Bancários e Fenaban fazem primeira rodada
de negociação na quinta 28
Comando Nacional quer garantia de todos os direitos até
a assinatura de um novo acordo e reivindicam aumento real, PLR maior, mais
empregos, respeito à CCT
- Contraf-CUT, com edição da
Redação Spbancarios
- Publicado em 26/06/2018 17:01 /
Atualizado em 26/06/2018 17:04
Arte: Contraf-CUT
A primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional
dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) será realizada na quinta-feira
28. A categoria tem data-base em 1º de setembro e cobra das instituições
financeiras aumento real, PLR maior, mais empregos e respeito a todos os
direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT.
“Nossa preocupação tem fundamento”, afirma Juvandia
Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando. “Em 2016 assinamos
um acordo com validade de dois anos, ou seja, até 31 de agosto de 2018. Mas tão
logo a ‘reforma’ trabalhista de Temer foi aprovada, alterando a legislação e
retirando direitos, teve banco já abusando. Há situações em que bancários estão
sendo dispensados sem a devida homologação feita nos sindicatos, sem saber se
estão recebendo tudo que lhes é devido de acordo com nossa CCT, que tem
validade nacional para empregados de bancos públicos e privados”, relata a
dirigente.
“Assim, vamos para essa primeira mesa reforçar nossa
pauta de reivindicações, aprovada por bancários de todo o Brasil, e também
cobrar a ultratividade dos nossos direitos, ou seja, que a CCT continue valendo
até a assinatura de um novo acordo”, diz a presidenta da Contraf-CUT. “Mais que
isso, queremos assinar nossa CCT este ano, com todos os nossos direitos
conquistados em anos de muita luta.”
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e
também coordenadora do Comando, Ivone Silva, reforça: “Não vamos recuar com as
conquistas da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, com validade nacional, que
este ano completa 27 anos. O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no
Brasil [Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e
Santander], nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 20,3
bilhões, com crescimento de 18,7%. Vamos reivindicar maior responsabilidade
social do setor, para contribuir com a geração de empregos do país e eles podem
fazer isso contratando mais e oferecendo taxas de juros mais baixas para a
população e o setor produtivo.”
Bancos podem e devem
Apesar da crise que assola o Brasil, agravada pelo golpe
de 2016, os bancos brasileiros seguem ganhando muito, como sempre. A soma do
lucro dos cinco maiores (Bradesco, Itaú, Santander, BB e Caixa), em 2017,
alcançou a cifra de R$ 77,4 bilhões, crescimento da ordem de 33,5% em 12 meses.
“Não achamos ruim que os bancos lucrem. O ruim é
ganharem tanto e sem retorno para a população, com esses juros escorchantes que
tiram recursos da sociedade e com demissão de trabalhadores e fechamento de
agências. Assim só eles ganham”, ressalta Juvandia Moreira.
“E, mesmo com tanto ganho, o que esses bancos fazem?
Demitem”, critica Juvandia. “Somente em 2017, o setor que está entre os que mais
ganham no Brasil, extinguiu 17.905 postos de trabalho. E entre janeiro e maio
de 2018, já foram mais 2.675 postos fechados. São trabalhadores jogados na
calçada da crise por instituições que estão com ótima saúde financeira. Isso é
injustificável, é desumano. E é com esse espírito de cobrar dos bancos respeito
aos bancários e seus direitos, mas também aos clientes e a toda população
brasileira, que vamos para essa primeira rodada de negociação com a certeza de
que as instituições financeiras brasileiras podem e devem atender às
reivindicações de seus empregados.”
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