sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Clientes 

Veja como as reivindicações da Campanha ajudam a população.

O setor bancário brasileiro é um dos mais lucrativos e rentáveis do país. Em 2011, a soma do lucro líquido dos seis maiores bancos – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Federal, Santander, HSBC – chegou a R$ 52 bilhões e só no primeiro semestre deste ano, o lucro desses mesmos bancos já chegou a R$ 25,2 bilhões. E esse resultado cresce em ritmo astronômico.

> Leia íntegra do Jornal do Cliente

As instituições financeiras também cobram altos juros e tarifas pelos serviços que prestam à população. A taxa do cheque especial chega a 159,60% ao ano. A dos cartões de crédito é ainda maior, alcançando exorbitantes 323,14%, de longe a mais alta de todos os países da América Latina. Na Argentina, por exemplo, os juros no cartão de crédito são de 50% ao ano.

Os bancos brasileiros têm, portanto, condições de baixar os juros sem abrir mão dos lucros.

Além disso, a receita dos bancos com as tarifas que você cliente paga aumentou 15% em 2011.

Mesmo diante desses números, os bancos fecham postos de trabalho, demitem funcionários e, consequentemente, pioram o atendimento à população, que enfrenta filas cada vez maiores e demoradas nas agências.

Proposta insuficiente
Durante todo o mês de agosto, os trabalhadores insistiram em negociar com os bancos. Mas o setor mais lucrativo do país oferece apenas 6% de reajuste. Descontada a inflação do último ano, de 5,39%, isso representa apenas 0,58% de aumento real.

Se até segunda 17 os bancos não apresentarem proposta melhor, a categoria entrará em greve na terça 18 de setembro. O objetivo não é prejudicar a população – que continuará contando com o autoatendimento –, mas lutar por remuneração justa e melhores condições de trabalho, que também resultam em melhor atendimento a usuários e clientes.

Outros setores pagam mais que bancos
Rentabilidade é a capacidade que  uma empresa tem de agregar valor a ela mesma. Os bancos são campeões em rentabilidade, capazes de, em quatro anos, dobrar seu patrimônio, construindo um novo banco do mesmo tamanho. Apesar disso, querem pagar menos aos seus funcionários.

Outros setores da economia, que lucram menos e têm rentabilidade menor que a dos bancos, concederam reajustes salariais de em média 2,23% acima da inflação. Os bancos, no entanto, ofereceram apenas 0,58% aos bancários.

Empregados adoecem
A categoria bancária é das que mais adoece em função do trabalho. Os bancos impõem metas de venda abusivas aos trabalhadores e ameaçam de demissão caso não batam as metas. Essa situação de cobranças e pressão, em nome do lucro, resulta em assédio moral que leva a estresse e depressão.

As metas e a falta de pessoal nos bancos (leia mais no quadro verde) também sobrecarregam os funcionários e causam doenças físicas como as lesões por esforço repetitivo (LER).

Na campanha salarial, os trabalhadores também reivindicaram mudanças para tornar o ambiente de trabalho mais humano e saudável, mas essas questões não avançaram na negociação com?os bancos.

Bancos lucram muito, mas cortam empregos
Enquanto o emprego vem crescendo no Brasil, o setor financeiro vai na contramão e corta postos de trabalho. Apesar dos altos lucros, o Itaú cortou 9.014 postos de trabalho em 12 meses (junho de 2011 a junho 2012). A maior parte do fechamento dessas vagas ocorreu entre março e junho deste ano, quando o banco extinguiu 3.777 empregos. No mesmo período, o Bradesco reduziu 571 postos de trabalho e o Santander, 135.

Isso mostra que, em vez de contribuir com o desenvolvimento do país, os bancos demitem trabalhadores, sobrecarregando os que ficam e prejudicando a qualidade dos serviços bancários.

“Os bancos estão devendo à sociedade. Fazem campanhas publicitárias falando de responsabilidade social, mas não baixam os juros para impulsionar o crédito pessoal e das empresas. Cortam empregos, prejudicando a economia do país. Bancos são concessões públicas e já passou da hora de retribuírem à sociedade e a seus funcionários os ótimos resultados que têm a cada ano”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Executivos de bancos ganham R$ 8 milhões
Apesar de o Governo Lula ter tirado 22 milhões de cidadãos da miséria, o Brasil ainda tem 16 milhões vivendo abaixo da linha da pobreza. Num país como esse, ter pessoas ganhando?R$ 8 milhões por ano é um contrassenso. Parece absurdo, mas é mais ou menos isso que ganham os altos executivos dos bancos.

Este ano, os bancos aumentarão em 9,7% o total que destinam aos que ocupam cargos na alta direção da empresa. No Itaú, por exemplo, os que ocupam o alto da pirâmide passarão a ganhar R$ 8,3 milhões por ano. No Santander, os executivos receberão R$ 6,2 milhões.

Enquanto isso, o salário inicial do bancário é R$ 1.400, o que dá por ano R$ 18.662,00 – já considerando 13º salário e adicional de férias. E os bancos querem conceder reajuste de apenas 6% (0,58% de aumento real) aos trabalhadores que estão no topo da pirâmide. O que você acha disso?


fonte: http://www.spbancarios.com.br/Pagina.aspx?id=322

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