Após demissões em massa, Santander retoma rotatividade e corta empregos

Confira os números dos sindicatos:
- janeiro/2013: 465
- fevereiro/2013: 142
- março/2013: 150
- abril/2013: 121
- total: 878
"Embora nem todos os sindicatos enviaram os dados de suas homologações, sendo que várias entidades remeteram os números de abril antes do final do mês, esse indicador já é por si só muito preocupante, na medida em que supera o total de 765 demissões sem justa nos primeiros quatro meses de 2012, conforme os dados do Caged", alerta o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Veja os dados do Caged:
- janeiro/2012: 198
- fevereiro/2012: 170
- março/2012: 218
- abril/2012: 179
- total: 765
Clique aqui para ver a análise do Dieese a partir do Caged de 2012.
Os sindicatos devem continuar enviando no início de cada mês os dados das homologações para a Contraf-CUT. Além disso, a confederação seguirá reivindicando o acesso mensal aos dados do Caged, conforme reivindicação feita na última reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, realizada no dia 27 de março.
Corte de empregos e rotatividade
As demissões informadas pelos sindicatos confirmam a redução dos postos de trabalho em 2013, conforme apontou o balanço do primeiro trimestre do Santander. "Apesar do lucro líquido gerencial de R$ 1,519 bilhão, o banco eliminou 508 empregos nos primeiros três meses do ano, andando na contramão da geração de empregos da economia brasileira", critica Ademir.
"Isso mostra que o Santander retomou a famigerada política da rotatividade, dispensando funcionários que ganham mais e contratando outros que recebem menos, como forma de reduzir custos para aumentar ainda mais os lucros. Além disso, fecha postos de trabalho, o que não tem justificativa diante dos resultados do banco no Brasil, que representam 26% do lucro mundial do Santander", ressalta o diretor da Contraf-CUT.
Na Espanha, apesar da grave crise financeira, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. Na terça-feira (7), durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, o secretário de relações internacionais da Comfia-Comisiones Obreras, Francisco Garcia Utrilla (Pepe), disse que lá quase não há demissões no Santander e que um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.
Descaso com emprego
"Esse novo descaso do Santander com o emprego no Brasil, a exemplo de outros bancos privados, está motivando protestos e manifestações dos bancários em todo país, que vão crescer se o banco insistir em mandar trabalhadores para o olho da rua", avisa o dirigente sindical. O problema também está sendo debatido nos encontros regionais preparatórios ao Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, a ser realizado nos dia 4 e 5 de junho, em São Paulo.
"Ou o Santander respeita o Brasil e os brasileiros, começando com os funcionários e aposentados do banco, ou haverá um processo de intensas mobilizações porque os sindicatos estão indignados com as demissões, os ganhos milionários dos diretores e as precárias condições de trabalho na rede de agências, onde faltam contratações e vários funcionários tomam medicamentos tarja preta e adoecem estressados com o assédio moral e a pressão das metas abusivas", frisa Ademir.
"O movimento sindical não vai se intimidar diante das injustiças e das práticas antissindicais do banco no Brasil e vai seguir tomando as medidas cabíveis para que acabem as enrolações nas mesas de negociações e grupos de trabalho e os trabalhadores sejam tratados com respeito, dignidade e valorização", conclui.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese - http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=34290
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