quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sindicato convoca por PDL de correspondentes

Sindicato convoca por PDL de correspondentes
Deputado federal Ricardo Berzoini apresentou Projeto de Decreto Legislativo para suspender medidas do BC que precarizam trabalho e prejudicam clientes
São Paulo - O Sindicato convoca os bancários a manifestarem apoio ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) apresentado pelo deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) para suspender as resoluções recentes do Banco Central que ampliam as funções dos correspondentes bancários.

O PDL tramita em caráter ordinário na Câmara dos Deputados, ou seja, cada comissão tem o prazo de até 40 sessões ordinárias para apresentar seu parecer. A opinião publica pode contribuir para agilizar o andamento e a aprovação do projeto. Segundo a assessoria do deputado, os cidadãos podem manifestar seu apoio mandando mensagens para o dep.ricardoberzoini@camara.gov.br com cópia para site@spbancarios.com.br.

Entenda - O PDL 214/2011 “susta a aplicação dos artigos 1º a 21º, dos incisos I e II do artigo 22, e do inciso II do artigo 23 da Resolução 3.954, de 24 de fevereiro de 2011, do Conselho Monetário Nacional (CMN)”. Ou seja, se aprovado pelo Congresso, o PDL anulará medidas que transformaram o correspondente em “verdadeira filial do banco”, como afirma o texto do projeto. Em entrevista à Folha Bancária, o deputado explicou as razões do projeto.

“O BC deu todas as facilidades para que os bancos contratem empresas para realizar seus serviços. Isso só é vantajoso para os bancos, mas prejudica clientes e trabalhadores”, diz Berzoini, que é funcionário licenciado do Banco do Brasil e ex-presidente do Sindicato.

Ele ressalta que os bancos usam os correspondentes para economizar em mão-de-obra. Isso porque, apesar de realizarem os mesmos serviços, esses trabalhadores não são reconhecidos como bancários e, por isto, não usufruem dos direitos da categoria, conquistados em convenção coletiva. A resolução do BC “invade a competência exclusiva da União para legislar sobre Direito do Trabalho”, diz o texto do PDL. Cabe lembrar que terceirizar atividades-fim fere a legislação trabalhista.

Berzoini esclarece que não se trata de impedir a abertura de correspondentes, e sim de combater a deturpação de sua função. “Abrir um correspondente para prestar alguns serviços em um bairro que não comporte uma agência ou em uma cidade pequena e distante dos grandes centros é razoável. O que não se pode aceitar é que o banco use o correspondente para diminuir seus custos ou para empurrar para outros o atendimento à população de baixa renda.”

Ele cita também os riscos da execução de serviços bancários por empresas sem o preparo de uma instituição financeira. “Uma operação bancária lida com dados sigilosos de clientes”, lembra.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, considera extremamente importante a iniciativa de Berzoini. “O correspondente bancário está sendo usado para precarizar direitos dos trabalhadores e ainda traz prejuízos à segurança da população”, afirma.
“Longe do objetivo inicial de bancarização em lugares distantes, o correspondente está cada vez mais perto de agências e vem sendo utilizado, inclusive em bancos públicos, como forma de economizar às custas dos direitos dos trabalhadores e dos clientes, e assim ampliar os lucros da instituição. Na verdade, só serve aos bancos que não querem as pessoas em suas agências. Trata-se de uma terceirização irresponsável e desenfreada que vamos continuar a combater”, destaca a presidenta do Sindicato. “Os bancos têm é de abrir mais agências e contratar mais bancários.”

Tramitação –
O Projeto de Decreto Legislativo é um instrumento que pode ser usado pelo Congresso para anular ato de um órgão do Executivo, por isso não há possibilidade de veto do presidente da República. O PDL 214 já foi enviado pela mesa diretora para a Comissão de Finanças e Tributação (CFT), mas ainda não foi designado um relator. Depois de analisado e votado pela CFT, o PDL será encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Após passar pelas duas comissões, o projeto vai à votação no plenário da Casa.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo

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