Bancários cobram mais garantias na reestruturação do BB
Empresa não forneceu números completos e
tampouco assegurou salário para os caixas
- Contraf-CUT
- Publicado em 15/01/2018 18:04 /
Atualizado em 15/01/2018 18:08
Foto: Contraf-CUT
São Paulo – Na primeira rodada de negociação entre a
Contraf-CUT e o Banco do Brasil, os Sindicatos cobraram do banco os números
detalhados da reestruturação, como quantidade de vagas e cortes por local. A
Comissão de Empresa já havia solicitado os números assim que o banco anunciou a
reestruturação, no dia 5 de janeiro. O BB informou que o pedido está no comitê
patrocinador da reestruturação e ainda não tem os números para repassar.
Os Sindicatos afirmam que ao não fornecer os números
gerais, o banco trata uma grande restruturação como situações locais, o que não
acontece. Parece que é simplesmente má vontade e dificuldade gratuita para
ajudar na solução dos problemas, afirma a Comissão de Empresa dos Funcionários.
Na sexta-feira 12, os sindicatos apontaram os problemas
surgidos em vários locais e as dificuldades para realocação dos funcionários. O
BB foi cobrado para apresentar os critérios utilizados para o redimensionamento
das agências, uma vez que muitos lugares com dificuldade de atendimento e más
condições de trabalho permaneceram com o mesmo número de funcionários.
Segundo o BB, o banco ajustou a compatibilidade de
oferta de atendimento com a capacidade de atendimento em cada local. Onde tem
menor capacidade fez aumento – onde havia capacidade de atendimento acima, fez
ajuste para menor.
O banco se comprometeu a receber para análise alguma
situação que pode ter sido mal ajustada.
VCP para os caixas ou manutenção da gratificação – A
Comissão de Empresa cobrou do banco resposta quanto ao pedido de manutenção da
gratificação da comissão de caixa aos funcionários que perderam o cargo.
No caso dos funcionários com função gratificada ou
comissionada, será garantido quatro meses de remuneração caso não seja
realocado. Para os caixas, há um entendimento do BB de que como não é uma
função, é apenas gratificação de caixa, esse benefício não é concedido
automaticamente.
O banco afirmou que está analisando a solicitação dos
sindicatos, para que seja mantida a remuneração dos caixas por pelo menos 4
meses, assim como na restruturação do final de 2016 e início de 2017.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de
Empresa dos Funcionários do BB, a prorrogação da gratificação para caixas é de
extrema importância e se justifica por ser o grupamento mais atingindo nesta
reestruturação. “O corte de 1200 caixas é traumático e o banco precisa entender
que se tratam de pessoas que buscaram ascensão profissional dentro da empresa e
isso foi tirado numa canetada.”
Priorização dos caixas nas concorrências – Foi cobrado
do banco que os caixas tenham priorização de fato nas concorrências para outros
cargos. Além na priorização no TAO - Sistema de Recrutamento, foi solicitado
que de fato haja orientação para normação dos caixas em outros cargos que
tiveram vaga, de forma minimizar o grande corte nas funções.
O banco informou que não tem resposta quanto a
priorização no sistema, mas que tem orientado os gestores a darem atenção aos
pedidos de realocação de caixas em outras funções próximas, como as de
assistente ou atendente de CABB.
Não haverá remoção compulsória para outro
município – O Banco do Brasil garantiu que,
embora prevista inicialmente, não haverá remoção compulsória de funcionários
fora do mesmo município, no caso de não se ajustar o excesso de escriturários.
Essa medida veio em resposta ao pedido para que não se tenha nenhuma remoção
compulsória, mas o banco avalia que poderá ser necessária, ainda, alguma
remoção no mesmo local.
Módulo avançado dos gerentes de
relacionamento será mantido – Foi
garantido que os gerentes de relacionamento que estiveram no módulo avançado da
função e tiverem que mudar para cargo de gerente de relacionamento equivalente,
será mantido o módulo avançado da função. Isso permitirá mais mobilidade nas
nomeações sem causar prejuízo aos funcionários.
Indicação de quem está em excesso – O Banco do Brasil afirmou que não orientou nenhuma
indicação de quem está em excesso nas unidades. O BB afirma que no primeiro
momento a movimentação deverá ser espontânea e a recomendação é que não haja
realocações compulsórias. Mas sindicatos por todo o país têm apurado o
contrário. Os casos fora do padrão deverão ser denunciados aos sindicatos.
Fechamento do Cenop e abertura da Cabb em
Recife – Foram apontadas diversas situações
específicas que estão dificultando realocação dos funcionários do Cenop na nova
CABB que será aberta.
Com relação a alguns cursos e trilha de encarreiramento,
foi assumido o compromisso de verificar os problemas e encaminhar a solução
prontamente para aqueles funcionários. As questões de concorrência ou saída
para outras unidades e manutenção da concorrência para a CABB, o a Gepes Recife
foi autorizada a liberar os impedimentos de sistema através de pedidos que
serão analisados em cada caso.
Salários dos caixas – O banco não forneceu respostas concretas sobre a
manutenção dos salários dos caixas e a garantia de realocação de todos os
funcionários atingidos. Assim como na reestruturação ocorrida há um ano, o
banco não reserva recursos para manter os salários das pessoas e simplesmente
trata seus funcionários como números.
Se a empresa acha que a reestruturação constante é para
ganhar produtividade, os representantes dos trabalhadores afirmam que as
pessoas e famílias devem ser preservadas. E a manutenção dos salários na
reestuturação é o primeiro passo para aliviar o sofrimento de quem perdeu o
cargo ou função.
Nova rodada de negociação será agendada nos próximos
dias, em data a definir entre a Contraf-CUT e o Banco do Brasil.
Fonte: http://spbancarios.com.br/01/2018/bancarios-cobram-mais-garantias-na-reestruturacao-do-bb
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