Sindicalizados ganham mais e têm mais direitos, comprova
estudo
Economista enumera desafios para o movimento sindical
ampliar sua representatividade e preparar trabalhadores contra retrocessos da
nova legislação trabalhista
- Redação Spbancarios
- Publicado em 24/11/2017 19:42 /
Atualizado em 27/11/2017 15:59
Detalhe de agência bancária fechada durante greve de
2014
Foto: Paulo Pepe / Seeb-SP
São Paulo – Os acordos e Convenções Coletivas de
Trabalho valem para toda uma determinada categoria, então tanto faz ser
sindicalizado ou não. Não é bem assim. Existe sim diferença, e é melhor para
quem é sindicalizado, revela estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (Ipea), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão.
Por meio de uma simples comparação das médias das
remunerações diretas (referentes a setembro de 2015), é possível encontrar uma
diferença entre trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados. De acordo
com o estudo, essa diferença equivale a R$ 562,28, em termos absolutos, em
favor dos sindicalizados, ou 33,5%, em termos relativos.
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De acordo com o estudo, em setembro de 2015 os trabalhadores sindicalizados ganhavam em média entre R$ 2.157,17 e R$ 2.318,55. Em comparação, os não sindicalizados recebiam a média de R$ 1.642,48 a R$ 1.708,87.
De acordo com o estudo, em setembro de 2015 os trabalhadores sindicalizados ganhavam em média entre R$ 2.157,17 e R$ 2.318,55. Em comparação, os não sindicalizados recebiam a média de R$ 1.642,48 a R$ 1.708,87.
Quanto às remunerações indiretas (como vale-alimentação,
vale-transporte e auxílio-saúde), a situação é similar. Entre os
sindicalizados, 36% dos trabalhadores se beneficiam dos convênios médicos,
contra 20,3% dos não sindicalizados; 63,9% dos trabalhadores sindicalizados têm
acesso ao vale-alimentação, contra 49,3% dos não sindicalizados; e 54,4% dos
sindicalizados contam com vale-transporte, contra 49,1% dos não sindicalizados.
“O que comprova que as negociações e acordos coletivos
elevam sim o padrão de condições de trabalho e remuneração dos trabalhadores”,
sustenta Patrícia Pelatieri, pesquisadora e economista do Departamento
Intersindical de Estudos Sócio Economicos (Dieese).
Durante o II Seminário Internacional Reforma Trabalhista
– Crise, Desmonte e Resistência, organizado pelo Instituto Lavoro na
sexta-feira 24, Pelatieri se baseou no estudo do Ipea divulgado em setembro
para reforçar a importância de sindicalizar os trabalhadores a fim de resistir
aos retrocessos causados pela nova legislação trabalhista aprovada em 11 de
novembro.
A economista ressaltou que a taxa de sindicalização no
Brasil aumentou nos últimos anos (19,5% em 2015), mas ainda se encontra abaixo
da média mundial (25%). A motivação principal para a sindicalização é a
convicção de que o sindicato defende os direitos dos trabalhadores (51,2%).
E em 2015, mais de 3 milhões de trabalhadores participaram de alguma
atividade do sindicato, como assembleias, palestras e cursos e manifestações.
Os números são do IBGE.
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Pelatieri enumerou três desafios para o movimento
sindical ampliar sua representatividade e angariar mais filiações:
1. Ampliar a consciência dos trabalhadores sindicalizados sobre o significado da luta sindical na conquista de direitos e melhores condições de trabalho;
2. Intensificar as campanhas de sindicalização, ampliando a abrangência da representação para todos os segmentos do mercado de trabalho, inclusive dos desempregados;
3. Criar novas estratégias de negociação coletiva.
1. Ampliar a consciência dos trabalhadores sindicalizados sobre o significado da luta sindical na conquista de direitos e melhores condições de trabalho;
2. Intensificar as campanhas de sindicalização, ampliando a abrangência da representação para todos os segmentos do mercado de trabalho, inclusive dos desempregados;
3. Criar novas estratégias de negociação coletiva.
“Os sindicatos devem trabalhar com quem está nas bases.
Conscientizar aqueles que se sindicalizaram de que a luta de classes está no
centro do desenvolvimento socioeconômico. Se nós não tivermos entidades
sindicais muito fortes, e muito fortes significa ter uma alta taxa de
sindicalização com consciência, dificilmente nós enfrentaremos a atual
conjuntura que está colocada”, afirmou Pelatieri.
“Temos de fazer a disputa ideológica. É a
conscientização de que sozinho a gente só se ferra, seja no trabalho
assalariado com carteira, seja trabalho intermitente, seja terceirizado. Não
importa. Quando estamos falando da elevação da qualidade dos postos de
trabalho, estamos falando que isso só é possível com um coletivo consciente e
estrutura sindical forte”, finalizou a economista.
Fonte: http://spbancarios.com.br/11/2017/sindicalizados-ganham-mais-e-tem-mais-direitos-comprova-estudo
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