quinta-feira, 12 de maio de 2011

ITAU / UNIBANCO - Demissão e Adoecimento

Demissão e adoecimento no Itaú Unibanco
Banco que acumula um dos maiores lucros do setor está transtornando a rotina dos empregados. Em negociação, Sindicato mudança de postura



São Paulo - A situação vivida pelos milhares de funcionários do Itaú Unibanco é absurda. Desde a fusão entre as duas instituições, a vida dos bancários piorou, como infelizmente acontece neste momento em que os bancos ganham tanto, mas tratam seus “colaboradores” como equipamentos descartáveis.

Trabalhadores com muito tempo de casa estão sendo desprezados. Outros saem por ter propostas melhores ou por não aguentar o clima de pressão instalado na empresa.

“O que está acontecendo dentro do Itaú é um retrato do mais absoluto desrespeito do banco por seus funcionários”, afirma o diretor executivo do Sindicato Daniel Reis. “Os trabalhadores não estão suportando mais essa situação de medo e apreensão constantes e de pressão absurda para o cumprimento de metas completamente descabidas”, relata o dirigente, lembrando que o Sindicato levará essas informações novamente ao banco em rodada de negociação na quinta-feira 12. “E mais do que isso: ao mesmo tempo, estaremos com os bancários, em protesto, em duas das principais concentrações da empresa, atingidas por essa onda de desrespeito do Itaú Unibanco: o CAU e o CTO.”

Daniel diz que o movimento sindical espera um retorno positivo da direção do banco na reunião, com uma mudança de postura. “Essa situação instalada no Itaú tem de mudar.”

Hipertensão – Os relatos que chegam dos bancários aos dirigentes sindicais são muito ruins. “Os analistas de sistemas do CAU e do CTO estão cada vez mais apreensivos e sobrecarregados. A pressão do banco aumentou e ainda tem a política de demitir os funcionários mais antigos e com salários mais altos. Colegas nos informaram que o banco contratou uma consultoria para avaliar o impacto da sobreposição de cargos em várias áreas e que a lei que impera agora é a orçamentária. Não importa o seu tempo de dedicação, importa o quanto você custa para o banco”, conta a diretora do Sindicato Adriana Magalhães.

As altas metas impostas e as constantes avaliações somam-se a jornadas de trabalho que chegam a ter intervalo menor do que 11 horas de um dia para o outro e até 20 dias de trabalho sem descanso para conseguir entregar os projetos cobrados pelo banco. “A ironia é que diante do desgaste evidente dos funcionários, o banco contratou uma empresa para medir a pressão arterial dos trabalhadores. Mas a pressão que precisa ser medida e alterada urgentemente é a do Itaú Unibanco sobre seus empregados”, diz Adriana, lembrando que o Sindicato tem informações da morte de pelo menos três analistas de sistema, por infarto. Após mais uma dessas tragédias, a diretora do Sindicato recebeu de um bancário um torpedo com a seguinte mensagem: “pressão e assédio constantes no bancário, agora ele está no cemitério. Até quando?”.

Itaú Unibanco, responda: até quando?


Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo
Andréa Ponte Souza - 11/05/2011

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