Itaú é condenado em R$ 21 milhões
por redução de férias dos funcionários
De acordo com denúncia do MPT, empresa obrigava empregados a converter dez
dias de férias em abono.
A 5ª Vara da Justiça do Trabalho
de Florianópolis, em Santa Catarina, condenou o Itaú Unibanco ao pagamento de
indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 21,8 milhões por não
permitir que empregados tirassem 30 dias de férias e exigir horas extras em número
superior ao limite legal, além de suprimir intervalos.
A sentença da juíza Rosana
Basilone Leite Furlani, julgou procedente, em parte, os pedidos da ação civil pública
movida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), após denúncias de funcionários
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
A decisão obriga a empresa a
permitir expressamente aos empregados tirar 30 dias de férias, impedindo a indução
da conversão de dez dias em abono por meio de formulário previamente
preenchido. Também obriga o banco a se abster de prorrogar a jornada diária
para além de duas horas extras e a respeitar o intervalo
mínimo legal para descanso.
De acordo com o MPT,
empregados confirmaram à Justiça as irregularidades cometidas pela empresa. “Ninguém na agência
podia tirar 30 dias de férias, e sempre vinha uma cartinha pronta com os 20
dias, para vender 10 e tínhamos que assinar”, disse um dos depoentes.
Segundo a decisão,
verificaram-se jornadas de trabalho das 8h às 19h ou mais, com intervalo de 20
minutos a uma hora. A jornada legal dos bancários é de seis horas, com 15
minutos de intervalo. O MPT afirma que, para se esquivar da norma, a empresa
concedia aos empregados o título de “gerente'', o que diferenciaria a sua jornada.
Contudo, os trabalhadores não contavam com poderes gerenciais nas agências.
“O réu descumpre as
normas básicas laborais que garantem a saúde dos trabalhadores. Infringe o
direito social à saúde, deixando à Previdência Social os encargos decorrentes
das doenças ocupacionais e retendo para si os lucros obtidos, assim privatizando os lucros e
socializando os prejuízos", afirmou a magistrada.
A reportagem do Última
Instância entrou em contato com o banco Itaú Unibanco, mas a empresa afirmou que
não comentará a decisão neste momento.
Fonte: Última Instância
Diretoria Executiva da
CONTEC
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