Santander com os aposentados do Plano V na via negocial.

Além das entidades já citadas participaram Fetec-SP, Fetrafi RJ/ES, Fetrafi RS, Feeb SP/MS, sindicato dos bancários de Barretos, ABC, Araraquara, Baixada Santista, e colegas vindos de Campo Grande (MS), São José dos Campos, Jacareí, Penápolis, Litoral Norte de São Paulo, Guarulhos, Osasco, Uberlândia, Juiz de Fora e Belo Horizonte (MG).

Encontro em agosto


A principal deliberação da manifestação foi o agendamento de um Encontro de Participantes do Banesprev a ser realizado em agosto, com objetivo de conversar sobre a situação dos planos, trocar ideias.

Até lá, a Afubesp orienta os banespianos a se organizarem, procurarem seus sindicatos e entidades de representação em suas cidades para realizarem atos no interior e em outros estados. Os diretores da Afubesp estão a disposição para participar de atividades e encontros regionais e esclarecer dúvidas dos colegas.

Vejas as fotos do ato no link http://www.flickr.com/photos/afubesp/sets/72157633387375471/

Texto: Érika Soares
Fotos: Camila de Oliveira
 
Fonte: Afubesp


Bancários do BB aderem à greve de 24h contra plano de funções em todo país


Os funcionários do Banco do Brasil das principais cidades e capitais dos estados paralisaram suas atividades nesta terça-feira (30) para protestar contra o novo plano de funções e cobrar a abertura de negociações com o banco.

O plano foi implementado de maneira unilateral pelo banco e a direção do BB desmarcou reunião em que as entidades sindicais iriam apresentar reivindicações para mudanças. A greve de 24 horas no BB foi chamada pelos sindicatos representados pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT.

Levantamento preliminar da Contraf-CUT aponta que o movimento foi intenso em todo país e os bancários fizeram paralisações, protestos e manifestações em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Fortaleza, Campo Grande, Teresina, Maceió, Vitória, João Pessoa, Porto Velho, Dourados, Macapá, Santos, ABC Paulista, Campinas, Criciúma e Itamarajú (BA), dentre outras.

"Os funcionários do BB de todo o país deram forte demonstração à direção do banco de que não aceitarão práticas arbitrárias e autoritárias. Estamos atentos e mobilizados", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

"O banco não quer ouvir a discordância dos sindicatos com a diminuição do valor das funções gratificadas. Não quer ouvir a reivindicação da Contraf-CUT de não reduzir o valor do Adicional de Função de Confiança. Não quer atender a reivindicação dos funcionários de não mexer nos direitos conquistados com greve, como o adicional por mérito, o aumento real de 36% no piso e o reajuste de mais de 16% acima da inflação sobre todas as verbas salariais, inclusive as gratificações de função, o que fez com que mais de 30 mil comissionados passassem a ganhar mais que o VR na última década de campanhas unificadas", aponta William.

"Se a direção do banco só ouve as reclamações dos funcionários quando tem greve, é isso que eles vão ter. E os bancários de todo o Brasil demonstraram sua força de mobilização", salienta diretor da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT