quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CAMPANHA SALARIAL


Bancos mantêm tradição e começam com série de “nãos”
Emprego foi o tema principal da primeira rodada de negociação da Campanha Nacional, mas não é considerado importante pelos representantes dos banqueiros


São Paulo - Apesar de o emprego ser considerado pelos bancários como um dos pontos mais importantes da Campanha Nacional 2011, os representantes da federação dos bancos, em uma postura no mínimo de quem não conhece a realidade dos trabalhadores, afirmaram que a garantia dos postos de trabalho e o fim da rotatividade não são temas prioritários para a categoria.

Os debates em torno das reivindicações relativas ao emprego bancário foram realizados na primeira rodada de negociações, que começou na terça 30 e continuou na quarta 31.

Mais contratações de bancários e fim das demissões injustificadas nos moldes previstos na Convenção 158 da OIT foram as medidas defendidas pelo Comando Nacional dos Bancários no primeiro dia da reunião. No segundo, foram debatidos igualdade de oportunidades, melhoria no atendimento e terceirizações.

> Emprego abre negociações da Campanha Nacional 2011

O tema que abriu a rodada de negociação na quarta-feira 31 foi o da terceirização. Ficou acertado que a mesa temática que debate o problema será mantida. Para continuidade da discussão, os bancários cobraram que bancos tragam mais informações sobre a área. "Para eles, tudo pode ser terceirizado, para nós é o oposto: a terceirização tem de acabar", destaca Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e integrante do Comando.

Igualdade de oportunidades - Os bancários criticaram o desrespeito da Fenaban, ao longo do último ano, ao calendário da mesa temática de igualdade de oportunidades. Muitas reuniões foram desmarcadas pelos bancos, protelando a discussão de uma questão de extrema importância para os bancários.

Os representantes dos trabalhadores cobraram a realização de um novo mapa da diversidade. O último foi realizado em 2008. "Esse censo é importante porque identifica problemas que já foram apontados em pesquisas anteriores, como o Rosto dos Bancários feito por nós", explica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, integrante do Comando Nacional dos Bancários que negocia com a Fenaban.

"Sabemos que as mulheres têm barreiras para ascensão profissional, e os negros de acesso ao emprego. No caso das mulheres negras é pior ainda. Precisamos atualizar o censo pra ver se há avanços ou se as ações desenhadas até agora precisam ser complementadas."

Juvandia relata que a Fenaban considera cedo para outro censo. "Em 2012 já serão 4 anos desde que o último foi apurado. Eles querem esperar cinco anos para começar todo o processo de apuração e não concordamos. Para nós deve ser completado no máximo até o ano que vem, mas isso ficou em aberto."

O movimento sindical questionou que alguns pontos que fazem parte do programa de promoção da diversidade deveriam ir para CCT, para agilizar a solução das desigualdades. "Tem muita desigualdade dentro dos bancos e só serão resolvidas se forem convencionadas ações afirmativas que ampliem as oportunidades para todos", completa Juvandia.

Atendimento – Preocupados com a melhoria de atendimento ao cliente, os bancários cobraram mais contratações, ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h, com respeito à jornada de trabalho de seis horas. "Um serviço de qualidade passa pela redução da sobrecarga de trabalho. Banco é uma concessão pública, e tem obrigação de atender bem toda a sociedade", disse Juvandia ao ressaltar que o comando reivindicou que haja, no mínino, cinco funcionários nos caixas por agência, pois há locais funcionando com apenas um bancário na função.

"Os caixas estão sob pressão, não conseguem sequer ir ao banheiro, tomar lanche e gerentes operacionais estão tendo de abrir caixas. Os bancos fazem isso de propósito para jogar os clientes para o autoatendimento e correspondentes." enfatizou.

Abono assiduidade – O Comando reivindicou o pagamento dos cinco dias de abono assiduidade, como acontece nos bancos públicos. Da maneira como funciona hoje nos privados, o trabalhador recebe por 360 dias e trabalha 365 dias. Os representantes da Fenaban disseram que não há possibilidade de discutir isso. “Como é que vamos dar mais cinco dias de graça pra vocês, sem qualquer razão? Vocês querem trocar por outra coisa? Os bancários já têm sábados, domingos e feriados”, propôs o negociador dos bancos.

Leia mais> As principais reivindicações da Campanha Nacional 2011
> Página especial reúne informações da Campanha Nacional Unificada
> Marcada negociação específica com a direção do Banco do Brasil

Andréa Ponte Souza - 31/08/2011
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo

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