FEEB-SP/MS participa de reunião do coletivo
de saúde sobre MPs que alteram benefícios previdenciários e trabalhistas
A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato
Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) participou nesta quarta-feira (14) da reunião do
Coletivo de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora convocada pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro para discutir os impactos das
Medidas Provisórias 664 e 665, editadas pelo governo federal e publicadas no
Diário Oficial da União (DOU) no dia 30 de dezembro de 2014
Sindicatos da base da FEEB-SP/MS e da
Confederação destacaram a necessidade de mobilização da classe trabalhadora e
de uma resposta rápida, já que as MPs ainda precisam ser ratificadas pelo
Congresso Nacional no prazo máximo de 120 dias da sua publicação no DOU, a fim
de reverter o revés sofrido pelos trabalhadores, resultado de uma decisão
unilateral da Presidente da República que altera a forma de acesso aos
benefícios previdenciários e trabalhistas, dificultando-os.
Veja abaixo, a íntegra da nota emitida em
conjunto pelas centrais sindicais e publicadas nesta quarta-feira:
Nota unificada das Centrais Sindicais: Em
defesa dos direitos e do emprego
14/01/2015
Reunidas na sede nacional da CUT em São
Paulo, as centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova
Central e CSB – vêm à público manifestar sua posição contrária às duas Medidas
Provisórias do Governo Federal (MP 664 e MP 665) editadas na virada do ano, sem
qualquer consulta ou discussão prévia com a representação sindical dos
trabalhadores e trabalhadoras que, em nome de “corrigir distorções e fraudes”,
atacam e reduzem direitos referentes ao seguro-desemprego, abono salarial
(PIS-Pasep), seguro-defeso, auxílio-reclusão, pensões, auxílio-doença e, ainda,
estabelece a terceirização da perícia médica para o âmbito das empresas
privadas.
As medidas incluídas nas duas MPs mencionadas
prejudicam os trabalhadores ao dificultar o acesso ao seguro-desemprego com a
exigência de 18 meses de trabalho nos 24 meses anteriores à dispensa, num país
em que a rotatividade da mão de obra é intensa, bloqueando em particular o
acesso de trabalhadores jovens a este benefício social. As novas exigências
para a pensão por morte penalizam igualmente os trabalhadores: enquanto não se
mexe nas pensões de alguns “privilegiados”, restringem o valor do benefício em
até 50% para trabalhadores de baixa renda.
As Centrais Sindicais condenam não só o
método utilizado pelo Governo Federal, que antes havia se comprometido a
dialogar previamente eventuais medidas que afetassem a classe trabalhadora, de
anunciar de forma unilateral as MPs 664 e 665, bem como o conteúdo dessas
medidas, que vão na contramão do compromisso com a manutenção dos direitos
trabalhistas.
De forma unânime as Centrais Sindicais
reivindicam a revogação/retirada dessas MPs, de modo a que se abra uma
verdadeira discussão sobre a correção de distorções e eventuais fraudes,
discussão para a qual as Centrais sempre estiveram abertas, reafirmando sua
defesa intransigente dos direitos trabalhistas, os quais não aceitamos que
sejam reduzidos ou tenham seu acesso dificultado.
As medidas, além de atingirem os
trabalhadores e trabalhadoras, vão na direção contrária da estruturação do
sistema de seguridade social, com redução de direitos e sem combate efetivo às
irregularidades que teriam sido a motivação do governo para adotá-las. Desta
maneira, as Centrais Sindicais entendem que as alterações propostas pelas MPs
terão efeito negativo na política de redução das desigualdades sociais,
bandeira histórica da classe trabalhadora.
As Centrais Sindicais farão uma reunião com o
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República no dia 19 de janeiro,
em São Paulo, na qual solicitarão formalmente a retirada das referidas medidas
pelo Poder Executivo e apresentarão suas propostas.
As Centrais Sindicais também expressam sua
total solidariedade à luta contra as demissões de trabalhadores e trabalhadoras
da Volkswagen e Mercedes Benz ocorridas também na virada do ano e consideram
que a sua reversão é uma questão de honra para o conjunto do movimento sindical
brasileiro. As Centrais Sindicais consideram inaceitável que as montadoras,
empresas multinacionais que receberam enormes benefícios fiscais do governo e
remeteram bilhões de lucros às suas matrizes no exterior, ao primeiro sinal de
dificuldade, demitam em massa.
As Centrais Sindicais também exigem uma solução
imediata para a situação dos trabalhadores e trabalhadoras das empreiteiras
contratadas pela Petrobrás; defendem o combate à corrupção e que os desvios dos
recursos da empresa sejam apurados e os criminosos julgados e punidos
exemplarmente. No entanto, não podemos aceitar que o fato seja usado para
enfraquecer a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro, contestar sua
exploração do petróleo baseada no regime de partilha, nem sua política
industrial fundamentada no conteúdo nacional, e, muito menos, para inviabilizar
a exploração do Pré-Sal. As Centrais também não aceitam que os trabalhadores da
cadeia produtiva da empresa sejam prejudicados em seus direitos ou percam seus
empregos em função desse processo.
Por fim, as Centrais Sindicais convocam toda sua
militância para mobilizarem suas bases e irem para ruas de todo país no próximo
dia 28 de Janeiro para o Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos.
Conclamam, da mesma forma, todas as suas entidades orgânicas e filiadas, de
todas as categorias e ramos que compõem as seis centrais, a participarem
ativamente da 9ª Marcha da Classe Trabalhadora, prevista para 26 de Fevereiro,
em São Paulo, para darmos visibilidades às nossas principais reivindicações e
propostas.
Assessoria de Comunicação
Federação dos Bancários de SP e MS
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